Bitcoin é considerado uma moeda virtual. No Brasil, estima-se que há cerca de 50 mil usuários deste produto. Em 2015, as transações com bitcoin no País alcançou um total de R$ 113,1 milhões – 158% a mais que no mesmo período no ano anterior. A estimativa de especialistas é que as transações alcancem R$ 300 milhões até dezembro deste ano.
Mais quais seriam as reais vantagens deste produto? No Recover Money, evento realizado pela revista Consumidor Moderno, tivemos a oportunidade de conversar com Otto Nogami, professor de programas Lato Sensu do INSPER e sócio na Nogami Participações, um dos especialistas brasileiros sobre o tema bitcoin.
CM – O bitcoin pode ajudar a diminuir a inadimplência no Brasil e trabalhar a educação financeira com as novas gerações?
Otto Nogami – A inadimplência está vinculada com a cultura do indivíduo, independente do mecanismo. A educação financeira é construída por meio de hábitos sustentáveis, independentemente da moeda. A vantagem do bitcoin para as novas gerações talvez esteja no seu apelo, por ser um produto digital, que desperta curiosidade.
CM – Para o consumidor, quais seriam as vantagens na utilização dessa moeda?
Otto Nogami – Na atual circunstância não há muitas vantagens. Acredito que o bitcoin ainda é uma espécie de escambo. Um instrumento de liquidação financeira e não exatamente uma moeda. Tecnicamente ele não tem característica de moeda. Ele não é emitido pelo Banco Central e não há correspondência com o PIB mundial. No entanto ele tem uma vantagem. Como ele é um instrumento digital e fracionário, você tem condições de rastreá-lo, o que torna as transações mais seguras.
CM – Neste universo quais são os setores que já o utilizam com maior intensidade?
Otto Nogami – São empresas que atuam de forma digital. Grande parte das transações que hoje se verifica no mercado envolve exatamente essas empresas, como desenvolvedoras de software, por exemplo.