O consumo das famílias deve registrar retração de 4,1%, segundo projeção da CNC (Confederação Nacional do Comércio). Diante dessa queda, o comércio deve registrar sua terceira queda seguida, segundo a Confederação, de 7,2%. Apesar desse cenário, há um grupo de redes cujas projeções são bem distintas: os 300 maiores varejistas do País projetam crescer 16,6% neste ano, segundo dados do Ranking NOVAREJO Brasileiro, única publicação do setor que analisa números dos mais relevantes segmentos do varejo.
A projeção faz sentido diante do histórico dessas companhias. No ano passado, enquanto o varejo apresentou recuo de 4,3% nas vendas, as 300 maiores empresas do setor cresceram 9,2% no mesmo período. O crescimento das 300 maiores também ficou bem acima da variação do PIB nacional (Produto Interno Bruto). A soma das riquezas do País apresentou retração de 3,9% no ano passado.
Segundo o Ranking, o faturamento dos 300 maiores varejistas somou mais de R$ 476 bilhões no ano passado. Apesar de terem vendido mais, as companhias não conseguiram apresentar a mesma evolução no lucro líquido, que caiu, em média, 14,1%, em relação a 2014 – o que mostra que, apesar de sólidas, as empresas não ficaram imunes à redução do consumo.
Por consequência, o Ebtida das 300 maiores companhias (o lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) caiu 15,2%, em decorrência não apenas do consumo menor, mas também das margens que ficaram ainda mais apertadas nos últimos meses. A queda no fôlego financeiro das companhias, apesar das vendas maiores, também deve-se ao aumento dos investimentos, que foram 13,2% maiores em 2015.
Com a mudança no cenário político e os novos rumos a serem adotados na política econômica, a projeção de aumento nas vendas verificada pelas maiores varejistas do Ranking NOVAREJO se verifica possível. Embora ainda edividados, os consumidores começam a se sentir mais à vontade para gastar. Segundo dados da CNC, a intenção de consumo dos brasileiros apresentou, em agosto, a primeira alta em seis meses, de 0,9%.
Para que o brasileiro possa voltar de vez ao universo de consumo, contudo, as taxas de emprego precisam aumentar. Contudo, como afirmam economistas, o mercado de trabalho é o último a ser afetado em uma crise, mas também é o último a voltar a reagir quando a economia volta a crescer.
O Ranking NOVAREJO Brasileiro 2016 foi realizado pelo Centro de Inteligência Padrão – CIP e contou com as parcerias da Serasa Experian e do Insper.
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