Há quanto tempo a alta rotatividade é um problema para as empresas do varejo? Além de gerar custos, a questão gera impactos difíceis de medir, ou seja, seus efeitos nocivos raramente são conhecidos como um todo. Grandes companhias hoje buscam táticas para reter profissionais cruciais por uma questão de sobrevivência, e não simplesmente por bom-mocismo. “Entendemos que resultado é consequência, e que só vamos conseguir sustentáveis quando temos as pessoas certas e temos literalmente essas pessoas engajadas em seu propósito”, afirmou em sua apresentação no BR Week 2016 a executiva Sylvia Leão, vice presidente de gestão de gente do Carrefour, uma empresa presente em três países com mais de 12 mil lojas espalhadas pelo mundo em diversos formatos. Há 40 anos no Brasil, a empresa que praticamente inventou o hipermercado – emprega atualmente 76 mil colaboradores no Brasil e 380 mil ao todo – está voltando para o e-commerce estamos voltando para o e-commerce. Veja quais táticas rede utiliza para manter seus melhores talentos no mercado de hoje.
1) IDENTIFICAÇÃO OU ATÉ LOGO: Se continuarmos achando que as novas gerações vão escolher uma empresa pelo mesmo motivo que outras gerações, será complicado garantir a perenidade no negocio, pois os critérios mudaram, então as táticas devem ser outras. As pessoas hoje querem se identificar com a companhia, se ver trabalhando nela. Ninguém mais é obrigado a ser tratado como mais um: como seres humanos, todos nós queremos fazer a diferença. E para isso a gente precisa mudar, pois não existe nada mais insano do que esperar resultados diferentes fazendo a mesma coisa.
2) CULTURA DE PERFORMANCE: A cultura de performance é baseada em meritocracia: responsabilização com acompanhamento. Esta tática faz com que os colaboradores consigam atuar de forma clara, uma vez que define as diretrizes da companhia. Para conquistar uma cultura de alto desempenho é preciso abolir a cultura de metas, a menos que essas passem a ser conectadas entre si para atingir um resultado, além de aperfeiçoar como os colaboradores enxergam o negocio e agem dentro dele.
3) TRANSFORMAÇÃO ORGANIZACIONAL: Que tipo de talento e cultura serão eficazes para sustentar o crescimento da empresa? Desde o diagnóstico e a avaliação até o desenvolvimento, a liderança tem um papel crucial na transformação de um time desalinhado, desintegrado e onde todos parecem correr sempre na mesma direção. Antes de mais nada é preciso fazer o diagnóstico de identificação da cultura colocando a atual versus a desejada. Uma vez construída, a liderança tem força incrível de construir (ou destruir) um programa inteiro de cultura. Em busca de team effectiveness, o Carrefour mantém um comitê de cultura porque sabe que é ela que faz mover – nada de “abraçar a árvore”, mas uma busca por conexão que fortaleça o time no sentido de buscar mais resultados. “Motivar a média gerência em grandes empresas é um desafio enorme, agora mover 80% da sua massa salarial é outra bem diferente. É o exemplo que vale, não o discurso bonito. É o resultado”, garante Sylvia.