O volume total de vendas do varejo brasileiro sofreu uma queda de 7,8% entre o último mês de novembro e o mesmo período de 2014, indica a Pesquisa Mensal de Comércio realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esta é a oitava taxa negativa seguida nessa base de comparação, a mais forte desde março de 2003 (-11,4%).
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Segundo o estudo, as vendas no acumulado de janeiro a novembro de 2015 também recuaram 4% e 3,5% nos últimos 12 meses. Quanto às vendas do comércio varejista ampliado, que inclui as atividades de veículos, motos, partes e peças e de material de construção, os resultados ficaram 13,2% abaixo em comparação a novembro de 2014. O acumulado do ano as vendas diminuíram 8,4%, enquanto o desempenho dos últimos 12 meses caiu 7,8%.
Os números negativos refletiram diretamente na receita, que recuou 5,4% sobre novembro de 2014, acumulando nos períodos janeiro-novembro e nos últimos 12 meses variações de -1,8% e -1,3%, respectivamente.
Entre as atividades, a redução no volume de vendas em hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-5,7%) exerceu o principal impacto negativo na formação da taxa geral, seguido por móveis e eletrodomésticos (-14,7%); tecidos, vestuário e calçados (-15,6%) e combustíveis e lubrificantes (-12,0%). Esses quatro setores juntos respondem por mais de 90% do resultado global para o varejo.
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As demais atividades que registraram taxas negativas praticamente não tiveram influência significativa no resultado interanual do volume de vendas em novembro: outros artigos de uso pessoal e doméstico (-4,8%), livros, jornais, revistas e papelaria (-18,6%) e equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-5,6%). Por outro lado, artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos, com avanço de 2,0% frente a novembro de 2014, foi o único a exercer pressão positiva.
Ainda no comércio varejista ampliado, todas as 27 Unidades da Federação apresentaram variações negativas na comparação com novembro do ano passado. Em termos de volume de vendas, destacaram-se Amapá com -26,8%; Tocantins (-24,2%); Espírito Santo (-22,8%) e Goiás (-21,7%). Vale observar que os estados com maior impacto negativo foram São Paulo, com taxa de -6,9% e Rio de Janeiro (-15,1%).
Para o IBGE, os resultados do setor, abaixo da média geral, foram influenciados principalmente pela elevação da taxa de juros nas operações de crédito às pessoas físicas entre novembro de 2015 e novembro de 2014.
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