O que a IA não faz
- Por Larissa Sant'Ana
- 3 min leitura
Os olhos brilharam, o sorriso se abriu e a pele arrepiou. Rebeca Andrade, maior medalhista olímpica brasileira da história, subia ao palco principal do CONAREC 2024. Depois de dois dias de muitos encontros, reencontros e aprendizados, a mensagem final era: faça o seu melhor e faça por você. Isso já será suficiente.
Mas, em era de Inteligência Artificial, parece mais fácil perguntar ao ChatGPT o resumo de uma série do que iniciar uma conversa com um bom amigo que já a assistiu para saber sua opinião e, depois, quem sabe, chamá-lo para uma cerveja no bar do bairro. Parece mais fácil recorrer ao robô sobre um tema específico, quando poderia buscar um livro e conhecer tudo sobre o assunto.
Na busca pela facilidade, pelo encurtamento do tempo, pela produtividade, será que estamos fazendo o suficiente? Quando a IA foi capaz de fazer os seus olhos brilharem, o seu sorriso abrir e a sua pele arrepiar? Quando a IA despertou em você a vontade de fazer algo diferente e bem-feito? Que história memorável relacionada à IA você tem para contar?
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É verdade que já existem avatares com algoritmos avançados e projetados para simular interações humanas. Alguns deles são específicos para relacionamentos, como as chamadas “namoradas IA”, que, com interações de texto e voz, mantêm uma conversa coerente, realista e envolvente. Em poucos cliques, é possível criar um parceiro virtual, uma representação da sua alma gêmea.
Mas, quando nada é orgânico e tudo é programado – parafraseando a cantora Pitty –, onde ficam as experiências verdadeiramente inesquecíveis? Aquelas que a gente vive, que sente na pele. Aquelas que criam conexões profundas, laços humanos. Que serão contadas no trabalho, em jantares ou onde quer que seja.
Se a IA irá se tornar tão humana que será capaz de entregar tudo isso ou se o comportamento das pessoas mudará tanto a ponto de as “namoradas IA” serem mais interessantes do que os relacionamentos pessoais e as experiências reais, não sabemos. Por enquanto, usemos a tecnologia como uma ferramenta de apoio, para que nós possamos fazer o nosso melhor.
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