Foi anunciada hoje a criação de nova entidade do setor de varejo, a Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), presidida por Eduardo Terra, sócio-diretor da BTR Consulting. ?Temos a proposta clara de integração. De agrupar e estruturar informações sobre o setor e criar referências para que falemos uma linguagem uniforme?, disse Terra, durante a apresentação da sociedade.
A instituição nasce com apoio de 22 entidades que representam segmentos do setor de varejo e já tem em sua estrutura quase 70 conselheiros, entre varejistas, consultores e fornecedores do setor. A ideia, segundo Terra, é que a SBVC seja uma entidade aberta, multissetorial e sem fins lucrativos. Um dos objetivos é melhorar o relacionamento entre os elos da cadeia na qual os varejistas estão inseridos. ?É um setor que tem conversado pouco?, afirma Terra.
Outro propósito da sociedade é levantar questões de interesse do varejo de maneira geral. A primeira a ser encabeçada pela organização já neste primeiro período de atuação é a flexibilização da contratação de mão de obra. ?O varejo é sazonal e depende dessa flexibilização para torná-lo mais competitivo. O setor quer empregar mais, mas do jeito que ele possa empregar?, disse Terra. Outro tema a ser colocado nas mesas de discussões pela sociedade é o impacto econômico do setor no País. E, para tanto, a organização seguirá forte linha de organização, consolidação e divulgação de informações e dados sobre o varejo a fim de posicioná-lo de maneira mais homogênea. ?Estas informações estão espalhadas. Quando organizadas, conseguiremos saber o tamanho deste mercado?, afirmou Alberto Serrentino, que assume uma das cadeiras no conselho deliberativo. Com tudo na balança, ficará mais fácil negociar mudanças de regras que possam aumentar a competitividade do setor, completa Terra. ?O varejo no Brasil não é tratado com o peso político que deveria ter e, em parte, é culpa nossa. Como podemos reivindicar algo sem mostrar o peso que temos? Política é feita com base em estudos?, disse.
O lado social também será considerado na organização e será encabeçado por Bráulio Bacchi, presidente da Artefacto Móveis. ?O varejo também tem este papel?, reforçou o varejista. Educação financeira e treinamento também serão temas tratados pela sociedade e Hélio Biagi seguirá à frente deles. ?Educação é um ponto fundamental e faz parte das iniciativas para suprir esta carência no setor?, disse.
Dados, dados e dados
Já seguindo uma das premissas, de consolidar informações, a sociedade divulgou duas pesquisas. Uma delas é parte de uma série de estudos que abordará o varejo mundial, o ?volta ao mundo no varejo?. A primeira edição tratou do setor na Alemanha e relacionou os 10 maiores varejistas no país, um deles bem conhecido dos brasileiros, a C&A, que está na oitava colocação no país europeu. Outro levantamento é sobre as marcas com mais de mil lojas no Brasil. Apenas quatro redes estão na lista: O Boticário, com 3.691 operações; Ortobom, com 1.762; Cacau Show, com 1.570; e Subway, com 1.484 lojas. Na faixa entre 500 e mil pontos de venda estão apenas sete marcas: Lojas Americanas (856 operações), Magazine Luiza (732), McDonald?s (700), Pague Menos (670), Óticas Carol (670), Chilli Beans (580) e Casas Bahia (500).