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Como ter sucesso no trabalho num mercado movido pela tecnologia?

Como ter sucesso no trabalho num mercado movido pela tecnologia?

Relatório global indica que o avanço contínuo da tecnologia exige uma demanda estável por melhorias de habilidades para encarar o futuro do trabalho.

Um novo relatório da Global Labor Market Conference (GLMC), denominado “Navegando o Amanhã: Dominando Habilidades em um Mercado de Trabalho Global Dinâmico”, revela algumas tendências sobre o futuro do trabalho no mundo.

Este é o segundo relatório da GLMC, dessa vez em colaboração com o Banco Mundial e Organização Internacional do Trabalho. O estudo destaca como trabalhadores estão demandando oportunidades de requalificação para enfrentar as intensas transformações promovidas por forças globais. Essa necessidade é ainda mais urgente em mercados marcados pela “rápida industrialização tecnológica”.

O relatório entrevistou milhares de pessoas em 14 países para mostrar como a globalização econômica, a mudança nos padrões demográficos, o ritmo da mudança tecnológica e o surgimento das mudanças climáticas estão moldando os mercados de trabalho, a demanda por habilidades e a essência do trabalho na Ásia, África, Europa e Américas.

Tecnologia e alta industrialização

Em países onde a tecnologia é uma força mais recente, como Vietnã (81%), Nigéria (70%) e China (70%), os participantes do mercado de trabalho mostraram maior probabilidade de adquirir novas habilidades para preencher a lacuna entre suas capacidades atuais e os mercados em rápida transformação.

Por outro lado, em países onde a tecnologia já está integrada ao mercado de trabalho há mais tempo, como Estados Unidos (50%), Austrália (44%) e Reino Unido (42%), parece haver menos urgência em se qualificar. Contudo, o avanço contínuo da tecnologia exige, mesmo nesses mercados, uma demanda estável por melhorias de habilidades.

As habilidades profissionais se tornarão defasadas?

Ao serem questionados sobre quais tendências globais poderiam tornar suas habilidades parcialmente ou totalmente irrelevantes nos próximos cinco anos, os entrevistados destacaram a mudança tecnológica como principal preocupação. O tópico superou temas como globalização, mudanças climáticas e transformações demográficas.

No Brasil (61%) e na China (60%), quase dois terços das pessoas acreditam que algumas ou todas as suas habilidades podem se tornar obsoletas. Nos EUA (51%), Índia (55%), Espanha (54%), Arábia Saudita (56%), África do Sul (57%) e Nigéria (59%), mais da metade compartilha dessa preocupação. Já no Reino Unido (44%) e Japão (33%), a proporção é menor, mas ainda significativa.

A pesquisa também indica que em países onde houve uma rápida mudança tecnológica nos últimos cinco anos, os participantes do mercado de trabalho estavam mais inclinados a adquirir novas habilidades para preencher a lacuna entre as capacidades atuais e as demandas de um mercado de trabalho em evolução.

No caso do Brasil, a pesquisa aponta que trabalhadores priorizam melhorar suas habilidades como forma de aumentar a renda, em contraste com outras regiões que focam em resiliência às mudanças globais. Em paralelo, a percepção da globalização como fator impulsionador para qualificação está diminuindo no Brasil (-18 pontos percentuais), com novas alianças comerciais, como os BRICS, sendo vistas como oportunidades que reduzem preocupações sobre a globalização.

China é o mercado mais ansioso em relação à tecnologia

Houve um número visivelmente maior de pessoas na China (36%) que temiam que computadores e robôs pudessem eventualmente assumir seus empregos, em comparação com a Índia (26%), Austrália e Vietnã (25%), EUA e África do Sul (24%), Arábia Saudita (23%) e Brasil, Reino Unido e Nigéria (21%) e Japão (20%). De acordo com pesquisas existentes, China e Índia juntas respondem pelo maior potencial de emprego tecnicamente automatizável no G20.

Desafios limitam os esforços de qualificação

A pesquisa revelou que 44% dos trabalhadores acreditam que a responsabilidade pelo aprimoramento de suas qualificações no mercado de trabalho é pessoal, destacando uma cultura de autoaperfeiçoamento. No entanto, os autores do relatório alertam que a interação complexa entre as prioridades de governos, empresas e sindicatos, além de sistemas de educação e treinamento desatualizados, pode estar dificultando a capacidade de muitos trabalhadores ao redor do mundo de avançar em suas qualificações.

Além disso, apesar de mais de 60% dos entrevistados relatarem que os empregadores optaram por requalificar os funcionários, mais de 40% identificaram a falta de tempo como a barreira mais significativa para o desenvolvimento adicional de habilidades, porcentagem que se repete no recorte brasileiro, seguida de perto por restrições financeiras (39%). Para coincidir com isso, 19% dos entrevistados sentiram que o sistema educacional atual estava fora de sintonia com o novo contexto de habilidades.

Confiança é menor em governos do que em empresas

Os entrevistados demonstram uma confiança significativamente maior nas empresas (49%) para apoiar os esforços de qualificação e requalificação, em comparação com os governos (20%), ONGs ou organizações comunitárias (19%) e sindicatos (12%). Isso indica que os trabalhadores esperam que os empregadores tenham um papel mais proativo no desenvolvimento do capital humano e na capacitação da força de trabalho.

Somente na Arábia Saudita (35%) e na Índia (31%) o governo possui uma parcela significativa de confiança para apoiar os esforços de qualificação e requalificação. A confiança no governo é consideravelmente menor na maioria dos outros mercados, incluindo os Estados Unidos (15%), Reino Unido (12%) e Noruega (9%), país onde os sindicatos desfrutam de maior confiança (31%).

Mudanças climáticas como fator de qualificação

A mudança climática teve impacto limitado nas decisões dos entrevistados de qualificação ou requalificação – o que inclui mercados como o Brasil, Arábia Saudita e Espanha, que, segundo projeções do IPCC, enfrentariam as maiores mudanças na temperatura média global até 2100. No entanto, os países pesquisados que estão sentindo de maneira mais aguda os impactos da poluição, como China (41%), Vietnã (36%), Índia (32%) e Nigéria (26%), registraram a maior necessidade de qualificação devido às mudanças climáticas.

Habilidades cognitivas, gerenciais, socioemocionais e STEM

Os participantes da pesquisa destacaram quatro habilidades essenciais para o sucesso no mercado de trabalho impulsionado pela tecnologia atual: habilidades cognitivas, gerenciais, socioemocionais e STEM.

Entre elas, as habilidades cognitivas, como análise crítica, resolução de problemas e pensamento inovador, foram as mais valorizadas, com mais de 50% dos entrevistados considerando-as prioritárias para os processos de qualificação e requalificação. No Brasil, esse reconhecimento foi ainda mais acentuado, especialmente quando comparado a países como a Austrália e o Reino Unido. Com cerca de 15% da população brasileira formada em áreas STEM, o país registrou o maior aumento (12 pontos percentuais) na percepção da importância futura dessas habilidades.

Em um recorte de gênero, os entrevistados do sexo masculino tenderam a favorecer habilidades de gestão e STEM para o futuro, enquanto as entrevistadas do sexo feminino estavam mais focadas em habilidades socioemocionais. Essas descobertas sugerem uma conscientização crescente sobre automação e a necessidade de desenvolver habilidades humanas que ajudarão as pessoas a terem sucesso na economia mundial movida pela tecnologia.

Envelhecimento populacional

Apesar das pressões causadas pelo envelhecimento populacional, mudanças demográficas não foram vistas como um fator-chave para impulsionar a qualificação por entrevistados europeus e japoneses. Em contraste, certos países asiáticos, como China, Índia e Vietnã, consideraram as mudanças demográficas uma questão mais significativa para estimular a qualificação, com quase 50% dos entrevistados chineses apontando essa tendência como uma motivação para adquirir ou renovar habilidades.

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