Em tempos de empoderamento feminino, suposta discriminação de gênero colocou a Uber no banco dos réus da Comissão de Oportunidade Igual de Empregos dos Estados Unidos. A investigação sobre ações relacionadas a contratações e diferença salarial entre homens e mulheres começou em agosto do ano passado, quando a comissão passou a interrogar ex-funcionários e atuais colaboradores, além de reunir documentos da empresa de tecnologia, de acordo com reportagem do jornal The Washington Post.
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O presidente da Uber, Dara Khosrowshahi, prometeu mudar a cultura organizacional quando assumiu o cargo no lugar de Travis Kalanick, que saiu após uma série escândalos. “Estamos melhorando continuamente como empresa e temos feito muitas mudanças de maneira proativa nos últimos 18 meses, incluindo a implementação de uma nova política de remuneração com base no mercado, a revisão do nosso processo de análise de desempenho, a publicação de relatórios de Diversidade & Inclusão e o lançamento de treinamentos de diversidade e liderança para milhares de funcionários em todo o mundo”, disse a Uber, em nota.
Gabryella Corrêa sabe muito bem o que é discriminação de gênero no segmento de mobilidade urbana. Quando a executiva da área de gestão decidiu lançar a Lady Driver, aplicativo que conecta motoristas mulheres a passageiras, ouviu diversas vezes que a ideia do empreendimento era pura teimosia. “Ouvi ‘piadas’ de investidores sobre mulheres não saberem dirigir, dando a entender que o aplicativo nunca daria certo”, contou a presidente. Mas os números não mentem. Em pouco mais de um ano de operação, já são 20 mil motoristas em São Paulo e Guarulhos e 250 mil downloads de passageiras. “Crescemos, em média, 40% por mês, mas já chegamos a dobrar de tamanho de um mês para o outro”, afirma.
O próximo passo será fazer a internacionalização da companhia. “De acordo com uma reportagem do Financial Times, somos o maior aplicativo de transporte feminino do mundo. Isso acabou gerando interesse de novos investidores que querem levar a Lady (Driver) para o Reino Unido, França e Estados Unidos.” Perguntada se ouviu comentários desagradáveis dos novos investidores, a resposta foi um sonoro não.