Em minha estreia no Web Summit, não importa a quantidade de informações prévias, o quanto se tenha preparado e estudado as trilhas disponíveis, os inúmeros alertas, nada nos prepara para a imensidão que é o evento.
Imensos números de pessoas, imenso espaço a percorrer, imensas opções de conteúdos e formatos simultâneos. O primeiro desafio é escolher o que assistir para montar a agenda no app do evento (que se deixa a desejar aqui ou ali na usabilidade, não peca no conteúdo). O segundo desafio é conseguir seguir a programação.
O dia começa com muita ansiedade, ansiedade que aumenta com o trânsito até a Arena e piora com a fila de entrada, mas se alivia após a primeira palestra assistida, se atenua um pouco mais após a segunda e, ao fim do dia, já se abrandou e se transformou em outra coisa melhor: ideias, muitas ideias fervilhando (e alguma ansiedade nova, é verdade, para capturar todas elas, antes que se percam).
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A ansiedade diminui ao longo do dia porque vamos nos dando conta de que qualquer palco ali que tenhamos a oportunidade de acompanhar terá o mesmo efeito sobre nós, se deixarmos: porão ideias a fervilhar. Ao final do dia já não contabilizo com pesar as agendas que perdi, mas as muitas notas feitas.
O todo é maior que as partes e as interseções geram insights potencialmente poderosos
O meu quinhão do Web Summit está ali no além delas: nas conexões que só eu poderei fazer hoje porque cada participante terá percorrido sua própria trilha, feita de um misto de programação e acaso, pois as apresentações que acabamos por assistir no intervalo entre uma e outra agenda esperada podem trazer boas surpresas. O insight: O todo é maior que as partes e as intersecções geram insights potencialmente poderosos.
Ao final do primeiro dia como general attendee do Web Summit, uma certeza: a imensidão do evento, que a princípio assusta, é sua riqueza. A presença de speakers e attendees de tantos países, com tantos rostos e sotaques e experiências, faz o evento ser o que é. Cada apresentação, mesa, pitch tem muito valor, mas o fator WOW é a combinação, ou as combinações, deles.
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Pavilhão Central + Corporate Innovation Summit
É no (des)encontro de gerações num palco sobre inovação onde se ouve que a Geração Z é sobre mais autenticidade e menos filtro, para na apresentação seguinte (sobre metaverso) se aprender que ter um Digital Twin permitirá se apresentar no seu melhor aspecto profissional, que encontramos as perguntas mais instigantes: preparar-se para o futuro não é se preparar para um ou outro, Zgen ou metaverso, mas para ambos. E então, onde se encontram? O que tem essa geração que vem aí, ou aí já está querendo sobretudo ser ouvida, a dizer sobre o metaverso e suas possibilidades?
Preparar-se para o futuro não é se preparar para um ou outro, Zgen ou metaverso, mas para ambos
No mesmo palco anunciam: a contribuição da tecnologia para o mundo agora é justamente operar sem fronteiras. Poucas horas depois: o desafio de realizar o potencial de tudo que o digital tem a fazer pelas pessoas está em fazê-lo localmente. Teremos que criar as soluções além das fronteiras para aplicá-las dentro de todos e de cada um dos territórios? É difícil, mas bonito, não é?!
O futuro do varejo mora em digitalizar não só produtos e canais de venda, mas toda a cadeia de valor; a indústria da beleza se revoluciona usando dados para transformar o design, a produção e, em última instância, a experiência de beleza. A web3 é sobre propriedade digital.
E o futuro do dinheiro? Não se preocupe, as pessoas gostam de ter escolhas. Há quem prefira moedas, e quem prefira digital wallets e cartões de crédito. O que as conversas no Web Summit indicam é a maior liberdade de escolha.
O que quererá, afinal, essa pessoa por trás do rótulo “consumidor” que compra artigos esportivos na Decathlon, móveis na Ikea, maquiagem na L’Oréal, e poderá, ou não, ter uma coleção de arte digital e investimentos em cripto? Talvez queira tudo isso, talvez queira só companhia. Companhia que poderá vir da inteligência artificial que, por sua vez, já evolui para responder emoções humanas.
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E isso são perguntas ou são respostas?
“O que esperar para os próximos cinco anos”? – assim fecharam suas participações quase todos os moderadores do dia. Pois então, qual a ambição? Algo mirabolante? Não exatamente. Para daqui a 5, 8 anos a ambição para Alexa é entregar mais facilidade para “everyone, everywhere”. A ambição é ser acessível.
E na aviação, que se desenvolve sobremaneira com a tecnologia, o que esperar para a próxima meia década? O supersônico? Claro, estamos de olho nisso, mas a ambição é outra: a descarbonização. Agora é mais importante diminuir a pegada ambiental. Mais importante para a sobrevivência dos negócios e da espécie. De volta ao varejo, para os próximos cinco anos, o que esperar? O mesmo: gerar impacto positivo. Circularidade.
Tecnologia, sociedade, política… estão intrincadas de forma radical. Também entre elas as fronteiras terão de ser desfeitas e refeitas.
Que os caminhos sejam descobertos assim, na imensidão.
*Andrea Pelagagi é head de Operações da Sponsorb
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