O isolamento social causado pela pandemia trouxe transformações estruturais, econômicas e tecnológicas. Provocou desafios e proporcionou aprendizados. Mexeu com o coletivo e chacoalhou o individual. Tudo isso aconteceu sem que pudéssemos nem sequer consultar um manual de instruções.
Realizamos que o futuro é incerto? Sim.
Isso gerou ansiedade? Muita.
Tentamos focar as energias em hábitos positivos? Sim!
Mas eis que de repente viramos mais uma folhinha do calendário e nos deparamos com novembro. Mas já? Então, é hora de fazer aquele – por algumas vezes aguardado, por outras temido – balanço sobre como foi o ano. Os prós e contras, os DO’s and DONT’s, as promessas que vingaram e as que ficaram pelo caminho.
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Desejar que a pandemia acabe é hors concours. Estabilidade política: queremos. Melhora da economia: idem. Voltar a frequentar eventos sociais: ibidem.
OK, mas e o lado profissional? E o pessoal? E quanto à carência humana que nasceu por conta do distanciamento e da digitalização?
A partir da chegada de um inédito modelo de experiência social, que impulsionou um novo comportamento, o que realmente mudou?
Na retrospectiva do meu ano, destaco as mudanças adotadas no estilo de vida: um ano inteiro dentro de casa, aprendendo a fortalecer o olhar positivo e a sermos mais humanos e, ao mesmo tempo, criativos.
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Também aprendi, mesmo com o trabalho à distância, a criar resiliência e a fortalecer ainda mais o senso de equipe.
Aprendi que cinco reuniões, ainda que virtuais, não cabem em cinco horas.
Aprendi mais sobre diversidade, empatia e inclusão, uma vez que o cenário que se impôs nos fez entender na prática um conceito mais amplo de saber se colocar no lugar do outro.
No plano das realizações, finalmente voltei a fazer ginástica.
Preguiça de academia: quem nunca teve? Quem nunca tentou e parou? Quem nunca desistiu porque estava frio? Quem nunca ficou “deprê” ao ver um post no Instagram? Quem nunca?
Procrastinava há uns bons cinco anos! A desculpa de que não encontrava o horário ideal não colava mais. Resultado: encaixei a malhação das 12h às 13h, coloquei na minha cabeça que era necessário e fui. Obrigada, Mondelez, por bloquear as nossas agendas no horário do almoço, porque isso fez toda a diferença!
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Passei quatro meses morando com a minha mãe, que é do grupo de risco. Meu marido e eu alugamos um apartamento na praia e fugimos de São Paulo. E enquanto ela e meu “paidrastro” vieram do Rio de Janeiro. Nem lembrava a última vez em que tínhamos ficado tanto tempo com eles! Até me emociono aqui…
Como a escola também transformou o seu espaço físico e entrou nas casas, levamos a Alice para o litoral norte e essa aproximação da família se revelou transformadora. Funcionou assim: eu trabalhava e ajudava a minha mãe no trabalho dela, enquanto eles ajudavam a neta na escola e nas tarefas. Vivi a intergeracionalidade na prática. Uma experiência simplesmente incrível!
Em linha com meu propósito de vida e carreira, me descobri apaixonada pelo público 50+ e iniciei a pós-graduação em Gerontologia pelo Hospital Israelita Albert Einstein. Com esse curso, tenho o objetivo de aprofundar meus conhecimentos sobre o processo de envelhecimento para poder contribuir com soluções de inovação e comunicação mais empáticas e humanizadas.
Fiz minha estreia no tema como madrinha do painel Maturidade do evento Conectades Brasil 2021, quando tive a oportunidade de colocar em perspectiva a discussão sobre o combate ao etarismo e o papel das empresas e líderes na mudança desse cenário.
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A cereja do bolo foi terminar de escrever e conseguir publicar o meu primeiro livro, batizado de “Empatia, humanização além do marketing”.
Como analista comportamental e estudiosa da empatia, percebi a necessidade crescente de amplificar esse tema no campo da pesquisa e da academia, bem como fortalecer sua prática nas organizações por meio da cultura de um marketing mais humanizado e de uma liderança mais empática.
Posso dizer que foi um dos maiores desafios da minha vida. E, depois de muita persistência, eu consegui! Como é bom realizar um sonho! E, mais uma vez, agradeço a todos que estiveram ao meu lado nessa jornada. Em especial ao meu marido que dormiu muitas noites ao som do teclado e ao meu pai que sempre me apoiou desde o dia que surgiu essa ideia – inclusive, ele foi o primeiro a comprar o exemplar número 1!
Como nem tudo são flores, este ano também trouxe algumas dificuldades: Como entrar e sair freneticamente de grupos de WhatsApp. Como continuar a não poder ver de perto os familiares e amigos queridos. Como pegar a Covid-19 e ter de ficar isolada. Sozinha. Por três semanas.
Nesse período, experimentei o sabor amargo de estar solitária em pleno Dia das Mães…
Minha sogrinha, uma mulher muito irreverente e querida, que me recebeu em sua família de braços abertos como um anjo do coração se tornou um anjo de verdade. O baque da sua perda mexeu comigo em diversas instâncias: por amá-la, por ser estudiosa no assunto e por saber me colocar em seu lugar. Mesmo com sua doença de Alzheimer em estágio avançado, aprendi com ela que vale a pena ouvir várias vezes a mesma história.
Como canta o rei Roberto Carlos “se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi”. Aliás, ouvi essa música diversas vezes durante a quarentena.
2022 ainda está se aprontando para entrar em cena, mas eu já tenho alguns rascunhos do que desejo para o ano que vem aí: continuar a intraempreender, trazendo oportunidades de impacto social e negócios inclusivos, distribuir mais empatia a mais pessoas por meio de palestras, eventos e aulas, ajudar a fortalecer o movimento contra etarismo já formada em Gerontologia, e produzir novos artigos de opinião neste espaço.
E você? O que aprendeu, realizou e deixará para 2022?
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