Descolado, o presidente da Publicis e Salles Chemestri quase chocou a plateia do BR Week 2015 ao dizer: ?do jeito que está, a loja não dura nem dez anos?. A ênfase, contudo, está no ?do jeito que está?. É que o ponto de venda vai ter de mudar e se transformar no ponto de virada de todo o varejo. A lógica é simples de entender. ?É importante não olharmos mais o consumidor apenas como um receptor. Ele se relaciona com sua marca e esse relacionamento pode ser poderoso e devastador?, afirma. ?Com a chegada das redes sociais, o boca a boca voltou, mas de outra forma: o Facebook é a maior mesa de bar do mundo?, afirma.
E o que isso tem a ver com as lojas físicas? ?´É que as marcas não estão preparadas para essa nova realidade. Mas essas mudanças são apenas o começo e elas não vão parar de acontecer, porque a partir do momento em que o consumidor sabe mais do que nossos vendedores, ele não vai mais te ouvir. O ponto de venda, então, pode ser uma alavanca para o setor?, afirma. É a loja que pode agregar a experiência fria do online e ajudar a engajar esse cliente cada vez mais informado. ?Mesmo com todas essas tecnologias, tirando o e-commerce, o consumidor vai ter de em algum momento ir a loja e é aí que você ganha o cliente e alavanca o digital?, diz.
Há motivos para que o ponto de venda seja tão importante. Segundo Rodrigues, 80% dos consumidores do mundo não são fieis a marcas, 67% deles não acreditam que as marcas se preocupam com eles e em oferecer produtos de qualidade serviços melhores, e 81% das decisões sobre produtos e marcas acontecem lá, no ponto de venda. ?Repensem: é preciso transformar o ponto de venda em um ponto de relacionamento e é possível fazer isso com coisas simples, que não estamos fazendo?, afirma.
Ofertas simples, porém efetivas, de serviços, personalização, e mesmo atendimento com equipe preparada contam pontos. ?Vamos ter de reconstruir os processos de trabalho com fornecedores e parceiros. Vamos ter de nos reinventar porque, acreditem, as mudanças só estão começando?, diz.
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