O Whatsapp Pay liberou as informações para que seus usuários configurem o serviço de transferência de dinheiro. O recurso, suspenso no mesmo dia em que foi lançado, em junho do ano passado, recebeu nesta semana a autorização do Banco Central para operações entre usuários. Agora, falta apenas a rede social liberar o serviço, que começará com transferências entre pessoas físicas e depois para empresas.
Para enviar e receber dinheiro, os usuários precisarão configurar o Facebook Pay e verificar um cartão de débito emitido por um dos bancos participantes do serviço ou um cartão múltiplo com a função débito. Os bancos associados são: Banco do Brasil, Nubank, o sistema de crédito cooperativo Sicredi e a conta digital do Sicredi, a Woop.
Nas operações, o Whatsapp Pay é apenas um “iniciador de pagamentos”, de modo que não vai acessar a conta ou deter os fundos que são transferidos. As bandeiras Visa e Mastercard são quem realizam os pagamentos, já que são as parceiras do app para as operações.
Não há taxas cobradas e o Whatsapp afirma não compartilhará informações de cartões com terceiros.
Quando os pagamentos para empresas forem liberados, cartões de crédito poderão ser usados somente para enviar pagamentos para empresas que tiverem o WhatsApp Business com o Facebook Pay configurado.
As informações para a configuração – que ainda não é possível fazer – estão no site do Whatsapp, que instrui as configurações tanto pelo Facebook Pay quanto Whatsapp Pay. Pelo Facebook Pay, é preciso aceitar os termos e as políticas de privacidade tanto do Whatsapp quanto do Facebook, além dos termos da Cielo. É necessário informar nome, CPF e dados do cartão. Pelo Whatsapp, será possível configurar o Facebook Pay entrando em “configurações”, “pagamentos” e “Facebook Pay”.
Não será possível usar o recurso de pagamentos no WhatsApp Web e WhatsApp para computador.
Benefícios e preocupações
O recurso de pagamento com o Whatsapp Pay traz uma série de benefícios e preocupações aos seus mais de 120 milhões de usuários no Brasil.
Entre as vantagens, os usuários poderão experimentar rede social, mensagens e transferências em um mesmo ambiente. No ano passado, quando o serviço foi lançado uma primeira vez, a rede social disse que seria possível transferir R$ 1 mil por transação, em um total de R$ 5 mil por mês. O limite seria de 20 transações por dia. Quando o recurso estiver disponível por completo, os usuários poderão usar cartão, Pix ou mesmo criptomoedas.
Entre as preocupações, os receios recaem sobre a segurança. De acordo com a Federação Nacional dos Bancos (Febraban), o WhatsApp é um dos apps mais visados por criminosos para golpes financeiros com o Pix.
Por se tratar de uma rede social, a chamada engenharia social permite que cibercriminosos ajam por meio de abordagens persuasivas. Apenas com dados disponíveis nas redes sociais, como no Facebook, bandidos baixam uma foto da vítima, descobrem telefones de amigos e enviam uma mensagem pelo Whatsapp da vítima dizendo que tiveram que mudar de número. Em seguida, pedem empréstimos via Pix.
Outra forma de golpe que preocupa é a clonagem do perfil. Por conta da possibilidade de empresas entrarem em contato com seus consumidores, os cibercriminosos entram em contato com a vítima fingindo ser vendedores da empresa onde ela tem cadastro. Em seguida, pedem o código de segurança do Whatsapp afirmando se tratar de um procedimento de confirmação. Com o código, os criminosos conseguem abrir a conta da pessoa em seus próprios aparelhos e pedem dinheiro a terceiros.
Segundo uma pesquisa realizada pela empresa de antivírus PSafe no ano passado, mais de 8,5 milhões de brasileiros já tiveram seus WhatsApp clonados em golpes. Por isso, especialistas ressaltam a importância de uma educação financeira acompanhada de cuidados com a informação financeira pessoal.
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