O Google Play é hoje uma das mais importantes plataformas para que os desenvolvedores de games atinjam grandes audiências. Essa oportunidade ganha uma nova dimensão com a incorporação da linguagem da Realidade Virtual em games, diversificando o catálogo de opções disponíveis.
No SXSW, Jamil Moledina, líder da estratégia de games do do Google Play diz como a empresa está adaptando a loja de Apps para acomodar o portfólio do projeto DayDream – de dispositivos de RV – para popularizar esse novo formato de jogos para um grande público.
Jamil funciona também como curador dos segmentos-chave de games para novas plataformas, como a TV Android e a iniciativa DayDream, voltada dispositivos móveis de alta performance em Realidade Virtual.
O painel de Jamil – “DayDream para todos: Realidade Virtual e o Google Play Games” baseou-se justamente na necessidade de tornar esses dispositivos mais confortáveis, que possam transportar as pessoas para outras realidades, combinando um óculos com um revestimento mais suave e um controle remoto touchpoint.
“Organizar a informação do mundo e torná-lo universalmente acessível e útil” é a missão do Google e a iniciativa DayDream ajusta-se à ela. Por meio do smartphone acoplado aos dispositivos, mais pessoas poderão ter acesso aos conteúdos disponíveis no Google Play.
Chega de demos
O portfólio de Realidade Virtual ainda está muito concentrado em conteúdos de adrenalina e de curta duração. A paisagem está lotada de demos e ainda repleta de fricção. O princípio que norteia o Google é justamente tornar o dispositivo plug and play. Acoplar o smartphone no óculos e então permitir que o usuário tenha a experiência. Exatamente por isso que um game pode ter aplicações incríveis em Realidade Virtual. Nade de consoles cheios de botões de controle. O foco é sempre a acessibilidade. Não por acaso, o desenvolvimento dos games pode obedecer à uma metodologia “outside in”, do consumidor, do jogador para dentro. Em termos de personagens, jogos com robôs, personagens de cartoons, animais podem gerar games espetaculares.
Os 3 princípios dos games com RV
Segundo Jamil, os games, na perspectiva do Google Play devem obedecer a 3 requisitos básicos para serem bem-sucedidos:
1 – Conteúdo – com apelos curiosos, capazes de gerar engajamento intenso.
2 – DayDream – Dispositivos confortáveis, conteúdo modelado com games completos, não demos e que permitam controle total do usuário.
3 – Modelo de negócio – jogos premium, episódicos e baseados em Apps, com receita recorrente. E jogos grátis, para garantir acesso.
A partir desses princípios, o Google quer que os desenvolvedores tenham liberdade para criar no sentido de fornecer games realmente motivadores.
Por outro lado, se o desenvolvimento dos games tem liberdade, a publicação na loja deve ser submetida previamente à curadoria. Jamil diz ser importante avaliar cada Game antes de liberá-lo ao público.
Onde o calo aperta
A Realidade Virtual é uma excelente forma de demonstrar empatia e fazer pessoas vivenciarem experiências de outras pessoas, “sentirem-se no sapato do outro”, diz Jamil, o que pode colaborar para esforços de inclusão e de educação contra preconceitos. Um exemplo é o jogo de Realidade Virtual…Virtual. Você jogando um jogo no qual um personagem joga um jogo. Dessa forma, colocando-se na pele de um jogador virtual, é possível recriar e ter a sensação de estar no jogo dentro do jogo.
Via de regra, o Google que sistematizar o uso da Realidade Virtual para que possa fazer dela um negócio viável. Não há projetos de monetização recorrente para RV e os games podem ocupar esse espaço. Ao invés de milhares de desenvolvedores criando aplicações e conteúdos sem qualquer controle, a iniciativa DayDream pode ser uma resposta que defina regras para tornar a RV um negócio promissor.
Convém ficarmos de olho.
*Jacques Meir é Diretor Executivo de Conhecimento, Conteúdo e Comunicação do Grupo Padrão.
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