O propósito por trás da marca pessoal e do networking
- Por Larissa Sant'Ana
- 7 min leitura
Em tempos de LinkedIn e transformação tecnológica, o velho e bom currículo parece ter perdido a importância. Quando enviados, normalmente, são lidos e triados por Inteligências Artificiais. E ficam em segundo plano diante de uma indicação bem- referenciada ou de uma presença marcante no on-line, a chamada “marca pessoal”.
A sociedade está cada vez mais relacional, e são os relacionamentos – além, é claro, do conhecimento e da competência pessoal – que estão construindo as carreiras. Mas isso não pode ser resumido a networking, afinal, para gerar boas conexões e bons frutos, esses relacionamentos precisam estar baseados em presença com relevância.
Como explica Laís Macedo, presidente do Future Is Now, “é preciso construir um caminho e entender que conexão não é networking. Networking é sobre acesso; conexões representam uma relação genuína: acionar e ser acionado, ter credibilidade para acessar e se relacionar, sem precisar de credenciais”.
Nesse sentido, o LinkedIn surge não como um site para procurar emprego ou checar as movimentações do mercado, mas como uma rede social focada em conexões e relacionamentos profissionais. É a melhor ferramenta para construir a tão valiosa marca pessoal.
“Se até o Boninho, que é o Boninho, está preocupado em construir sua marca pessoal, eu acho que todos nós deveríamos estar preocupados em fazer isso também”, afirma Daniel Leal, criador de conteúdo e Top Voice no LinkedIn. “A quantidade de informação que circula nas redes sociais faz com que o conteúdo que você está com vergonha de postar hoje não seja mais lembrado por ninguém amanhã”, acrescenta.
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Construindo a marca pessoal
Para Leal, a criação de uma marca pessoal eficiente depende de um entendimento dos motivos que norteiam a comunicação que se deseja construir. Por isso, ele sugere uma adaptação do famoso Círculo Dourado, que envolve três questões centrais: Por quê?, O quê? e Como? – sempre nessa sequência.
Na prática, isso significa compreender o porquê de construir uma marca pessoal e por que isso é importante. Posteriormente, é preciso identificar o que se deseja transmitir e qual será o diferencial da marca pessoal. Por fim, deve-se pensar em como criar e divulgar esse conteúdo.
Um ponto crucial nessa construção é a compreensão do público-alvo. Informações como idade, região e segmento de atuação podem guiar a produção do conteúdo, mas o verdadeiro diferencial está em compreender questões subjetivas, como os valores e desafios que a audiência-chave enfrenta na carreira.
“O conteúdo é sobre resolver dores”, explica Leal, destacando que, a partir da compreensão das tensões e necessidades do público, se torna possível criar conteúdo relevante. Isso ajuda não apenas a posicionar melhor a marca pessoal, mas também a garantir que o conteúdo seja consumido de forma mais eficaz.
Outro fator importante está relacionado com a atratividade do conteúdo. Nesse sentido, Leal indica definir um tom de voz e pensar nas palavras que serão associadas à marca, pensando, principalmente, em como as pessoas irão se sentir ao consumir o conteúdo. Além disso, o estilo visual – imagens, fotos e vídeos – e o storytelling, ou seja, o poder das narrativas, fazem a diferença.
Para Leal, um dos maiores segredos do engajamento no LinkedIn é deixar espaço para que a conversa continue. “Finalize seus posts com vírgulas e não com pontos finais”, aconselha, explicando que, ao abrir margem para que os comentários fluam, o engajamento aumenta.
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Conexões reais
Para além da publicação de conteúdos profissionais no LinkedIn ou em outras redes sociais, os relacionamentos próximos e significativos fazem toda a diferença para a marca pessoal. Laís Macedo traz algumas dicas de como criar e manter uma rede estratégica.
1. Mantenha-se “open mind”: entenda onde você quer estar e com quais pessoas quer se relacionar, conhecendo o nicho de interesse e rompendo eventuais barreiras. Busque compartilhar e ouvir.
2. Tenha atitude corporal: isso é tão importante quanto a comunicação verbal, por isso é preciso estar presente, de fato, no momento da comunicação, sem distrações.
3. Chame as pessoas pelo nome: o nome encanta. Conheça e chame as pessoas por ele, não por apelidos ou diminutivos. Isso acontece quando lembramos que há um indivíduo do outro lado e damos nome a ele.
4. Construa repertório: quanto mais conhecimento você tem, mais interessante você fica, por isso procure sempre aprender coisas novas e compartilhá-las com as pessoas, sempre sabendo ouvi-las.
5. Estabeleça gatilhos emocionais: seus interlocutores têm sonhos e desejos, fazem aniversário e têm times do coração. Além disso, é importante interagir de fato com as pessoas nas redes sociais – muito além dos emojis – e enviar mensagens diretas em ocasiões especiais.
6. Demonstre empatia: é sempre importante demonstrar interesse pelo outro, sem ser interesseiro.
7. Valorize as conexões: faça poucas, mas boas conexões. Não se trata de quantidade, mas de profundidade no relacionamento com as pessoas.
8. Pondere a imagem projetada versus a imagem percebida: a imagem que você projeta deve ser coerente e consistente com a que as pessoas veem. Nossa história é importante e precisa ser contada da mesma forma todo o tempo.
9. Conheça o CPF: demonstre interesse pela pessoa, não pelo que ela faz. Em um primeiro contato, comece tentando conhecer o indivíduo antes de tentar descobrir o profissional por trás dele.
10. Crie o seu mailing: e saiba usá-lo. É preciso zelar e ter responsabilidade com as redes que criamos.
11. Não se intimide: não há motivos para ficar inseguro por conta do cargo da outra pessoa ou por qualquer outro fator. Lembre-se que em sua frente está um ser humano, e que vocês vão trocar tempo.
12. Tenha metas: defina com quem você quer interagir e busque essas interações, estabelecendo metas para isso.
13. Não normalize o extraordinário: continue nutrindo e ampliando sua rede com o mesmo cuidado, por maior que ela seja.
“Tão importante quanto expandir a rede de relacionamentos é geri-la. Você deve estar presente para as pessoas e dar motivo para que elas permaneçam ali. Todo lugar é uma oportunidade se estamos predispostos a construir uma rede poderosa de networking”, conclui Laís.
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