Eles são tolerantes, aceitam amplamente a diversidade e a igualdade de gêneros, poupam dinheiro e querem mudar as relações e formatos de trabalho. Esse são os membros da Geração Z e só estão iniciando a sua jornada. Há muito para decifrar ainda que estes jovens sejam os mais transparentes da história. Sarah Owen, editora-senior de mídia digital e marketing da WGSN compartilhou dados e insights sobre como as prioridades, expectativas e visão de mundo da Geração Z vai mudar o ambiente corporativo, o entretenimento, a cultura e até o que comemos. Eles são o núcleo da tendência do pós-consumidor que o Conarec, realização do Grupo Padrão, mostrará nos dia 04 e 05 de setembro. Sarah considerou peculiar que ela, como millennial, precise falar sobre a Geração Z. Exatamente como nós, do Grupo Padrão, ela viaja pelo mundo para aprender tudo o que é possível sobre a Geração Z e suas atitudes. Esta geração pode ser chamada de “tribo dos oito segundos”, esse é o tempo de atenção que dedicam diante de alguma coisa. Vendo diversos vídeos com entrevistas exibidos durante a apresentação, pudemos perceber que essa geração tem uma relação diferente com a comida, mais estética, mais pictórica, e não necessariamente identificada com o orgânico, mas sim com a origem. Comida é experiência e deve ser lembrada por meio de fotos e imagens. A comida é visual e se relaciona com o social, com o ato de conviver. Esses jovens gostam de viajar, de preferência para localidades exóticas, com acentos místicos ou não identificados com as próprias culturas. Eles gostam de entender e viver as diferenças, exercitar e estar aberto para a criatividade derivada da convivência com pessoas diferentes. Ao mesmo tempo, a universidade faz sentido para eles, “uma rede de segurança” para que se sintam parte de algo. São mais orientados à família e à carreira do que os Millennials. Como filhos da crise financeira de 2008, são preocupados com a vida financeira e são mais frugais, menos agitados e seguros de que poderão provocar mudanças mais sensíveis do que a geração anterior. No trabalho, dizem que os CEOs devem ser pacientes com eles, exercerem menos autoridade e contratarem mais mulheres e pessoas diferentes.
Confira a edição online da revista Consumidor Moderno!
Eles terão impactos significativos nos ambientes de trabalho. Como já falamos, exigem transparência e comunicação aberta, com follow ups frequentes, semanais ou diários, constantes e precisam sentir que as empresas estão interessadas em sua evolução. Como são visuais, são extremamente ligados ao Instagram, aos emojis e aos gifs como formas de expressão e linguagem porque pensam em rede e em compartilhar. Não por acaso, são a Geração “We”. Para eles, quase nunca é sobre si, mas sempre sobre nós. São menos consumistas, muito menos, e consideram que o igual é sempre diferente. Pois bem, eles são abertos às conexões, mas gostam de comandar essa conexão, preservam seu espaço e seus direcionamentos culturais passam por escapismo, engajamento, ativismo ou ciberativismo, priorizam suas marcas pessoais, o que os torna ligeiramente niilistas, céticos e encapsulados. A diversidade é um valor essencial para eles, e levaram essa ideia para a sua relação com a comida. Vegetarianismo, refeição compartilhada, alimentos naturais, inclusão de pessoas com restrições (lactose, glúten) fazem sentido para eles e pensam nisso como presentes sociais relevantes. A comida permite uma imersão e elevação mental a níveis quase espirituais.
Outro olhar
Sua diversão também é frugal: viagem, música, festivais que celebrem comunidades, influenciadores e ativismo são valorizados, e a forma de encarar e vivenciar essas experiências passa sempre pelas fotos e pelo Stories. O Instagram torna-se então uma ferramenta de expressão cultural desses jovens. E sobre sua aparência e estilo? A Geração Z é obcecada pela diversidade e pela substância que essa característica traz por sobre o estilo. Admiram celebridades que se expõe para a conexão e para o bem-comum, que não abram mão da frugalidade. Emocionalmente, esses jovens sentem-se pertencentes ao mundo e precisam se sentir incluídos. Diversidade rima com inclusão para eles, uma característica-chave e fazem dessa busca uma condição para trabalhar, estudar e se dedicar.