Com 23 lojas no País, a rede de calçados Di Pollini aposta na velocidade da tomada de decisões para crescer mesmo em momentos mais complicados. E complicações não faltaram na trajetória da empresa, que tem 40 anos de mercado. Em 2001, por exemplo, um incêndio na fábrica destruiu toda a produção, mas mostrou do que a Di Pollini era feita.
?Nesse dia, o seo José Bellucci (dono da empresa) colocou uma mesinha na calçada do outro lado da rua e pagou normalmente os funcionários. Quarenta dias depois, a produção tinha sido retomada e os planos de expansão foram mantidos. Remanejamos o estoque das outras lojas e seguimos em frente?, conta Daniel Barros, diretor de marketing e novos negócios da rede.
A decisão de seguir em frente e tomar decisões no calor do momento também significa saber colocar o pé no freio. Em 2007, a Di Pollini tinha aberto uma loja em New Jersey, em sua primeira iniciativa no mercado americano. ?Era uma operação muito bem arrumada: precificação, público-alvo, local da loja, tudo planejado e bem executado?, comenta Barros. Mas a crise em 2008 deixou o mercado americano em compasso de espera. ?Não tínhamos alavancagem e poderíamos ter aguentado nos Estados Unidos por algum tempo, mas desativamos a operação rapidamente e guardamos o projeto na gaveta, esperando dias melhores?, comenta o executivo. Agora é hora? ?Ainda não. O mercado nacional tem grandes oportunidades?, afirma.
Depois de um reposicionamento de marca e da modernização do projeto das lojas, a Di Pollini entrou em uma nova fase de sua expansão. ?Desenvolvemos um ambiente pensado para gerar experiências de compra mais agradáveis, em um ambiente confortável e aconchegante?, comenta Barros. Nesse processo, as lojas da rede passaram a contar com vitrines mais conceituais. ?Para cada coleção e data comemorativa fazemos algo diferente e renovamos constantemente o mix de produtos, trazendo uma dinâmica que não é comum para o setor?, diz o executivo.
Um novo desafio é a operação de franquias. A Casa Di Pollini, na zona leste de São Paulo, representa um novo passo na história da marca. ?Passaremos a vender know-how, e esse é um projeto que estamos desenvolvendo com muita calma, para ganharmos tração e crescer ainda mais?, comenta. Testando continuamente novas ideias e abandonando rapidamente projetos que não funcionam, a empresa avança com velocidade, mas sem esquecer o planejamento. ?Há uma linha tênue entre ser rápido e ser desorganizado. Por isso tomamos cuidado com as ações que podem interferir no resultado da empresa, mas seguimos testando muito naqueles projetos que não impactarão o negócio?, completa Barros.