Números divulgados nesta manhã pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam para mais um mês de desempenho tímido do varejo brasileiro. Segundo o instituto, as vendas do setor recuaram 1,1% em agosto na comparação com o mesmo período do ano passado, um resultado pior que os -0,9% apresentado em julho na comparação anual. Em relação a julho de 2014, as vendas em agosto cresceram 1,1%, interrompendo dois meses de queda e revertendo o -1,0% registrado no sétimo mês do ano. Com isso, nos primeiros oito meses do ano o varejo brasileiro apresenta um crescimento de 2,9% e, nos últimos 12 meses, de 3,6%.
O resultado do varejo foi ainda pior quando considerado o Varejo Ampliado (que acrescenta automóveis e materiais de construção): quedas de 6,8% na comparação anual (contra -4,9% em julho) e de 0,4% sobre julho (contra +0,6% em julho sobre junho). No ano o Varejo Ampliado apresenta queda de 1,5%, mas nos últimos 12 meses o desempenho ainda é positivo, de 0,6%.
Os números do Varejo Ampliado podem ser explicados pela menor demanda por bens duráveis. Em automóveis o recuo foi de 17,4% na comparação anual, enquanto em materiais de construção a queda foi de 5,7%, pela menor disposição dos consumidores em adquirir crédito. NOVAREJO Restrito, o segmento de Móveis e Eletrodomésticos, também fortemente dependente de crédito para crescer, apresentou um resultado negativo de 7,5% na comparação anual.
Os setores cujo desempenho está mais relacionado à renda da população também não foram bem em agosto. Em supermercados, hipermercados, alimentos, bebidas e fumo houve queda de 1,7%, mantendo a curva descendente (0,8% em junho e 0,0% em julho). Em tecidos, vestuário e calçados houve queda de 1,2%, um resultado menos ruim que os recuos de 2,5% e 4,1% dos dois meses anteriores, quando o consumidor mudou seu padrão de consumo em função da Copa do Mundo.
Um dos únicos dados positivos da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) do IBGE veio do setor de cosméticos e perfumaria, com crescimento de 7,1%, praticamente mantendo o ritmo dos dois meses anteriores. O setor também é o de melhor desempenho no ano (+9,3%) e nos últimos 12 meses (10,2%).
Na análise regional, as vendas do Varejo Restrito caíram em 16 das 27 Unidades da Federação, com destaque para Santa Catarina (-5,1%), Espírito Santo (-4,5%) e Goiás (-4,2%). Na outra ponta, as vendas no Acre saltaram 19%, em Rondônia 10% e em Roraima, 8,1%. NOVAREJO Ampliado, houve queda nas vendas em 22 Estados.
Mais informações podem ser obtidas no site do IBGE.