Se você já viu pelo menos uma cena da famosa versão americana da série The Office, ou mesmo acompanhou todas as temporadas, não tenho dúvidas que algumas passagens te renderam gostosas gargalhadas. Afinal, convenhamos: The Office é uma das mais aclamadas séries de humor dos últimos vinte anos — obrigada, Steve Carell! — e o motivo do sucesso é, na verdade, bastante óbvio.
De maneira muito estereotipada, The Office é uma fotocópia da rotina e dos acontecimentos da maior parte das empresas mundo afora. E isso, de forma tragicômica, nos faz notar que muita coisa no ambiente corporativo tem que mudar. E outras, por vezes postas de lado, precisam ser enaltecidas.
Piadas a parte, toda vez que eu reassisto The Office (foram algumas vezes, não vou mentir!), me pego pensando em como nove temporadas me fizeram criar carinho e empatia por um personagem como Michael Scott, um gerente para lá de atrapalhado, com visíveis problemas na gestão de pessoas, e Dwight Schrute, um funcionário, para dizer o mínimo, difícil de se aturar. A resposta vem sempre na última temporada: apesar das dificuldades, o trabalho em equipe e o acompanhamento das pessoas a nossa volta, todos os dias, cria uma empatia difícil de se descrever. Muitas vezes, é ela que faz a empresa prosseguir — e nos motiva a sair de casa todos os dias.
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Uma série atemporal — mesmo finalizada há quase dez anos
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Agora, o que intriga em The Office, além das risadas, é claro, é o quanto essa série consegue ser atemporal. E digo mais: querida por todas as gerações. Veja, a última temporada do seriado foi ao ar no dia 16 de maio de 2013, mesmo assim, ela agrada as gerações mais velhas (Geração X, Baby Bommers), é muito querida pelos Millennials e, pasmem: é adorada pela Geração Z. Sim, a Geração Z conhece muito bem The Office! Eles até usam a série — que é até mais velha que eles — como referência e momento de conforto.
Para se ter ideia, de acordo com o The Wall Street Journal, The Office foi o programa mais visto da Netflix no ano de 2019. Foram, só naquele ano, 45,8 bilhões de minutos assistidos, um número até mesmo superior a Friends. A conclusão é que o ambiente de Dunder Mifflin, mesmo que caótico, tornou-se uma “comfort série” para essas gerações mais jovens. E isso tem algo de muito bom, porque a mensagem de The Office é mesmo muito especial.
É um pedaço da vida que, ainda que passemos 1/4 do dia, muitas vezes é deixado de lado nas representações da mídia. Apesar de todas as dificuldades (são muitas), a série mostra que há muito para se aprender dentro de um escritório, com os colegas de trabalho e até mesmo com as situações desagradáveis.
Via de regra, o que torna The Office atemporal é a experiência humana da convivência e do aprendizado.
Leia mais: Game of Thrones e a trajetória do erro: o que aprender com o rumo da série?
O que podemos aprender com The Office e implementar no ambiente de trabalho?
Trabalho precisa ter diversão
Trabalhar é importante sim, mas manter uma equipe unida e ter consideração pelos colegas é algo que torna o trabalho mais fácil. Já foi provado várias vezes: monotonia é a inimiga da produtividade e um ambiente divertido pode transformar o dia das pessoas, assim como dar aquele “gás” para a realização de tarefas.
É evidente (e a série mostra bem isso), que existem limites que não devem ser ultrapassados. Afinal, respeito é o ponto de partida de qualquer relação trabalhista.
Gestão de pessoas é fundamental
Outro grande aprendizado de The Office é deixado pelo próprio Michael. Sim, ele tem seus momentos importantes, ele continua à frente da filial mais lucrativa, entretanto, não deixa de ser desrespeitoso com seus funcionários e mostra uma falta de habilidade na gestão de pessoas. É claro que esses momentos dele fazem gente rir — mas é de nervoso. O sentimento geral que o público e os próprios funcionários tem pelo Michael não é de admiração por ser uma grande liderança.
Ter um líder admirável, engajado e inspirador é um dos principais fatores para deixar a os colaboradores mais à vontade e motivados para uma produção mais próspera dentro da empresa.
Reconhecimento é um tema importante em qualquer negócio
Ainda que o prêmio “Dundies” tenha seus problemas, todo o evento tem um propósito maior: garantir um reconhecimento para os colaboradores. Mesmo do jeitinho torto do Michael, é impossível não sentir aquele calor no coração ao ver os prêmios que levam em consideração alguns dos melhores atributos dos funcionários. E essa é uma maneira bem divertida de não só unir a equipe, mas ressaltar o que há de melhor em cada trabalhador — o que, por consequência, o deixa ainda mais motivado.
Mas a maior lição de The Office é entender que o maior ativo das empresas são as pessoas
Por fim, eu acho que o maior aprendizado que The Office deixa para qualquer empresa é que quem faz o negócio são as pessoas. Com seus estilos de trabalho, da maneira como se encontram confortáveis, com suas ambições, objetivos, vivências e experiências. Mesmo diante de tantos problemas, a filial que é o ambiente da série foi uma das únicas a prosperar — e isso não se deve a uma grande estratégia e planejamento, mas à maneira como as pessoas interagem entre si e trabalham.
Estereótipos a parte, é de suma importância que haja planejamento e estratégia, mas vale sempre lembrar que quem toca a empresa são as pessoas. Employee Experience é relevante. E é bonito de ver como o entorno se transforma mesmo em uma “segunda família” — e abre espaço para que todo o sentimento de carinho prospere e permaneça.
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