A transformação da loja física passa pela integração dela com os meios digitais. Além de oferecer canais de vendas diferentes e integrados, o varejista precisa fazer uso de soluções tecnológicas no ponto de venda, porque isso proporciona experiências diferenciadas para o consumidor. Essa é a visão de Yassuki Takano, diretor de consultoria da PromonLogicalis. Para o executivo, além disso, a tecnologia auxilia os varejistas na busca pela eficiência no processo de vendas como um todo. “As soluções como RFID, gôndolas inteligentes, mapeamento de movimentação dentro da loja, o Big Data, entre outras, podem ser usadas para melhorar a experiência do consumidor e aumentar a eficiência no varejo”, explica.
Confira as quatro dicas, citadas por Takano, sobre o futuro do varejo no curto e longo prazos.
1. Oferecer maior interatividade no ponto de venda
Isso já é possível por meio de ferramentas de automação, RFID, gôndolas inteligentes, mapeamento de calor, cruzamento de dados, entre outras. “A gente tem acompanhado o desenvolvimento de várias soluções com inteligência artificial, já bastante avançados”, afirma Takano. As máquinas são usadas para oferecer mais interatividade e uma experiência cognitiva melhor. “Com os novos e poderosos algoritmos, já é possível conversar com as máquinas e elas entendem o que se fala mesmo que a pergunta não seja tão bem estruturada”, explica o executivo. Os robôs podem auxiliar nas transações e com pedidos de informação. Isso pode dar mais agilidade no atendimento, além de reduzir custos. Com a gôndola inteligente, o cliente retira um produto da gôndola e por meio de sensores uma tela é ativada ao lado, onde aparecem informações sobre o produto, receitas para se fazer com ele e a indicação de produtos semelhantes ou que combinavam com aquele. “Isso permite uma interatividade maior com o cliente e impulsiona a compra no ambiente da loja. O equipamento pode ser alimentado com dados do próprio cliente, se tiver histórico de compra, ou dados de segmentação da própria loja”, exemplifica Takano.
2. Oferecer diferentes canais integrados
Segundo Takano, o ponto de venda não sobrevive mais de maneira isolada, é preciso que haja uma integração entre os canais. “Apesar de poucos varejistas ainda utilizarem de maneira efetiva, é uma opção bastante viável”, afirma. É possível oferecer ao cliente uma pesquisa online e depois uma experimentação na loja. “A loja deveria fazer um uso mais eficiente do Omnichannel para não perder vendas. Essas interações virtuais são ferramentas muito boas para enriquecer a comunicação com o consumidor”, avalia Takano. Muitas vezes, esses canais virtuais possibilitam um enriquecimento de informações que é até mais fácil do que treinar um vendedor. É possível que o consumidor encontre sozinho essas informações e o varejista cria um ambiente em que seja possível fechar a venda. “O canal virtual é um complemento imprescindível para o varejista. Percebemos que o caminho inverso também acontece. O vendedor pode se beneficiar das informações que o canal virtual proporciona, ficando melhor preparado”, avalia Takano.
3. Cruzar dados e ferramentas de automação
É possível fazer um cruzamento dos dados do consumidor, em termos de preferencias e de combinações de produtos com o Big Data. Os dados podem ser alimentados pelo histórico do cliente ou de consumidores com características parecidas. Isso possibilita que a loja tenha uma argumentação mais robusta para convencer o cliente a comprar os produtos. “Isso ajuda a entender melhor as necessidades e as demandas dos clientes, nos diferentes canais e momentos do processo de compra”, avalia Takano. Desde a pesquisa, até uma primeira consulta, a experimentação e a compra como um todo, segundo ele.
4. Usar impressão 3D, robôs e drones
Isso ainda faz parte de um futuro próximo, mas são tecnologias em desenvolvimento que têm um futuro promissor, que vão revolucionar o varejo, segundo Takano. “A gente acredita que a automação de algumas partes da cadeia do varejo pode dar uma bela remodelada na cadeia de valor como um todo”, avalia o executivo. Segundo ele, será possível, por exemplo, quando o consumidor comprar um armário e se, por ventura, estiver faltando um parafuso (ou apoio), o varejista não vai precisar pedir a peça faltante para o fornecedor dele. Ele vai poder imprimir (em impressora 3D) e mandar entregar de forma muito rápida usando um drone. “Essas são algumas apostas que estamos começando a trabalhar. Mas são soluções mais de longo prazo, mas que proporcionarão transformações muito significativas”, comenta Takano.
Segundo o executivo, tudo isso combinado vai melhorar a experiência de compra como um todo. “Essas são as tendências mais importantes para ao futuro do varejo. A experiência e a experimentação devem ser reforçadas. Isso será bom para o consumidor e para a força de vendas também”, finaliza.