A tecnologia é uma grande aliada do varejo, principalmente no momento de garantir ações diferenciadas. Apontado como tendência para o setor há alguns anos, o reconhecimento facial está ganhando cada vez mais presença. De acordo com pesquisas da consultoria MarketsandMarkets, a aplicação dessa técnica nas lojas já movimenta mais de US$ 3,3 bilhões e pode chegar a US$ 7,7 bilhões em 2022.
A partir de câmeras nos ambientes, as imagens captadas se tornam dados, que são analisados por algoritmos, construindo um banco de dados que se torna referência para futuras comparações. Com a tecnologia, os varejistas podem, muitas vezes, acompanhar a circulação de pessoas do ponto de venda em tempo real.
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Dessa forma, as aplicações do reconhecimento facial envolvem desde estratégias para engajamento dos clientes até a segurança dos pontos de venda. É possível realizar a contagem de pessoas nas lojas, identificar consumidores que regressam, além de conhecer o perfil do público com mais profundidade, levando em consideração idade, gênero e até a emoção que o cliente sente quando está no ambiente.
A análise das emoções possibilita, por exemplo, que a empresa faça intervenções nas vitrines para chamar mais atenção do público ou até mude itens de lugar, caso não estejam em locais estratégicos da loja. É possível, também, controlar o fluxo de funcionários, monitorar áreas de acesso controlado e prevenir roubos ou fraudes. Em decorrência da pandemia, a tecnologia também ganhou aplicações de segurança, como controle de aglomerações e monitoramento do uso correto das máscaras.
Como explica Jose Lopez, head América Latina da NtechLab, a técnica proporciona dados que ajudam a conhecer melhor o consumidor, abrindo possibilidades para aprimorar a experiência do cliente.
“É possível executar uma comunicação, em tempo real, com a linguagem e conteúdo precisos”, explica. “Por meio da informação da contagem de pessoas distribuídas ao longo do tempo em cada área da loja, é possível, ajustar, por exemplo, o time de atendimento da loja em cada área e período de tempo”, diz. De origem russa, a empresa desenvolve sua tecnologia desde 2015 e seu software permite detecção de rostos em menos de um 1 segundo com 95% de precisão. Atualmente, seu banco de dados conta com mais de um bilhão de rostos.
Cuidados
O uso do reconhecimento facial ainda está em expansão e no Brasil, por exemplo, sua presença ainda é pouco percebida. O principal cuidado das empresas deve ser voltado ao uso das informações obtidas. “A coleta de dados deve permitir que eles sejam anônimos e irreversíveis, excetuando-se a aplicação para a específica segurança de clientes, seguindo integralmente a Lei Geral de Proteção de Dados em vigência no país”, lembra Lopez.
Nos Estados Unidos, onde a aplicação já acontece há mais tempo, no entanto, a tecnologia passa por alguns desafios. Uma campanha envolvendo mais de 35 organizações e entidades de direitos civis norte-americanas exigiu que as varejistas do país deixassem de usar o reconhecimento facial para identificar clientes e funcionários.
Algumas marcas como Walmart, Home Depot e Target se comprometeram a não utilizar a tecnologia. Qual o impacto disso para influência da técnica em outros países é algo a ser observado ao longo do tempo, ainda mais por ter o apoio de grandes empresas, como Apple e Macy’s, mas a discussão promete mais capítulos.
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