Economicamente passamos por um ano complicado por conta de toda a turbulência política que atravessa o país, mas o e-commerce nacional pode se orgulhar de ser um oásis em meio a tanta dificuldade. Mesmo não tendo evoluído tanto quanto cresceria em condições normais, o faturamento aumentou nas datas sazonais do primeiro semestre, fato que ainda deve se repetir em dois eventos importantes para o setor: Black Friday e Natal.
Além da última sexta-feira de novembro, a Black Friday já tomou conta também do restante da semana que a antecede, figurando como uma verdadeira Black Week, e fazendo com que muitas pessoas, inclusive, adiantem as compras de Natal. Por isso, a recomendação é ficar de olho na lucratividade real que esse evento pode agregar ao negócio e investir pesado em ações para a data. Dezembro já não é mais a salvação dos varejistas, como vimos em 2015, com o mês anterior sendo ainda mais forte que a véspera das festas de final de ano.
A Black Friday acontece no Brasil desde 2010 e já se incorporou ao calendário do comércio no país. Conforme o mês de novembro vem chegando, milhares de marcas já começam a colocar em prática os preceitos básicos: ‘invista em tecnologia’, ‘prepare seu site’, ‘invista em marketing’, entre outras dicas genéricas que você, empreendedor, já está cansado de saber.
Mas além de tudo isso, para quem aposta alto na data, é muito importante ter em mente que a preparação com antecedência de toda a operação é o que deve guiar o sucesso esperado. É preciso também ter consciência do cenário real para que as expectativas não sejam frustradas. Para facilitar ainda mais, separamos três dicas essenciais para que sua loja virtual seja bem sucedida durante o feriado de compras.
1. Sem estrutura, o lucro não aumentará
A não ser que você queira passar a sua trajetória empreendedora inteira ‘namorando’ o mesmo faturamento, invista em uma estrutura robusta. Mesmo se sua plataforma der conta do número de acessos de sua loja virtual o ano todo, é possível que durante a Black Friday o servidor fique lento e até seu site caia. Cada segundo que você estiver fora do ar significa menos conversões de compra e migração de clientes para o concorrente.
A equação do Black Friday no e-commerce gira basicamente em torno de 7 eixos: navegação, estabilidade, tecnologia, marketing, estoque, preços e entrega. Com uma infraestrutura consistente, o lojista virtual já resolve mais da metade do problema.
2. Não use métricas de anos anteriores
Em 2010 quando chegou ao Brasil, a Black Friday era uma absoluta novidade, o que, naturalmente, causou um furor entre os consumidores, ainda mais com uma economia que crescia 7,5% ao ano. Foi fácil multiplicar por 10 o faturamento da Black Friday brasileira no ano seguinte. Tal façanha já não se repetiu nas edições posteriores, que continuaram crescendo a números nem tão graúdos até registrar a menor porcentagem de aumento em 2015: 38% em relação à 2014 segundo o E-bit. As previsões para esse ano ainda não foram divulgadas pelos institutos de pesquisa, mas fica nosso palpite: é pouco provável que o aumento de vendas seja maior que 38%.
3. Se prepare, mas não se iluda
A Black Friday é a melhor data em vendas depois do Natal, é essencial para o setor e já foi totalmente incorporada também pelos consumidores brasileiros. Você precisa se preparar e alcançar os melhores resultados possíveis porque o feriado de compras registra o maior fluxo de clientes do ano em um único dia. Se você não estiver pronto, algum concorrente estará.
Mas lembre-se: a Black Friday só é tão forte porque antecipa uma parte das vendas de presentes para o Natal, o que significa que você precisa calcular um faturamento mais fraco que o normal para os primeiros dias de dezembro.
*Nelson Scoz é gerente de consultoria e performance da Rakuten Brasil