Há uma corrida tecnológica para tornar as compras puro entretenimento, com uniformidade multicanal. Até aí, tudo normal. Mas os pesquisadores e executivos debruçam-se hoje sobre os sistemas de pagamento. a segurança absoluta no pagamento com encriptação instantânea, tokenização (validação integrada) e eficiência tão grande que faz da compra algo natural, sem filas, sem validações, sem senhas, sem fraudes.
A senha – sem trocadilhos – dessa corrida é o “buy button”, ou compra por um toque, em tradução livre. A eliminação absoluta das fricções. Sistemas de troca de informação presentes nos smartphones e nas lojas on e off line irão permitir a compra por proximidade, instantaneamente. O consumidor usa um app, navega, entra em contato com ofertas especialmente desenhadas para ele. Sem sair de seu ambiente, ele clica em qualquer botão de aceite e pronto. A compra está feita. Não se procura o que comprar, não se vai on-line buscar ofertas.
Elas serão antecipadas para se conectarem com os perfis dos clientes. Por isso vemos hoje as diversas tecnologias novas de pagamento – Apple Pay, Google Pay, Chase Pay, Pay Pal, Pagamentos via tags (como nos programas Sem Parar e ConectCar, por exemplo), pagamentos por pontos de programas de fidelidade – disputando espaço no varejo, na briga por impor um padrão que o consumidor queira usar como definitivo. O que se sabe é que o consumidor quer pagar de modo mais simples. O tempo de compra é voltado para a experiência, conteúdo, interação social e nunca para pagar. Um novo padrão de comportamento.
Google, Pinterest, Twitter, Spotify e Facebook já praticam vivamente o “social commerce”, interferindo suavemente no tempo on-line de seus consumidores e oferecem o botão “buy”. Você está vendo um filme no You Tube e é impactado por uma oferta. Clica “ok”, confirma a compra e volta para o seu filme. Você curte posts no Facebook e vê um anúncio sobre o que curtiu. Clica em “ok”, finaliza a compra e volta para a sua timeline. Está navegando pelas imagens bonitas do Pinterest e algo chama a sua atenção. Mais um “ok” e volta para a sua experiência. Sistemas diversos vão se conectar às suas possibilidades de pagamento – dinheiro em conta, pontos de programa de fidelidade, recursos do cartão de crédito, recursos de programas de débito – e finalizar a transação totalmente validada, aceita e segura.
Leia também
Dinheiro novo criando o novo dinheiro
Os recursos dos consumidores irão girar em velocidade acelerada, como investidores movimentando recursos pelas bolsas de valores mundo afora. A Amazon desenvolveu Amazon Payments, um sistema de pagamento expresso, utilizado já pelo Golf Now, ação da NMC voltada para os amantes desse esporte. Com ele, os clientes podem ir aos jogos e serem imediatamente reconhecidos, sem ingressos e validações de cartão. Usando o Amazon Payments, o cliente acessa o estádio por meio de uma pista livre e é automaticamente reconhecido na porta do Golf Course.
Já existem tecnologias que conversam entre si voltadas para facilitar e reduzir ao mínimo o tempo esperado para transações dos clientes. Comprar será quase tão natural quanto pensar. Um “ok” separa você dos desejos de consumo. E o melhor: sem dinheiro disponível de nenhuma espécie.
Em contrapartida, as experiências oferecidas aos clientes e o acesso que ele dará às informações que posta e mantêm nas redes sociais serão profundamente incrementadas. Mais tempo para viver intensamente os momentos de consumo. E simplesmente nenhum tempo para realizar a transação de compra.
Uma visão otimista e inaplicável para o Brasil de 2015? Talvez sim. Mas o avanço das tecnologias e do comportamento do consumidor mostram que o conteúdo do Money 20/20 está sintonizado com um novo processo de compra e de relação com o dinheiro. A inovação vai demolir o uso do dinheiro físico. Usar notas e moedas e mesmo cartões de débito e crédito serão incomuns para as próximas gerações. Peças de um passado tão distante quanto o da criação da roda e do fogo.
As revistas Consumidor Moderno e NOVAREJO trarão diversos conteúdos, tanto nos sites, redes sociais quanto nas próximas edições impressas para levar aos nossos leitores todas as informações e desdobramentos do Money 20/20.
*Jacques Meir é Diretor de Conhecimento e Plataformas de Conteúdo do Grupo Padrão