Com a situação complicada que o Brasil está vivendo, é natural que muitas empresas queiram levar suas operações para fora do país. A Federação Dom Cabral (FDC, escola de negócios brasileira) acompanha a atuação destas empresas e apresenta o Ranking de Internacionalização de Franquias Brasileiras e o Ranking FDC das Multinacionais Brasileiras 2016. O estudo aponta, além das empresas mais internacionalizadas, aspectos de sua estratégia e gestão.
A revista NOVAREJO digital está com conteúdo novo. Acesse agora!
O levantamento consultou 64 organizações, sendo 50 multinacionais brasileiras e 14 empresas que atuam no exterior por meio de franquias. Há empresas brasileiras presentes em todos os continentes, em 99 países, sendo que Estados Unidos é o país com a maior concentração de empresas brasileiras, totalizando 40. É nítida também a preferência pela América do Sul, onde estão seis dos dez principais países-alvo.
Fonte: FDCOs dados, referentes à atuação destas empresas em outros países ao longo de 2015, revelam um crescimento do índice médio de internacionalização das multinacionais brasileiras, de 21,8% em 2014 para 26,1% em 2015 – um aumento de quase 20%.
Franquias
O Ranking de Internacionalização de Franquias Brasileiras elenca as marcas com base em dados sobre unidades franqueadas, receita de royalties e taxas e receita de vendas de produtos franqueados no exterior em relação ao desempenho total. Confira a lista:
O Ranking das Multinacionais Brasileiras
Na edição 2016 do Ranking FDC das Multinacionais Brasileiras, a Fitesa, empresa líder na indústria de não tecidos para descartáveis higiênicos e médicos, conquistou novamente a primeira posição, com um índice de internacionalização próximo aos 74%, seguida da Iochpe-Maxion (66%) e da CZM (63%). Veja o ranking total:
Crise
Segundo o estudo, 78%, das empresas ampliaram seus investimentos no mercado internacional frente ao atual contexto político-econômico brasileiro. “De acordo com as empresas entrevistadas, essa tendência tem por função, principalmente, diminuir a dependência do mercado brasileiro e reduzir os riscos do negócio”, analisa Sherban Leonardo Cretoiu, professor e pesquisador do Núcleo de Estratégia e Negócios Internacionais da Fundação Dom Cabral.
Ainda segundo o levantamento, 25,4% das empresas consideram que sua estratégia para outros países não foi afetada pelo atual contexto político-econômico do Brasil. Entretanto, 74,6% alegam que seus planos internacionais foram afetados de alguma forma.
Decisões
O dinamismo do mundo globalizado, a velocidade na realização de negócios e a crescente interdependência entre os países têm imposto às empresas o desafio de tomar decisões que contemplem vários cenários e culturas, considerando variáveis que podem afetar o desempenho de seus negócios. “Analisando o conjunto das decisões, observa-se uma tendência das multinacionais brasileiras em descentralizar suas decisões mais operacionais, passando a participar mais do processo decisório à medida que as decisões se tornam mais estratégicas” afirma Sherban Leonardo Cretoiu, professor e pesquisador do Núcleo de Estratégia e Negócios Internacionais da Fundação Dom Cabral.
Assim, boa parte das multinacionais apontou concentrar suas decisões estratégicas exclusivamente na matriz (antes ou após consultar subsidiárias). Para decisões táticas, a tendência é que seja feita pela subsidiária, após consultar a matriz. No caso de decisões de cunho operacional, a maior parte das empresas concede autonomia total ou parcial para a subsidiária.
Na esfera estratégica, a maioria absoluta das multinacionais centraliza na matriz as decisões referentes à política de dividendos e aos movimentos de fusões e aquisições de outras empresas. A decisão estratégica com maior nível de autonomia total das subsidiárias é a definição do grau de envolvimento com organizações não governamentais (ONGs) no mercado local, o que pode ser explicado pela necessidade de conhecimento da realidade específica dos países nesses casos.
Autonomia
O estudo identificou que o grau de autonomia das multinacionais e franquias se manteve estável na maior parte das multinacionais. No entanto, foi possível identificar um aumento dessa autonomia em 29,1% das entrevistadas. “Com isso, notamos que as multinacionais brasileiras têm, gradativamente, descentralizado parte de suas decisões. Isso tende a aumentar à medida em que a empresa adquire mais experiência internacional e adapta seus processos e rotinas às localidades em que atua. Isso tende a melhorar o desempenho internacional das empresas” afirma a professora da Fundação Dom Cabral, Livia Barakat também responsável pelo estudo.
Expansão
Das empresas respondentes, 28,1% entraram em novos mercados em 2015, o que evidencia a tendência de expansão da internacionalização das empresas brasileiras. Elas entraram em 29 novos países, seja por meio de subsidiárias ou franquias. A Europa é um destino bastante atrativo para as empresas brasileiras à procura de novos mercados, possivelmente pelo fato de grande parte já atuar na América do Sul e do Norte.
“A edição deste ano demonstra que a internacionalização vem se tornando uma decisão de macro estratégia empresarial cada vez mais adotada por empresas de variados portes e setores da economia brasileira. A decisão empresarial de expandir as atividades a outros países e continentes tem se revelado particularmente importante em períodos adversos da economia brasileira oferecendo às empresas a possibilidade de garantir resultados, lucratividade e competitividade a partir das operações no exterior”, finaliza Sherban.
Confira a pesquisa completa aqui.