Las Vegas (EUA) – A linha entre conteúdo e comércio está ficando cada vez mais estreita. E empresas de todos os segmentos se perguntam quando, onde, como e por que trabalhar informação em suas plataformas pode ser bom para os negócios. Este foi um dos debates do Money 20/20, o maior evento do mundo sobre tecnologia e inovação em meios de pagamento.
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“Conteúdo engaja os consumidores e aumenta a conversão”, lançou Bill Clerico, fundador e CEO da WePay, plataforma de pagamentos online. “A grande sacada é que quando entregamos conteúdo, entregamos um serviço para o consumidor e quando alinhamos isso a compra é ainda melhor”, reforçou Harper Reed, head de comércio do PayPal. Para os executivos, a palavra que resume essa entrega é valor.
E as redes sociais são as plataformas mais utilizadas pelas marcas para fazer essa entrega. “Ainda há muito o que se engajar com as redes sociais. Por exemplo, as redes estão sendo usadas para além do compartilhamento de conteúdo. Os brasileiros, por exemplo, são grandes usuários das redes para fazer suas reclamações”, comentou Kapil Mokhat, responsável global de pagamento e parcerias do Airbnb.
A intenção por trás da informação
“Tipicamente, quando pensamos nessa estratégia, estamos falando sobre quando e como entregar esse conteúdo, mas é preciso pensar nos motivos”, afirmou Roy Erez, co-fundador e CEO da Loop Commerce, plataforma de “cartões” de presentes virtual. “Evidente que existe uma intenção do varejista quando ele entrega conteúdo”, disse. “Há muitos exemplos de como isso acontece. O Pinterest oferece conteúdo essencialmente, mas ali também a compra acontece. E cada vez mais veremos isso com a televisão”, comentou Les Mattews, SVP Digital Partnerships da Mastercard.
A pergunta que faz ao se pensar em uma estratégia de conteúdo que leve a uma compra é a relevância dessa informação e o momento em que ela acontece. “É preciso entender como se traz esse conteúdo dentro de um ecossistema e o contexto certo”, afirmou Clerico.
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Os botões de compra que estão sendo inseridos nas redes sociais são exemplos de como essa estratégia pode ser assertiva ou não. “Vemos vários ‘buy buttons’, mas nem sempre eu quero comprar alguma coisa. A gente está falando sobre soluções, mas não podemos esquecer da descoberta. O conteúdo é sobre descoberta e isso significa entregar um valor que faz sentido para o usuário”, disse Reed.
Como fazer
“Essa entrega tem de ser consistente”, afirmou Mattews. “Na rede, as pessoas não pensam nisso, elas buscam informação, querem comprar coisas e têm interesses diferentes. A questão é como alinhar esses interesses”, disse. O caminho para entender essa oferta não é fácil, disseram. Essa oferta precisa atender às causas dos consumidores e aos seus anseios. Quando isso não acontece, o consumidor simplesmente vai embora.
“É preciso estar alinhado às causas dos indivíduos e ter uma conexão emocional”, afirmou Clerico. Aqui, o uso da tecnologia é imperativo para capturar uma intenção. “E não é apenas o software, mas é como ele trabalha e como se traz essa tecnologia para os consumidores tanto no meio digital, quanto no mundo físico”, afirmou Reed.
Somente com tecnologia, acreditam os executivos, é possível identificar as necessidades dos consumidores e, assim, entregar conteúdo no contexto certo. “Enxergar qual canal esse consumidor acessa também é importante”, adicionou Brian O’Malley, sócio da Accel Partners. Ao fim das contas, acredita Mattews, é preciso acompanhar as mudanças de comportamento dos consumidores de perto e fazer investimentos. “Ajuste sua cultura, contrate talentos e invista em tecnologia. Esse é o caminho, não tem outro”, afirmou.