A contagem regressiva começou para a Unilever. Isso porque a gigante global de bens de consumo está anunciando a Unilever Compass, um plano de ESG que visa reformular sua cadeia de valor que vai desde seus alimentos até limpeza e higiene pessoal. Em coletiva nesta terça-feira (9) com executivas e executivos das áreas de beleza, sustentabilidade, fornecimento, home care e alimentos, a empresa revelou suas diretrizes e metas de seu compromisso com o meio ambiente e a sociedade.
Em seu extenso plano, a Unilever busca trabalhar com parceiros, suas marcas e tecnologias para ações climáticas, proteção e regeneração da natureza e economia circular. Quanto ao compromisso social, o comprometimento é com diversidade e inclusão, aumento do padrão de vida e perspectiva de futuro.
A empresa calcula impactar mais de 1 bilhão de pessoas anualmente até 2030 com suas ações de ESG.
Presidente da Unilever na América do Norte, Fabian Garcia disse que a visão da empresa é ser líder global em negócio sustentável. “Vamos mostrar como nosso modelo de negócio, guiado por seu propósito e aderente ao futuro, tem desempenho superior, trazendo resultados financeiros consistentemente.”
Clima e meio ambiente
O Unilever Compass para clima e meio ambiente tem metas para 2023-2025, 2030 e 2039. Até 2023, a Unilever quer ter uma cadeia de fornecimento livre de desmatamento para óleo de dendê, papel, chá, soja e cacau. Já para os próximos cinco anos, o plano é reduzir a fabricação de plásticos novos em 50% , reciclar 25% de todos seus plásticos, fazer com que todos os plásticos sejam de material reciclável e zerar o desperdício de comida em todas as operações.
Para 2030, o objetivo é parar as emissões de gases do efeito estufa, ajudar a proteger 1,6 milhão de hectares, florestas e oceanos, substituir combustíveis fósseis por energia renovável em todos seus produtos de limpeza, empoderar fazendeiros e pequenos agricultores para protegerem o meio ambiente, implementar programas de reuso da água em mais de 100 regiões e fazer com que todos seus ingredientes sejam biodegradáveis.
Para 2039, o plano é zerar emissões em toda a cadeia de produção.
Bem-estar
Quanto às diretrizes em bem-estar e saúde, a Unilever reforça suas metas com conquistas recentes. Hanneke Faber, presidente para comida e refrescos, cita a reinvenção do caldo em tablete da Knorr, que foi lançado recentemente no Brasil sem o sal.
“Um problema de anos é como fazer produtos Knorr sem sal, mas que ainda seja saboroso. Claro que se não for saboroso, ninguém come, o que prejudica nosso propósito. Nossos cientistas reinventaram o produto. Fizeram uma série de testes para criar a essência de vegetais, ervas e pimentas que tenham um sabor rico sem sal”, diz ela enfatizando o trabalho de textura e preservação das proteínas.
A executiva também cita o Vegetarian Butcher, hambúrguer de carne a partir de plantas que hoje é vendido no Burger King.
Além de produtos, a Unilever tem trabalhado em parcerias com organizações mundiais como o Fórum Econômico Mundial e o Conselho Mundial de Negócios para Desenvolvimento Sustentável para ajudar o Global Food System Summit, ligado à ONU (Organização das Nações Unidas). Além disso, a empresa trabalha com startups para alternativas de proteínas e tecnologias para redução de desperdício de comida em restaurantes.
Beleza e higiene
Para a área de beleza e higiene, a Unilever dará ênfase às representações tanto em suas embalagens quanto peças publicitárias. Esi Bracey, vice-presidente para beleza e cuidado pessoal para América do Norte, afirma que a empresa quer ter certeza de ter um portfólio inclusivo de marcas, dando importância a todas as peles, cabelos e tipos de corpo.
“E por isso estamos dizendo ‘não’ para a palavra ‘normal’. Estamos fazendo esta mudança em todas nossas embalagens e propagandas. Está claro nas pesquisas que isso é um imperativo. Sete em 10 pessoas concordam que ‘normal’ tem um impacto negativo. E este número é ainda maior entre jovens entre 18 e 35 anos”, diz Bracey.
A Unilever diz que combaterá estereótipos nocivos e alterações digitais de imagem, ao passo que incentivará as perspectivas de representação de diversidade.
Problemas complexos, soluções holísticas
Ao longo dos anúncios referentes às diretrizes e metas, executivos da empresa reforçaram o desafio de criar uma economia circular, e que se as soluções fossem fáceis, já teriam sido tomadas. Richard Slater, chefe de desenvolvimento e pesquisa da Unilever, reforça que é preciso ir além dos próprios produtos.
“Há muito o que reparar no sistema todo. Temos que promover novos modelos de negócios e que tenham escala. Precisamos reciclar mais plásticos do que vendemos.”
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