O setor de supermercados crescerá 1,9% em 2014 e 2,5% em 2015, segundo estimativa da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) divulgada na tarde desta terça (16).
O índice para o segundo semestre elevou levemente as expectativas para este ano (que eram de +1,48%) e que já haviam sido revisadas em agosto (no começo do ano, aumento esperado era de +3%). No ano passado, o setor cresceu 5,36%
Para o presidente da entidade, Fernando Yamada, o importante é que o setor cresça acima do PIB e aposta em uma taxa de desemprego estável e um reajuste do salário mínimo maior que 2014 para que os supermercados se mantenham competitivos. ?Precisamos acreditar na força do mercado interno para enfrentar esse período difícil?, afirmou.
Consultorias
Números já trabalham com a deflação calculada pelo IPCA/IBGE e foram divulgados durante a convenção nacional do setor em Atibaia, que vai até a quinta-feira (18). Durante o evento, a Kantar Worldpanel demonstrou que o consumo de bens de alto consumo cresceu 4,4% no primeiro semestre de 2014, voltando a um patamar registrado dois anos atrás.
Para a consultoria, a frequência de compra vêm sendo reduzida sistematicamente principalmente nas classes mais baixas (que sustentaram por tanto tempo o consumo no País), aumentando o número de itens comprados ?para equilibrar o bolso?. Ou seja, os consumidores estão indo menos vezes ao supermercado, mas comprando mais itens em cada visita, priorizando preço.
Fonte: Kantar Worldpanel
Já a Nielsen descobriu que os brasileiros estão mais receptivos aos formatos de loja do tipo atacarejo (ou Cash&Carry), que focam em menos serviços e preços mais baixos. Esse segmento cresceu 9% no primeiro semestre se comparado ao mesmo período do ano passado.
Abrasmercado
A Cesta Abrasmercado é calculada pela GfK e aponta a evolução dos preços em uma cesta de 35 produtos de grande consumo como frutas, legumes e verduras, carnes, cereais, bebidas e itens de higiene e limpeza.
Para 2014, previsão é que o indicador feche em 6,17% (contra 6,27% do IPCA). Até julho, o indicador de preços mostrava resultado acumulado de 4,29% no ano e de 11,4% em 12 meses. Em 2013, o Abrasmercado variou 5,43% no ano, abaixo do IPCA do ano, que foi de 5,91%.
De acordo com a GfK, brasileiros estão deixando de consumir alguns produtos por causa do preço, indicando que o “bolso do consumidor encolheu”.