A liderança feminina de Tijana Jankovic
- Por Jade Lourenção
- 4 min leitura
A presença de mulheres na liderança de grandes empresas ainda é algo que caminha a passos lentos e precisa se tornar mais natural. A trajetória de Tijana Jankovic, antiga CEO do Rappi no Brasil, que assumiu recentemente o cargo de vice-presidente Global de Negócios da multinacional, é prova dessa importância – mas também da necessidade de a mulher ter que se dedicar o dobro para alcançar cargos de liderança.
Tijana domina seis idiomas – sérvio, português, inglês, francês, italiano e espanhol –, traz no currículo a experiência de atuar profissionalmente em diferentes países e está sempre buscando aprimorar suas skills.
Como CEO do Rappi no Brasil por dois anos, a executiva ajudou a alavancar a marca no País e recebeu a promoção para o cargo global.
Entre os principais pilares do trabalho de liderança de Tijana está a excelente comunicação. “Temos que olhar pela perspectiva feminina, e isso tem vários pilares dentro do que é uma excelente comunicação”, afirma. “Precisamos passar empatia, diversidade e poder de escuta”, completa.
Aliás, a escuta aparece como chave para conectar-se com as pessoas e acabar com o estereótipo de que “executivo é quem fala pela empresa”. “O líder destaca-se pela forma como escuta o time, tirando o melhor das pessoas e permitindo que elas contribuam da melhor forma que podem com a empresa”, afirma Jankovic.
Para que essa dinâmica seja ainda mais poderosa, a diversidade é outra bandeira levantada.
A executiva entende que um time que compartilha os mesmos pontos de vista não é construtivo, e afirma que a forma de contratação, que antes refletia os pensamentos e as ideias do fundador ou do presidente das empresas, está mudando.
“É muito mais fácil lidar com pessoas parecidas com você do que com aquelas que pensam diferente, mas é preciso haver um esforço para entender diferentes pontos de vista. A riqueza da empresa é a diferença entre os colaboradores, e acho que hoje o sucesso da marca é reconhecer isso; entender que são as pessoas que precisam enriquecer o time. Uma coisa é contratar a diversidade, outra é deixar que essa diversidade aconteça dentro da empresa”, afirma.
A visão implica também as decisões, que devem ser tomadas em conjunto. Tijana afirma, porém, que a ideia é vista como contraditória por muitos. “Em tese, o líder deveria tomar decisões e saber o que é melhor para o seu time, mas, na verdade, quando todos participam o efeito da decisão é melhor”, diz.
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Trocas geram aprendizado
Quando o assunto é adquirir conhecimento e acompanhar tendências, algo que faz toda a diferença é a vivência dentro das diferentes áreas de uma empresa. “Eu já trabalhei com Operação, Comercial e Financeiro. Nunca fui executiva de Marketing, mas tive que gerenciar um time de Marketing”, conta Tijana. “Acho que é muito importante reconhecer o que você não sabe, trazer para perto pessoas que possam te complementar e deixar que elas façam isso”, completa.
Nesse sentido, a executiva ainda deixa claro que nenhuma pergunta é boba ou inútil. “Vejo pessoas se desculpando por fazerem perguntas.
O que esquecemos é que alguém do time já sabe a resposta, mas você não e você precisa saber. Então, manter essa curiosidade, essa abertura, é uma constante evolução profissional.”
O equilíbrio é essencial
Além de vice-presidente Global de Negócios do Rappi, Tijana é mãe e preza pelo work-life balance. Para ela, a flexibilidade na rotina é essencial. “Tenho minha carreira, meus filhos que são pequenos, meu marido, e preciso, no mínimo, fazer algo para a saúde física, para ter endorfina”, diz a executiva, que está grávida mais uma vez e entende que precisa aproveitar cada momento da melhor forma possível.
Não se cobrar demais e aproveitar o momento presente é uma regra de vida. Para isso, ela afirma gostar de recarregar as energias com contato social, indo a eventos, praticando exercícios e passando um tempo de qualidade com a família. “Muitas pessoas acham que ser eficiente vai fazer um dia de 24 horas ter 72 horas, mas a matemática é estática. O dia tem 24 horas para o presidente, o operacional, para todo mundo”, afirma Tijana ao explicar que basta ter equilíbrio e disciplina para dar conta de todas as atividades.
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