A necessidade de se reinventar de acordo com as tendências de mercado não é novidade na vida do empreendedor. Ano após ano, a dinâmica de consumo passa por mudanças e aqueles que querem seguir fortalecidos precisam se adaptar. Em 2022 não será diferente. Temos vivido uma transformação gigante na forma como nos relacionamos e como conquistamos novos clientes, o que ganha ainda mais relevância visto o crescimento significativo de novos empreendimentos em relação a 2020. O segmento de MEIs, por exemplo, cresceu 8,4% em 2020, o que representa mais de 20 milhões de negócios ativos apenas nessa categoria.
Mas de nada vale apenas abrir um novo empreendimento, não é mesmo? O empresário precisa planejar a construção e a manutenção de um negócio sustentável. Nesse aspecto, um estudo recente da Universidade de Boston destacou alguns pilares de gestão que irão definir o futuro desses empreendedores. São eles:
- Ter um propósito estabelecido dentro da equipe;
- Identificar o que realmente move o seu negócio;
- Ter processos e fluxos claros para todos;
- Estrutura organizacional bem definida;
- Gestão de talentos estruturada;
- Balanço positivo entre austeridade e investimentos;
- Métricas adequadas para mensurar os resultados.
Para manter um negócio vivo em 2022, também será importante estar atento às formas de consumo, que já são bastante diferentes do que eram há dois anos. Por isso, o empreendedor deve se preparar para enfrentar mudanças com resiliência, e ser flexível para reestruturar a sua rotina de trabalho. Afinal, nunca se sabe quando virá o próximo percalço.
Vale também destacar que, após períodos de recessão como o que temos vivido, existe a tendência de que momentos que gerem boas experiências para o consumidor ganhem ainda mais valor. Isso, somado ao volume de novos empreendimentos surgindo, torna ainda mais urgente que o mercado prepare todo seu ecossistema para focar no cliente, e não pura e simplesmente na entrega de produtos e/ou serviços. Ou seja, é preciso mergulhar no entendimento da demanda real do cliente, considerando o atributo emocional em toda a sua jornada de contato com a marca.
Outro ponto relevante a ser considerado são as grandes mudanças no contexto socioeconômico no Brasil, que afetam diretamente o comportamento do consumidor. Por isso, é comum que em 2022, encontremos uma maior propensão do indivíduo em retrair o consumo do produto puramente dito, para investir mais em momentos que lhe gerem uma vivência positiva. Ou seja, ele passa a dar mais valor aos seus recursos e a avaliar os seus gastos levando em consideração não só o desejo direto de compra, mas também o significado emocional que aquela compra trará para a sua vida.
Obviamente o consumo seguirá acontecendo, porém de forma mais consciente e controlada. A obstinação pela realização de sonhos será a mola propulsora desse novo perfil de consumidor, que até então não existia.
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A WGSN (Worth Global Style Network), empresa de previsão de tendências e comportamento de consumo, traz três perfis para 2022. Abaixo você conhece um pouco mais sobre os estabilizadores, os comunitários e os novos otimistas.
O próximo ano também será de inúmeras oportunidades. E vale lembrar que com estas, vêm grandes desafios. O aumento exponencial nas interações virtuais com os clientes, por exemplo, irá ampliar ainda mais a capilaridade das ações de vendas. Essa é uma grande oportunidade de ganho em escala, mas também gera a necessidade de considerar as plataformas online em seu mix de abordagens para fomento do seu negócio se quiser se destacar frente à concorrência.
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Se for investir no seu negócio para o ano de 2022, ou iniciar uma empresa, o caminho é focar em recursos que ampliem a abrangência do empreendimento. Implementação de e-commerce, formato de trabalho remoto, criação de conteúdo para mídias online e infroprodutos – cursos online, e-books, audiobooks, etc -, são exemplos de investimento que valem a pena para o próximo ano.
Aqui fica uma dica: diante desse cenário, buscar conhecimento para saber lidar com as situações de crise, fazer a gestão dos recursos de forma austera, realizar investimentos em ferramentas e ações com baixo custo de implantação e possibilidade de ganho em escala, serão importantes diferenciais competitivos.
Em resumo, todo o ponto de contato com outro ser humano é uma oportunidade de conversão de vendas. O consumidor, que agora se torna phygital – comportamento de consumo híbrido, mesclando os contatos digitais e físicos – demanda que o empreendedor considere cada detalhe da rotina desse cliente no desenvolvimento do seu plano de negócio.
Ou seja, em 2022, a pergunta frequente que precisa ser feita é: qual é a memória que o meu negócio gera nas pessoas que cruzam o nosso caminho?
*Natanael Sena é membro da Sociedade Brasileira de Neurociências e Comportamento (SBNeC), filiado à Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a International Brain Research Organization (IBRO), Natanael Sena é Sócio da Brand & Stories e Fundador da InSenna Storytteling.
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