?Tendência nao é futurologia, é estudo de recorrência de padrôes e entendimento dos gaps do mercado?. É o que afirma Daniela Dantas, Head of Advisory Latam da WGSN, ao introduzir algumas tendências globais de consumo e mercado no primeiro dia do BR Week.
Para ela, é chegada a hora de atingir o engajamento máximo. Valorizar o lado humano, elevar a interação vendedor-cliente e trazer novas lógicas para o ambiente do varejo será uma forma de reinventar a lealdade na era digital e fará a diferença para engajar. ?Hoje um dos principais desafios é como criar consumidores que escolham essa marca mesmo com outras infinitas possibilidades ao lado?.
Segundo a pesquisa Meaningful Brands – feita com 39.000 entrevistados em 34 países – apenas 5% das marcas fariam realmente falta se desaparecessem hoje. Portanto, é preciso criar diferenciais.
Ela cita o case da marca chinesa Amenpapa, de moda jovem. A empresa percebeu que vendedores nao deveriam ser só vendedores, precisavam contar histórias e perceberam que esse é o maior desafio. Por isso começou a contratar storytellers, mas mais do que isso, passou a treinar seus funcionários para ouvir histórias.
?Numa era em que compramos likes e recebemos via drones, o lado humano da experiência está se tornando simbolo de status?, afirma Daniela, parafraseando o designer de moda Patrick Grant.
Data versus criatividade
Atualmente existe uma infinidade de dados relevantes ou nao disponíveis. Os dados devem ser usados para aumentar a relevância das experiências que você proporciona para o seu consumidor. ?Devemos trazer esses dados para a parte criativa e emocional, para dar relevância. Dado e emoção são muito mais fortes juntos?, explica a especialista, que completa com outra paráfrase:
?Dados são uma nova midia, eles são o DNA de alguma coisa que os criativos transformarão em emoção?, de Koishi Yamamotu, global planning officer da Dentsu.
Dados tornam a vida do marketing mais fácil, as diferenças e comportamentos são mais rapidamente detectadas.
?Todo criativo precisa de informação para viver na realidade, assim como os cientistas, os criativos precisam trazer significado para suas descobertas?, diz ao citar o físico Professor Brian Cox.
?Isso é um reflexo de mercado que vai muito pro número e muito pouco para a essência?
Real life brands
É preciso trazer a sua marca para a vida das pessoas. Um caso citado por Daniela é o da Colgate. A marca mapeou a quantidade de açúcar nos produtos do supermercado e após a finalização da compra no caixa dava um ?sugar receipt? para os clientes, uma nota fiscal com os níveis de açúcar da sua compra, com isso dava desconto na compra do creme dental Colgate Maximum Cavity Preotection. A ação nasceu de um problema, afinal, a empresa criou o produto para evitar cáries, mas as pessoas não stem ideia de quanto açucar consomem.
Com isso, as três lições finais da especialista da WGSN são
?Não venda, crie experiências. Engaje que a conversão acontece?.
?Uso dos dados pode aumentar a relevância do que se fala para o cliente e como o impacta criativamente?.
?Precisamos questionar qual a intenção das nossas marcas/negócios – para acreditar, é preciso fazer sentido?.