A greve dos caminhoneiros, no mês passado, ainda mostra reflexos no abastecimento de produtos no varejo, de acordo com levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). No início de junho, comerciantes de 17 estados do País disseram que seus estoques estavam abaixo do ideal.
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A pesquisa mostra que, duas semanas após a crise de desabastecimento, 15,2% dos varejistas brasileiros ainda consideram que o nível dos seus estoques está aquém. Os resquícios da greve são evidentes para a operação. Nos três meses anteriores à paralisação, esse percentual foi, em média, de 13,8%.
Segundo cálculos da CNC, entre os dias 21 de maio e 4 de junho, somente nos segmentos de supermercados (R$ 2,8 bilhões) e de combustíveis (R$ 2,4 bilhões), o varejo perdeu R$ 5,2 bilhões em cinco estados: São Paulo (R$ 2,6 bilhões); Minas Gerais (R$ 700 milhões); Rio de Janeiro (R$ 628 milhões); Bahia (R$ 596 milhões); Paraná (R$ 547 milhões); e Distrito Federal (R$ 155 milhões).
A sensação de desabastecimento é mais forte no comércio de bens duráveis, no qual 17,2% dos entrevistados relataram níveis baixos dos estoques nas lojas, contra 15,4% na média do trimestre anterior às paralisações. Já no comércio de bens não duráveis, 11,8% dos entrevistados apontaram que os estoques estavam abaixo do adequado, contra 11,2% na média do trimestre anterior.
Em termos regionais, o desabastecimento de bens duráveis foi maior em Florianópolis (SC), onde 28,2% dos comerciantes apontaram estoques abaixo do ideal no período; Curitiba (PR), com 23,5%; Palmas (TO), com 22,3%; e Boa Vista (RR), com 19%. Já no comércio de bens não duráveis, os comerciantes que estão sentindo mais os estoques baixos estão em Natal (RN), onde 16,4% deles apontaram abastecimento abaixo do ideal; Belém (PA) e Cuiabá (MT), com 12,3%; e Aracaju (SE), onde 11,5% dos entrevistados relataram baixo estoque.
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