A queda das vendas decorrente da crise econômica atual vem impactando negativamente o mercado de trabalho do varejo paulista, que em outubro viu o número de contratados recuar 2,1% em comparação com outubro de 2014.
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Os dados são da Pesquisa de Emprego no Comércio Varejista do Estado de São Paulo (PESP), realizada mensalmente pela FecomercioSP com base nos dados do Ministério do Trabalho e Emprego, por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e o impacto do seu resultado no estoque estabelecido de trabalhadores no estado de São Paulo, calculado com base na Relação Anual de Informações Sociais (Rais).
Foi a primeira vez desde o início da série histórica (em 2007) que o mês contabilizou saldo negativo, resultado do desligamento de 82.618 trabalhadores contra 81.524 admissões. Com a redução de empregos em outubro, a ocupação formal recuou para 2.128.528 empregados. É também a primeira vez que uma retração é registrada nos postos de trabalho do varejo paulista no mês de outubro ? por mais que a partir de 2010 a desaceleração na criação de vagas é evidente, culminando com o saldo negativo em 2015.
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Segundo a assessoria econômica da Federação, o desempenho do mercado de trabalho do varejo paulista em outubro revelou a intensidade da crise no setor. Não apenas se registrou o nono saldo negativo mensal em 2015 (apenas em agosto houve geração de vagas), como se viu anulado o efeito sazonal da contratação de trabalhadores temporários no fim de ano, que historicamente começam nos meses de outubro.
Os piores desempenhos nos últimos 12 meses foram contabilizados nas atividades de concessionárias de veículos (redução de 7,2% do estoque) e de lojas de eletrodomésticos e eletrônicos (-5%). Já os setores de farmácias e perfumarias (3%) e supermercados (1,2%) foram os únicos a registrar altas, reflexo do crescimento do faturamento real ainda observado no setor.
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