IA redefine culturas organizacionais, mentalidades e formas de liderar

IA redefine culturas organizacionais, mentalidades e formas de liderar

Líderes mostram que, mais do que implementar algoritmos ou adotar novas tecnologias, a verdadeira revolução da IA exige mudanças profundas no mindset, na liderança e nos valores que sustentam o ambiente corporativo

Mais do que robôs, o que realmente vai transformar as empresas são as pessoas. A ascensão da Inteligência Artificial (IA) está pressionando líderes a repensar não apenas em processos, mas nas bases culturais, nos valores e nas formas de liderar.

Um levantamento da McKinsey (2023) encontrou uma “sinergia significativa” entre organizações com culturas fortes e inovadoras e a capacidade de aumentar valor por meio de novas tecnologias digitais, incluindo IA generativa. O estudo mostra que, até 2030, a AI generativa poderá permitir a automação de até 70% das atividades de negócios em quase todas as ocupações, acrescentando trilhões de dólares em valor à economia global.

A McKinsey aponta ainda que, para dar início a esse processo, é essencial que os líderes empresariais adotem uma visão ampla sobre como a implementação da IA generativa pode impactar o funcionamento cotidiano da organização, especialmente no que diz respeito às pessoas. Tanto gestores quanto colaboradores precisam compreender, com clareza, os benefícios e as limitações da GenAI, além de reconhecer como o seu uso está alinhado aos objetivos estratégicos da empresa.

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A PwC Brasil, no estudo Previsões de Negócios com IA para 2025, aponta que 63% das empresas de alto desempenho têm expandido os investimentos em nuvem. O objetivo é maximizar os benefícios da IA generativa. O levantamento mostra ainda que tornar a IA intrínseca à organização é essencial, pois os “grandes saltos” – como a criação de modelos de negócios – representam apenas uma das fontes de valor transformador que a IA pode oferecer. Outra fonte é o impacto cumulativo de ganhos incrementais em grande escala: melhorias de 20% a 30% na produtividade, agilidade para entrar no mercado e aumento de receita, começando em uma área e expandindo-se para outras – até que a empresa, como um todo, seja transformada.

Da mesma forma, o Boston Consulting Group (BCG) mostra que empresas líderes, as quais investem em pessoas, talento e cultura, esperam crescer 50% mais em receitas e ter 60% mais retorno ao acionista do que as demais concorrentes ao adotar IA. Além disso, o estudo When Companies Struggle to Adopt AI, CEOs Must Step Up mostra que a equipe é mais propensa a adotar a IA quando a tecnologia aumenta a alegria e reduz o esforço no trabalho diário. Em um piloto do BCG, os participantes economizaram até 2 horas por semana usando ferramentas de calendário baseadas em IA, com 79% relatando que isso tornou a tarefa mais agradável, 86% destacando uma maior eficácia e 92% afirmando que continuariam usando a ferramenta.

Sendo assim, em meio à corrida pela adoção da Inteligência Artificial, um fator invisível, mas decisivo, começa a ganhar o protagonismo que sempre mereceu: a cultura organizacional. Não basta mais implementar algoritmos sofisticados ou adotar plataformas de ponta: para que a IA realmente transforme os negócios, é preciso antes transformar as pessoas, os processos e, principalmente, o mindset corporativo.

A IA não é apenas “mais uma tecnologia”. Sua adoção gera grandes oportunidades de melhoria de produtividade e inovação, mas requer mudanças significativas na empresa

A responsabilidade em relação ao uso da IA também é essencial para a manutenção de uma cultura humana e ética na empresa

Mas como reformular culturas enraizadas há décadas sem comprometer a identidade ou a reputação da marca? Como os líderes podem conduzir essa transformação em um cenário tão dinâmico e, muitas vezes, incerto? E qual é o papel da tecnologia nesse processo?

“A IA não é apenas ‘mais uma tecnologia’. Sua adoção gera grandes oportunidades de melhoria de produtividade
e inovação, mas requer mudanças significativas na empresa. Inteligência Artificial exige uma cultura mais aberta à experimentação e ao aprendizado contínuo”, pontua Santino Lacanna, sócio do Boston Consulting Group (BCG).

Ele reforça ainda que, para a adoção em escala, é preciso “cocriar com os funcionários a adoção”, e isso implica flexibilizar a hierarquia tradicional para dar espaço a novas ideias e lideranças. “Além disso, a resistência à IA que vemos em algumas organizações indica que a cultura precisa ser adaptada para superar o medo da mudança e do desconhecido”, acrescenta.

A transformação com IA, segundo Santino, envolve desde a aquisição de novas habilidades até a criação de uma mentalidade de experimentação e aprendizado contínuo. Ele frisa que, para inspirar as equipes, os gestores precisam “liderar pelo exemplo”, demonstrando o próprio compromisso com a IA e incentivando todos a explorar novas possibilidades.

“Também é crucial construir uma equipe multifuncional com as habilidades necessárias para implementar a IA e ‘criar uma cultura de aprendizado contínuo’ para que os funcionários possam se adaptar às mudanças constantes”, destaca o executivo do BCG.

O impacto da IA generativa

A maioria dos CEOs prevê aumento na competitividade; mudanças em modelos de criação; entrega e captura de valor; e necessidade de novas habilidades na força de trabalho nos próximos três anos.

A IA generativa exigirá que a maior parte da minha força de trabalho desenvolva novas habilidades

 Brasil

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 Mundo

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A IA generativa aumentará a intensidade competitiva no meu setor (por ex.: novos entrantes, produtos ou abordagens de preços)

 Brasil

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A IA generativa mudará significativamente a maneira como minha empresa cria, entrega e captura valor

 Brasil

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Fonte: PWC

Repaginar de forma humana

A adaptação a esta nova era tem sido guiada pela adoção estratégica da IA nas operações empresariais, começando por implementações cuidadosas e escalonadas que permitem transformar gradualmente a organização, pontua Denise Pinheiro, sócia e líder de Transformação Digital da PwC Brasil. De acordo com a executiva,
este processo pode ser facilitado por líderes que impulsionam a experimentação e a inovação, mantendo um foco claro na execução alinhada aos
objetivos estratégicos da empresa. A tecnologia está no cerne deste movimento ao oferecer ferramentas de automação e inovação que suportam
essa transição.

“As empresas podem assegurar uma cultura centrada nas pessoas ao utilizar a IA como uma ferramenta para complementar e potencializar as habilidades dos talentos, em vez de substituí-los. Estabelecer uma sólida confiança na IA e incentivar um ambiente de colaboração entre humanos e tecnologia ajuda a manter a organização focada nas pessoas. A responsabilidade em relação ao uso da IA também é essencial para a manutenção de uma cultura humana e ética”, comenta Denise.

Para Felipe Vale, diretor de Transformação Digital da Neoenergia, diante do desafio de garantir que a cultura da empresa continue humana em meio à crescente automação dos processos, é necessário reforçar a empatia. Assim, torna-se possível garantir que a tecnologia não elimine o cuidado, a escuta, o ouvir de verdade, garantindo processos a serviço das pessoas.

Outro ponto importante, segundo Felipe, é a colaboração. Automação não significa isolamento; ela deve liberar tempo para o que realmente importa em nossa cultura: criar em conjunto, pensar, estruturar e crescer junto. Isso também reforça um valor cultural importante: o aprendizado contínuo.

“O aprendizado deixa de ser estático, e a cultura passa a ver o erro, a tentativa e a reinvenção como parte do processo. Isso nos coloca em uma cultura muito mais humana: capacitar com propósito, redefinir o que é verdadeiramente performance, incluindo inovação e aprendizado como indicadores relevantes e que irão, de fato, transformar a organização”, pontua.

A adaptação da cultura não significa abandonar aquilo que construiu a reputação da empresa – mas, sim, atualizar os códigos culturais para refletir novos comportamentos necessários, defende Lucas Brossi, sócio e líder de Inteligência Artificial da Bain & Company na América do Sul.

O executivo explica que a clareza de propósito é o fio condutor dessa transição. Além disso, ele comenta que antecipar as mudanças para os clientes demanda uma cultura ainda mais dinâmica e conectada ao que está acontecendo no mercado em tempo real.

A tecnologia, pontua Lucas, por sua vez, é um instrumento para monitorar o engajamento, medir o impacto, detectar os pontos de resistência, personalizar o desenvolvimento e acelerar o que já está funcionando.

“Também é igualmente essencial transformar mentalidades e atitudes, além de estimular a cooperação entre os times e a troca de conhecimento. Isso contribui para a criação de um ambiente no qual os profissionais dividem informações, compartilham experiências e crescem juntos.
Essa abordagem promove aperfeiçoamento contínuo e amplia a habilidade de a organização responder, com agilidade, às mudanças do mercado. Quando a transformação é percebida como um esforço conjunto, a inovação torna-se uma responsabilidade compartilhada, impulsionando resultados positivos nas operações e na estratégia da empresa”, comenta.

 

A união da tecnologia com nossos cérebros e sentimentos é crucial para atingir os melhores resultados

Manter uma cultura genuinamente humana exige continuar valorizando o diálogo, o pensamento crítico, a iniciativa e o cuidado com as pessoas

Mas nem tudo precisa mudar. Lucas afirma que alguns valores devem ser mantidos, como curiosidade, colaboração e mentalidade do fundador. Eles são ainda mais relevantes neste cenário. Automatizar processos não pode significar automatizar relações. Ele frisa que, por mais que a Inteligência Artificial traga escala, será a interpretação humana que dará a direção.

“Manter uma cultura genuinamente humana exige continuar valorizando o diálogo, o pensamento crítico, a iniciativa e o cuidado com as pessoas. No entanto, em um momento de transformações aceleradas, as empresas que não apoiarem seus times na adaptação às novas tecnologias correm o risco de enfraquecer essa cultura.
Sem ferramentas adequadas, capacitação contínua e orientação clara, cresce a distância entre o potencial tecnológico e a realidade das equipes”, afirma.

Na pesquisa State of Data, a Bain traça um perfil detalhado dos profissionais de tecnologia no Brasil e mostra que 72,4% dos colaboradores afirmam utilizar a IA generativa de forma independente e descentralizada, e 67% fazem isso por conta própria, por meio de soluções gratuitas. Ao mesmo tempo, apenas 35,1% das companhias oferecem um direcionamento centralizado sobre o uso da IA generativa.

“Esse descompasso evidencia o risco de uma adoção fragmentada e desalinhada com os valores organizacionais, tornando ainda mais urgente a definição de políticas claras e uma atuação estratégica. Só com esse suporte será possível construir uma cultura que una inovação com responsabilidade, fortalecendo a colaboração e o desenvolvimento humano em todos os níveis da organização”, comenta.

A combinação entre humanos e Inteligência Artificial é extremamente poderosa, reforça Anna Vidal, diretora de Customer Experience do iFood. Na companhia, acredita-se que essa parceria pode criar uma aliança única para a melhoria das experiências dos usuários. A IA ajuda a processar imensas quantidades de dados rapidamente, obtendo insights valiosos. Enquanto isso, cabe aos humanos o julgamento, a criatividade e a empatia para tornar a tecnologia mais compreensiva e humana.

“A união da tecnologia com nossos cérebros e sentimentos é crucial para atingir os melhores resultados. Acreditamos que a sensibilidade humana, seja do ponto de vista criativo, seja do ponto de vista emocional ou artístico, oferece um valor imensurável para treinar e aprimorar a Inteligência Artificial. Embora a IA tenha a capacidade de aprender rapidamente, é a colaboração entre as nossas habilidades humanas e a tecnologia que realmente faz a diferença”, pontua Anna.

IA E PRODUTIVIDADE

Até que ponto a IA generativa vai aumentar ou diminuir as seguintes variáveis na empresa nos próximos 12 meses?

 Brasil:

Diminuir: 6%

Permanecer igual: 21%

Aumentar: 71%

 Mundo:

Diminuir: 4%

Permanecer igual: 28%

Aumentar: 64%

 Brasil:

Diminuir: 6%

Permanecer igual: 25%

Aumentar: 66%

 Mundo:

Diminuir: 3%

Permanecer igual: 34%

Aumentar: 59%

 Brasil:

Diminuir: 4%

Permanecer igual: 39%

Aumentar: 55%

 Mundo:

Diminuir: 3%

Permanecer igual: 47%

Aumentar: 46%

 Brasil:

Diminuir: 5%

Permanecer igual: 43%

Aumentar: 50%

 Mundo:

Diminuir: 2%

Permanecer igual: 52%

Aumentar: 41%

Fonte: PWC

O impacto da IA nas empresas

Com a adoção em larga escala da Inteligência Artificial generativa, os CEOs começam a colher os primeiros frutos da tecnologia. Segundo o estudo A visão dos CEOs no Brasil e no mundo sobre a IA generativa, da PwC, mais da metade dos líderes empresariais no Brasil (52%) e globalmente (56%) relatam melhorias na eficiência do uso do tempo dos funcionários. Ainda que tímido, esse avanço já começa a impactar os indicadores de negócio.

Quando o assunto é performance financeira, aproximadamente um terço dos CEOs entrevistados percebeu aumento de receita (34% no Brasil e 32% no mundo) e de lucratividade (31% no Brasil e 34% globalmente). Para os próximos 12 meses, 61% dos CEOs brasileiros e 49% dos líderes globais esperam um impulso significativo na lucratividade impulsionado pela IA generativa. A expectativa é que, à medida que a tecnologia se integre de forma mais estratégica aos negócios, os impactos se tornem mais expressivos e duradouros.

O levantamento também revelou mudanças na composição da força de trabalho como consequência direta dos investimentos em IA. Cerca de 13% dos CEOs, tanto no Brasil quanto no exterior, reportaram reduções de pessoal, enquanto outros 21% no Brasil e 17% globalmente observaram crescimento no número de profissionais. Isso mostra que a IA tem sido usada, em alguns casos, para potencializar equipes e não apenas para substituí-las.

“As empresas podem as-
segu
rar uma cultura centrada nas pessoas ao utilizar a IA como uma ferramenta para complementar e potencializar as habilidades dos talentos, em vez de substituí-los. Estabelecer uma sólida confiança na IA e incentivar um ambiente de colaboração entre humanos e tecnologia ajuda a manter a organização focada nas pessoas. A responsabilidade em relação ao uso da IA também é essencial
para a manutenção de uma cultura humana e ética”, pontua Denise Pinheiro.

As prioridades dos líderes empresariais também mostram um foco claro na incorporação da IA nas estruturas técnicas e operacionais das empresas. No Brasil, 69% dos CEOs pretendem integrar a tecnologia em plataformas tecnológicas e 56% em processos e fluxos de trabalho. Globalmente, esses números são de 47% e 41%, respectivamente.

A IA é excelente para processar grandes volumes de dados, identificar padrões e fornecer insights rápidos e precisos, algo que pode demandar muito tempo para os seres humanos

A reputação é preservada ao garantir que toda inovação esteja ancorada em segurança da informação e responsabilidade

Desafios no caminho da IA

Para Flávio Balestrin, VP LATAM de Recursos Humanos da Serasa Experian, a transformação cultural tem sido guiada por uma abordagem estruturada: educação digital, governança ética e protagonismo das lideranças. A reputação é preservada ao garantir que toda inovação esteja ancorada em segurança da informação e responsabilidade. Ele explica ainda que, embora o uso de IA seja liberado na companhia, há treinamentos obrigatórios e uma política clara dos cuidados, dos limites de uso e das ferramentas que podem ser usadas.

“O principal desafio é equilibrar agilidade com responsabilidade. Nossos programas de desenvolvimento de liderança como o Great Leaders trabalham fortemente o Experian Way, incentivando a inovação e a transformação digital. Os líderes são preparados para atuar como facilitadores da mudança, promovendo ambientes seguros para experimentação e aprendizado contínuo”, relata.

No Itaú Unibanco, a IA é utilizada para melhorar a eficiência operacional, personalizar a experiência do cliente e apoiar a tomada de decisões com base em dados. A tecnologia ainda ajuda a criar soluções que são boas tanto para os clientes quanto para o negócio. Ao mesmo tempo, o banco busca manter a centralidade no consumidor como principal foco. Para isso, os líderes têm capacitação contínua para conduzir e inspirar os times em um ambiente cada vez mais impulsionado por dados e IA.

“Em vez de enxergar a transição como um ‘grande desafio’, adotamos uma abordagem positiva, em que a capacitação e o desenvolvimento de habilidades são vistos como oportunidades para crescimento e inovação. Nossos programas de capacitação incluem treinamentos em novas tecnologias, metodologias ágeis e práticas de liderança adaptativa. Os líderes são incentivados a se manter atualizados com as tendências do mercado e a compartilhar conhecimentos com suas equipes”, explica Valéria Marretto, diretora de Recursos Humanos do Itaú Unibanco.

Quando a IA faz a diferença

No Itaú Unibanco, o alinhamento entre propósito organizacional, estratégia de negócio e cultura tem sido fundamental para alcançar resultados concretos em termos de crescimento, engajamento e inovação. A cultura e a tecnologia do banco são as bases para oferecer as melhores experiências aos clientes.

“Casos de uso de IA generativa, como o Copilot, têm sido implementados para melhorar a produtividade e a qualidade dos nossos serviços. Essas iniciativas não só aumentam a eficiência operacional, mas também impulsionam a inovação, permitindo que ofereçamos soluções personalizadas e de alto valor para nossos clientes”, comenta Valéria.

Na Amazon, a Inteligência Artificial foi integrada de forma natural ao fluxo de trabalho. A companhia tem o propósito de aprimorar a vida dos consumidores, dos funcionários e das comunidades em que atua. Isso orienta a estratégia de negócios voltada à inovação contínua e à otimização da cadeia de valor.

“Nossa cultura prioriza experimentação, adaptabilidade e aprendizado e sustenta o uso ético e responsável da IA, visando a criação de oportunidades e a resolução de desafios. Nos últimos anos, a integração da IA, impulsionada pelo surgimento da IA generativa e de outras tecnologias, otimizou nossos processos, gerando maior eficiência, personalização da experiência do cliente, automação de tarefas e, consequentemente, aumento do engajamento”, explica Thomas Kampel, líder de Comunicação Corporativa da Amazon Brasil.

A tecnologia também tem permitido que a empresa explore novas possibilidades, como desenvolver produtos inovadores e antecipar necessidades, fomentando a inovação. E, para ilustrar o impacto concreto da IA nas operações da Amazon, ela ajudou a identificar produtos danificados antes do envio. Como resultado, reduziu os custos e o impacto ambiental. Além disso, 75% dos pedidos globais são entregues com suporte de Inteligência Artificial e automação, garantindo mais eficiência e pontualidade.

“Nossos modelos de IA melhoram a precisão dos mapas e identificam os riscos nas estradas. Em 2024, identificamos riscos em 200 milhões de ruas e emitimos 18 milhões de alertas de segurança (avisos sonoros e visuais) para motoristas sobre pontes baixas, passagens de trem, estradas não pavimentadas e zonas escolares”, destaca Thomas.

As empresas devem garantir que a adoção da Inteligência Artificial esteja alinhada ao propósito organizacional e à estratégia de negócios

Nossa cultura prioriza experimentação, adaptabilidade e aprendizado e sustenta o uso ético e responsável da IA

O amanhã da IA nas organizações

O futuro da IA nas organizações vai muito além da automação de tarefas. Conforme a
tecnologia evolui, ela se torna uma aliada estratégica na tomada de decisões, na personalização de experiências e no fortalecimento da cultura corporativa. Integrada com propósito, ética e empatia, a Inteligência Artificial tem o potencial de transformar não apenas processos, mas também relações humanas e modelos de liderança.

“O futuro da cultura organizacional com o avanço contínuo da IA será marcado por uma integração cada vez mais natural entre tecnologia e valores humanos. Para aproveitar todo o potencial da IA, as empresas precisarão adotar uma abordagem equilibrada, que valorize o uso ético da tecnologia, promova o aprendizado contínuo e mantenha o foco no aspecto humano”, destaca Gabriela Borges, presidente da Publicis Brasil.

Ela destaca, ainda, que os líderes que enxergarem a IA não como uma substituta para a liderança humana, mas como um aliado estratégico, estarão mais preparados para guiar as organizações em direção a um futuro promissor.

Para Felipe Vale, da Neoenergia, as organizações serão cada vez mais orientadas a dados e IA, mas o diferencial continuará sendo o fator humano. “Parece clichê, mas vejo que, na prática, a IA vai apoiar decisões, acelerar processos e trazer eficiência. No entanto, será a cultura que vai garantir discernimento, ética e coerência”, pontua.

Ele reforça ainda que, para os próximos anos, algumas características culturais serão de grande importância:

  1. Aprendizado contínuo: conhecimento técnico muda, reinventa-se a todo momento e será cada vez mais acelerado com a IA.
  2. Colaboração real: para integrar pessoas, áreas e tecnologias de forma ágil.
  3. Autonomia com responsabilidade: para que as decisões baseadas em IA não substituam o senso crítico humano.

“A tecnologia muda muito rápido e o que vai garantir sustentabilidade para as empresas é a cultura que acompanha”, acrescenta.

O representante do Grupo Fleury frisa ser importante que líderes adotem uma abordagem proativa e visionária sobre o tema. Eles devem considerar a integração de IA nas operações e garantir que as tecnologias digitais otimizem os processos e melhorem a experiência do cliente e a eficiência dos serviços.

Felipe Vale,

diretor de Transformação Digital da Neoenergia

Gabriela Borges, presidente da Publicis Brasil

“Assim, investir em infraestrutura tecnológica e em soluções escaláveis é importante para a criação de uma base sólida para inovações futuras. Também é preciso compreender como as tecnologias de IA funcionam, especialmente em áreas como Automação e Segurança de Dados. Para isso, é preciso ter uma mentalidade colaborativa e buscar parcerias com startups, universidades e centros de pesquisa, hospitais e empresas de tecnologia”, acrescenta.

Daniela Brites aponta que o futuro da cultura organizacional, com o avanço contínuo da IA, deve incluir uma ênfase na adaptabilidade, na aprendizagem contínua e na ética. “As empresas que conseguirem integrar a IA de forma responsável e inclusiva em suas operações estarão mais bem posicionadas para prosperar em um mundo em constante mudança”, comenta.

Thomas, da Amazon, acrescenta que, com o avanço contínuo da IA, o futuro da cultura organizacional aponta para uma inovação ainda mais intrínseca ao DNA da empresa. Nesse sentido, haverá prioridade para a experimentação e a adaptação. Ele reforça ainda que, nos próximos cinco anos, a mentalidade de aprendizado contínuo, a agilidade, a colaboração humano–IA, o foco no cliente e a ética serão características culturais indispensáveis.

“Para garantir que a IA seja utilizada de forma responsável e eficaz, as empresas precisarão desenvolver habilidades e incentivar a colaboração entre humanos e máquinas, sempre com foco no cliente e com ética.”

IA E os postos de trabalho

A expectativa de CEOs do Brasil e do mundo é de que a adoção da IA generativa reduza o número de funcionários em áreas que terão aumento de eficiência. No entanto, essas posições podem ser compensadas com novas oportunidades de crescimento e receita.

Até que ponto a IA generativa reduzirá o número de funcionários da empresa nos próximos 12 meses?

 Brasil: 31%

 Mundo: 25%

                                                                      

Resultado por indústria – Global

Mídia e entretenimento: 32%

Seguros: 28%

Bancos e mercados de capitais: 28%

Serviços profissionais: 25%

Telecomunicações: 25%

Transporte e logística: 25%

Celulose, papel e embalagens: 24%

Gestão de ativos e patrimônio: 24%

Varejo: 24%

Produtos químicos: 24%

Consumo: 23%

Eletricidade e serviços de utilidade pública: 22%

Automotivo: 22%

Produção industrial: 21%

Energia: 21%

Farmacêutica e biociências: 20%

Defesa e espaço aéreo: 19%

Private equity: 19%

Turismo e lazer: 18%

Imobiliário: 18%

Saúde: 18%

Tecnologia: 14%

Mineração e siderurgia: 14%

Engenharia e construção: 12%

Em que medida a empresa vai aumentar o número de funcionários nos próximos 12 meses?

 Brasil: 47%

 Mundo: 39%

                                                                      

Resultado por indústria – Global

Private equity: 61%

Tecnologia: 56%

Engenharia e construção: 56%

Turismo e lazer: 56%

Energia: 51%

Serviços profissionais: 49%

Saúde: 48%

Farmacêutica e biociências: 45%

Eletricidade e serviços de utilidade pública: 43%

Gestão de ativos e patrimônio: 43%

Bancos e mercados de capitais: 41%

Transporte e logística: 41%

Telecomunicações: 40%

Produção industrial: 39%

Varejo: 38%

Imobiliário: 38%

Mídia e entretenimento: 38%

Seguros: 38%

Mineração e siderurgia: 33%

Automotivo: 33%

Produtos químicos: 31%

Consumo: 31%

Celulose, papel e embalagens: 25%

Fonte: PwC

SUMÁRIO – Edição 292

A evolução do consumidor traz uma série de desafios inéditos, inclusive para os modelos de gestão corporativa. A Consumidor Moderno tornou-se especialista em entender essas mutações e identificar tendências. Como um ecossistema de conteúdo multiplataforma, temos o inabalável compromisso de traduzir essa expertise para o mundo empresarial assimilar a importância da inserção do consumidor no centro de suas decisões e estratégias.

A busca incansável da excelência e a inovação como essência fomentam nosso espírito questionador, movido pela adrenalina de desafiar e superar limites – sempre com integridade.

Esses são os valores que nos impulsionam a explorar continuamente as melhores práticas para o desenho de uma experiência do cliente fluida e memorável, no Brasil e no mundo.

A IA chega para acelerar e exponencializar os negócios e seus processos. Mas o CX é para sempre, e fará a diferença nas relações com os clientes.

CAPA: Camila Nascimento
IMAGEM: Midjourney


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