Em coletiva no final da tarde desta sexta (28) em Brasília, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) divulgou mais detalhes sobre a operação que deflagrou trabalho análogo ao escravo em uma oficina de costura na Zona Norte de São Paulo que fornecia roupas para a Renner. A varejista foi responsabilizada pelas autoridades e recebeu 30 autuações, com multas que podem chegar a R$ 2 milhões.
Na nota emitida em seu site oficial, o MTE destaca que a ?força tarefa resgatou 37 bolivianos que eram submetidos a jornadas de trabalho excessivas e exaustivas, retenção e desconto indevido de salário, servidão por dívidas e sofriam violência psicológica, verbal e física?.
Também em nota, a Renner divulgou que, logo que foi notificada dos fatos, ?se colocou ao lado das autoridades para garantir o cumprimento das leis trabalhistas e que manifesta a sua total indignação com essas ocorrências, uma vez que não aceita e não tolera nenhuma situação de precarização do ambiente de trabalho de seus fornecedores”.
A Oficina de Costura Letícia Paniágua Verdugues é uma empresa ?quarteirizada? (contratada por dois fornecedores da Lojas Renner ? as indústrias têxteis Kabriolli e Betilha) e prestadora de serviço da Lojas Renner.
A companhia firmou acordo com o Ministério Público do Trabalho e Defensoria Pública da União em contratar estes trabalhadores (com garantia de estabilidade de seis meses) para suas indústrias diretas.
Os bolivianos ainda receberão R$ 875,8 mil em verbas rescisórias. A ação envolveu as Superintendências Regionais do Trabalho e Emprego em São Paulo e no Rio Grande do Sul e ocorreu entre os dias 21 de outubro e 25 de novembro.
A Associação Brasileira do Varejo Têxtil (Abvtex) emitiu comunicado descredenciando a oficina, mesmo procedimento tomado anteriormente pela varejista. Nesta sexta-feira (28), mais cedo, o portal NOVAREJO publicou que a Renner está revisando e aperfeiçoando o processo de auditoria e certificação de fornecedores. A companhia é signatária do Pacto de Erradicação do Trabalho Escravo e Pacto Global de 2013.
Autuações similares já aconteceram com outras grandes marcas do varejo no Brasil e no mundo. Veja abaixo notícias sobre algumas delas: