A série mais popular da Netflix é alvo de parcerias publicitárias há muito tempo. No Brasil, vários esquetes fizeram sucesso nas redes sociais. Como por exemplo, a campanha memorável da segunda temporada que relembrava os antigos comerciais de brinquedos e programas da apresentadora Xuxa Meneghel. Agora, a marca faz parceria com a Bombril e lança um aplicativo que supostamente capta sinal de televisão com a ajuda de uma esponja de aço (será?).
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Nos Estados Unidos, a parceria para a terceira temporada da série foi com o time de baseball Chicago Cubs. Um filtro de realidade virtual instalado no celular com a capacidade de mostrar uma animação do monstro vilão da série, o Demogorgon. Alguns veículos americanos criticam o atual excesso de parcerias pagas com a série. Só nos Estados Unidos, a série queridinha da Netflix já foi pano de fundo para mais de 5 campanhas com grandes marcas e diversos product placements notáveis durante os episódios.
Enter the Upside Down. #StrangerThings pic.twitter.com/n6IlFP8LbR
— Chicago Cubs (@Cubs) June 24, 2019
Voltando para o apelo nacional, a aposta da vez por aqui é o aplicativo Stranger Things Antenna. Como mostram os vídeos da campanha, ao pressionar uma esponja Bombril contra a parte traseira do celular, vídeos exclusivos com teasers e pistas da nova temporada aparecem na tela do usuário.
As marcas precisam ter cautela quanto a saturação de uma linguagem originada em modismos. A Netflix conta com um gigantesco catálogo de séries e produções próprias. Talvez não seria a hora das marcas embarcarem em outros grandes sucessos do serviço de streaming? Black Mirror é outro recordista em audiência, de qualquer forma, suas parcerias pagas e product placements são quase inexistentes.
Questionamentos sobre a experiência
A Netflix angaria a maioria de seus fundos com o valor das assinaturas. Atualmente, no Brasil, a plataforma vende seu serviço por aproximadamente R$ 32,00 no plano mais acessível, e é a maior empresa de streaming em vídeo pago. Mundialmente, o serviço conta com mais de 130 milhões de assinantes. E a questão que fica é: com este cenário, é preciso realmente inserir conteúdo pago dentro das séries e filmes?
O YouTube recebe até hoje duras críticas ao modelo de propagandas invasivas durante vídeos. E estudos comprovam que a maioria dos usuários fecham as propagandas nos primeiros segundos de exibição. Já a Netflix vinha como uma opção adless (sem propaganda) para o mercado de conteúdo e, isso justificaria sua ausência de anúncios.
Mesmo com a receita advinda de assinaturas, a marca opta por inserções inteligentes de produtos e postagens pagas em redes sociais. Ainda não há uma crítica sólida em relação ao assunto e, isso talvez se deva ao fato da “não-tão-óbvia” tática do serviço de inserir marcas de forma sorrateira em seu conteúdo autoral.
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