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Existirá Alzheimer e solidão em um mundo coberto pela realidade virtual?

Existirá Alzheimer e solidão em um mundo coberto pela realidade virtual?

Pesquisa mostra que a realidade virtual (RV) pode tornar as pessoas menos solitárias, bem como auxiliar a lembrança em pessoas com Alzheimer

A aproximação do metaverso já está fazendo com que muitas pesquisas norteiem o mercado sobre quais serão os benefícios e malefícios dessa nova realidade cibernética. Nesse ponto, a South by Southwest (SXSW), que acabou neste domingo, deixou uma intensa trajetória de conteúdos riquíssimos e inovações que estão por vir. Um deles foi a (positiva) relação entre a realidade virtual, o Mal de Alzheimer e o sentimento de solidão.

Um estudo recente da Baycrest Health Sciences, um hospital canadense de pesquisa em geriatria, notou que o uso dos óculos de realidade virtual pode ser, na verdade, uma curiosa forma de ajudar os idosos com Mal de Alzheimer e, de quebra, também os guiar em uma jornada menos solitária. Isso porque a exposição à essa tecnologia tende a desencadear memórias de curto prazo e incentivar alguns sentidos, sobretudo a audição.

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Um avanço contra a doença que afeta milhares de idosos em todo o mundo

Estima-se que hoje, o Mal de Alzheimer e a demência afetem mais de 1,2 milhões de brasileiros, tendo uma média de 100 mil novos casos anualmente. Em todo o mundo, segundo dados da Alzheimer’s Disease International, são mais de 50 milhões de pessoas acometidas por doenças neurodegenerativas. E, vale sempre lembrar, elas não possuem cura.

Além disso, ainda que não se saiba exatamente o que causa do Mal de Alzheimer e a demência no cérebro humano, já é possível medir alguns fatores de risco que podem contribuir para a degeneração do órgão mais importante do nosso corpo. E um deles é a própria solidão.

Leia mais: Teste detecta Alzheimer 10 anos antes dos primeiros sintomas

A prova disso está em um estudo realizado pela Universidade de Boston, que constatou que pessoas solitárias entre 45 e 64 anos — a geração X e os baby boomers — são mais propensas a desenvolver essas doenças que afetam a mente. Já outro relatório, divulgado aqui no Brasil em 2020 e realizado pelas Academias Nacionais de Ciências, Engenharia e Medicina, mostram que houve um aumento de 50% no risco de demência para os idosos durante a pandemia.

Durante o painel da SXSW, Allison Sekuler, vice-presidente de pesquisa do hospital Baycrest Health Sciences, relembrou exatamente esse detalhe da doença. Ela destacou que o uso da realidade virtual não tem o poder de reverter a demência e os danos já causados ao cérebro, mas pode retardar novos sintomas e a progressão de doenças como o Alzheimer, por exemplo. “Não é apenas fazer as pessoas felizes e menos solitárias. Isso está de fato ajudando o cérebro delas”, comentou ela durante o painel.

A realidade virtual como caminho para evitar o avanço da doença

O que o estudo do Baycrest Health Sciences notou, entretanto, foi que a realidade virtual justamente consegue ativar mais memórias e sentimentos, posto que proporciona aos idosos uma imersão muito mais completa na tecnologia do que um tablet ou smartphone.

“Na verdade, há mudanças na função cerebral quando você está em realidade virtual, em vez de ouvir alguém no telefone ou olhar para uma tela”, completou Sekuler.

Com seu caráter tridimensional, a realidade virtual consegue atingir campos mais profundos na mente. Ou seja, consegue similar melhor sons, imagens e até mesmo aromas em alguns casos — lembrando que o olfato é um dos sentidos mais conectados à memória.

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E embora o hospital canadense tenha detectado essa curiosidade em seu estudo, há, de fato, empresas que inclusive usam a realidade virtual para promover um aspecto de segurança para os acometidos pela doença, assim como para detectá-la em seus diferentes graus de intensidade.

John O’Keefe neurocientista que recebeu o Prêmio Nobel em 2014, é um dos cientistas que trabalham no uso da realidade virtual para identificação dessas doenças neurodegenerativas. Ainda em fase de testes, ele já declarou, em entrevistas públicas, que tem se comprometido a encontrar uma identificação do Mal de Alzheimer de forma precoce.


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