O volume de vendas do varejo paulista caiu 11,7% em julho sobre o mesmo período de 2014, revela o levantamento ACVarejo, da Associação Comercial de São Paulo, feito a partir de informações enviadas pela Secretaria da Fazenda do Estado.
De acordo com o estudo, apesar da queda de 1,4% em comparação a junho, no acumulado do ano o segmento apresentou retração de 6,2%. Os dados se referem principalmente ao varejo ampliado, que inclui automóveis e material de construção.
Alencar Burti, presidente da ACSP e da Facesp (Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo), avaliou em nota que o comércio continuará em queda no Estado de São Paulo até o fim de 2015. ?Não há, por enquanto, sinais que apontem para uma melhora estrutural, tendo em vista o atual momento político e econômico do país”, destacou o executivo.
Segundo Burti, a disposição em comprar durante os próximos meses, especialmente produtos de maior valor, irá depender de crédito. Ele destaca que o cenário de maior inflação, a piora das condições financeiras e a menor segurança no emprego, além da baixa renda e escassez de crédito, são as variáveis que vêm reduzindo a confiança do consumidor. Para 2016, a perspectiva ainda é nebulosa, embora uma reversão seja esperada no quadro de recessão ao longo do ano, alerta o presidente.
Corte em todos os setores
Entre os nove setores avaliados pelo ACVarejo, os que mais apresentaram quedas em relação a julho de 2014 foram concessionárias de veículos (-18,3%), lojas de móveis e decorações (-15,4%), lojas de material de construção (15%) e lojas de departamento, eletrodomésticos e eletroeletrônicos (-13,4%). Setores que abrangem produtos mais básicos também sofreram desaceleração nas vendas, embora menores, como é o caso de farmácias/perfumarias (-5,8%) e supermercados (-4,8%).
Regiões mais afetadas
Os piores resultados foram registrados no Litoral (-19,4%), Metropolitana Oeste (-17,4%), São José do Rio Preto e Alta Noroeste (-15,9%), Marília (-15,3%) e Metropolitana do ABC (-14,9%). Exceto a região metropolitana do Alto Tietê, que viu seu volume de vendas crescer 5,3% frente a julho de 2014, todas as outras 17 áreas pesquisadas apresentaram recuo.
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