Unicórnios são animais mitológicos, considerados raríssimos e que tem a imagem relacionada à pureza e força. No mundo da tecnologia, contudo, o termo é utilizado para definir aquelas startups que ultrapassaram a barreira do US$ 1 bilhão em valor de mercado. A missão para chegar nesse patamar não é simples. Claro que estamos acostumados com portentos do tamanho do Uber, que já é avaliado em mais de US$ 60 bilhões, e do Airbnb, que já ultrapassou os US$ 30 bilhões, mas a realidade é bem diferente para outras companhias.
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É só pegar o Brasil como exemplo. Até agora, nenhuma empresa chegou próxima de atingir essa barreira no país. Esse foi o tema do debate realizado nesta quarta-feira (26) entre Pedro Waengertner, CEO da aceleradora ACE, Felipe Matos, fundador da Startup Farm, Lucas Vargas, CEO da VivaReal, e João Kepler Braga, investidor anjo e fundador da Bossa Nova Investimentos.
Na conversa, alguns arriscaram os seus palpites. As startups mais lembradas foram as já estabelecidas 99 e Easy, de soluções de transporte, a fintech Nubank, a Movile, dona de aplicativos como o iFood e o Rapiddo, e também a PSafe, especializada em aplicativos de segurança e performance digital. Quando isso irá acontecer, ficou na incógnita.
Todas essas startups receberam aportes milionários nos últimos anos. Para pegar o exemplo mais recente, a 99 teve um investimento de US$ 100 milhões realizado pela gigante chinesa DiDi, considerada a “Uber chinesa”. “Mesmo ainda não tendo alcançado esse patamar, dá para perceber que o Brasil evoluiu muito”, afirma Matos, da Startup Farm. “Esse debate era praticamente inexistente até poucos anos atrás.”
Os tempos são outros
Quem concorda com a afirmação de Matos é Lucas Vargas, CEO da Viva Real. Afinal, a sua empresa também busca o título de unicórnio. Até agora, a startup focada em soluções para o mercado imobiliário já recebeu investimentos de US$ 70 milhões, número que pode aumentar em um futuro próximo.
“Essa barreira é psicológica, pois queremos gerar cada vez mais valor para os nossos acionistas e clientes”, diz ele. “Mas certamente queremos quebrá-la.”
A empresa vem investindo em uma espécie de marketplace do mercado imobiliário. No entanto, mais do que vender e alugar imóveis pelo Brasil, ela quer trazer soluções para os compradores e vendedores. “Fizemos uma pesquisa e mostramos que as duas pontas dão nota 3 para o negócio que fizeram”, diz Vargas. “Se damos nota 3 para algo, é que a experiência foi péssima, então temos muito espaço para melhorar o setor.”
Diamantes ainda não lapidados
Como aceleradores, tanto Waengertner quanto Braga falam diariamente com startups em busca dos primeiros investimentos. Segundo eles, há ótimos negócios esperando ser acelerados e, ao contrário do que se via em outros tempos, as empresas e os empreendedores estão alcançando um nível de amadurecimento muito mais rápido.
“O empreendedor está mais educado, gerando conhecimento e estão conseguindo ultrapassar barreiras com muito mais velocidade”, diz Braga, que tem um portfólio de mais de 100 startups que, juntas, valem R$ 2,5 bilhões.
Para Waengertner, esse movimento é resultado de um avanço da população na busca de conhecimento sobre o assunto. “Antigamente, antes de qualquer evento, tínhamos que explicar até o que era uma startup”, diz ele. “Os tempos estão mudando.”
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