Em um mundo cada vez mais consciente, ter um propósito empresarial e uma gestão baseada em valores pode transformar a cultura das empresas, engajar colaboradores e gerar impactos positivos na sociedade. As empresas que adotam e promovem um propósito sólido não só conseguem atrair e manter talentos, mas também alcançam sucesso no mercado. Isso não se limita à retórica da responsabilidade social corporativa, mas influenciar diretamente todas as áreas do negócio.
Durante o CONAREC 2023, o painel “CEOs, empresas e propósitos: como a gestão pode impactar positivamente” trouxe CEOs para compartilhar histórias inspiradoras que ilustram como as empresas podem prosperar ao adotar e promover um propósito empresarial sólido para moldar um futuro mais responsável, engajado e sustentável para todos nós. Iza Dezon, trend expert e CEO da DEZON atuou como mediadora, junto de Amauri Aguiar de Vasconcelos, CEO da BrasilSeg, Mariana Dias, CEO e Cofundadora da Gupy, Paula Pimenta, General Manager da The Body Shop, e Sidney Klajner, presidente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein.
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Conectando o propósito à contratação
O propósito é um catalisador para a criação de equipes engajadas e inovadoras. Por isso, é importante considerá-lo já no processo de contratação. Ou seja, é necessário olhar além das habilidades técnicas, enfatizando a conexão emocional com a missão da empresa. “Tudo começa pelas pessoas e começa em um processo que é importante, que é a nossa contratação. Olhamos se os candidatos estão conectados com o propósito da empresa”, destaca Mariana Dias, CEO e Cofundadora da Gupy.
E a Gupy não está sozinha nesse caminho. Pesquisas feitas internamente com as startups que contratam através da empresa mostram que o propósito é um dos motivos mais importantes para os candidatos na hora de escolher um novo emprego. Ela destaca também que a Gupy mede o impacto das contratações, não apenas em termos de números, mas também nas esferas de liderança, engajamento e diversidade e inclusão.
“Se você está contratando alguém que tem todo de pré-requisitos técnicos, mas não se conecta com o seu propósito empresarial, a chance dessa pessoa colocar energia para inovar é um pouco menor. Times engajados são pelo menos três vezes mais produtivos do que times não engajados. Então, também temos que levar a conexão para as contratações”, afirma.
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Reconhecimento traz comprometimento
Práticas que fortalecem a cultura da empresa não apenas criam um ambiente de trabalho positivo, mas também colaboram para engajar os colaboradores. “Na BrasilSeg lançamos um programa em que identificamos ideias inovadoras e montamos equipes. Com essas equipes criamos uma espécie de uma competição e esses participantes passaram a ser reconhecidos por trazerem essas ideias inovadoras. Foi incrível o quanto isso conectou as pessoas aos propósitos da empresa”, explica Amauri Aguiar de Vasconcelos.
O CEO enfatizou que essa prática não apenas estimulou a criatividade, mas também ajudou a identificar talentos na empresa que, de outra forma, poderiam passar despercebidos. As pessoas se sentiram muito mais envolvidas no propósito da empresa e muito mais comprometidas. “Ser reconhecido às vezes supera até mesmo os benefícios financeiros”, complementa.
Além disso, o reconhecimento e o comprometimento não se limitam ao ambiente interno das empresas. Vasconcelos compartilha um exemplo no qual a BrasilSeg auxiliou produtores rurais em um momento difícil. “A entrega de cheques a produtores rurais afetados pelas adversidades climáticas foi um momento crucial para nosso propósito. Uma família nos disse: ‘Vocês nos deram uma chance de recomeçar; sem o seguro, não teríamos saída’. Isso nos energiza e reforça nosso compromisso com o auxílio em momentos difíceis”, diz.
CONAREC 2023
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Cultura organizacional e valores que impulsionam o sucesso
A cultura organizacional do Hospital Israelita Albert Einstein é profundamente enraizada em valores judaicos, um alicerce que tem sido fundamental para a longevidade do sucesso da instituição. “Quando a pesquisa para um diagnóstico de cultura organizacional foi feita, chegaram à conclusão de que o Einstein é o que é devido a sua cultura. Pela sua fundação ser baseada na excelência da assistência à saúde, pela geração de conhecimento através da pesquisa e do ensino, e pela responsabilidade social com base em preceitos judaicos. Se não fossem esses preceitos desde a fundação, talvez nós não tivéssemos a organização que temos”, analisa Sidney Klajner, presidente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein.
Uma das características marcantes da cultura organizacional do Albert Einstein é sua obsessão pela melhoria contínua. “Temos uma obsessão que é de nunca estar contente com nada. Quando a gente acaba um projeto, pensamos: ficou bom, mas podia ter sido muito melhor se a gente fizesse de outra forma”, complenta.
Durante a pandemia, essa cultura de melhoria contínua se mostrou eficaz. Mesmo enfrentando desafios sem precedentes, o Hospital Albert Einstein realizou uma pesquisa de satisfação dos colaboradores: ela havia subido cinco pontos. “Ficamos surpresos de ver que ela subiu mesmo com todos os desafios que estávamos enfrentando. Isso reflete o alinhamento dos valores da organização com os colaboradores e como a cultura organizacional se mantém resiliente mesmo em momentos difíceis”, afirma Klajner.
Dados tangíveis e impacto social
A cultura de aprimoramento contínuo se traduz em projetos concretos que têm impactos mensuráveis na sociedade. Um exemplo notável foi a capacitação feita pelo Einstein de 120 hospitais públicos para diminuir infecções adquiridas em unidades de terapia intensiva (UTIs). “Isso fez com que a mortalidade diminuísse em 54%. Estamos falando de dados tangíveis. Isso economizou para o Ministério da Saúde 350 milhões que seriam gastos nesses tratamentos”, exemplifica.
Além disso, o Einstein tem se dedicado à promoção da equidade na saúde, com iniciativas como a doação de um robô para um hospital oncológico operado pela prefeitura da cidade de São Paulo. Isso permite que qualquer pessoa com indicação cirúrgica para tratamento oncológico tenha acesso à mesma cirurgia de alta qualidade oferecida no hospital principal. “A grande métrica do exercício do propósito é o número de pessoas, cidades ou países que você consegue impactar. O Einstein acabou de receber o investimento do Instituto Melinda Gates, quando você consegue atingir essas metas, isso se chama equidade”, diz. Para ele, o grande desafio é tentar transformar o sistema de saúde de modo que as pessoas tenham mais acesso a tratamentos, melhores diagnósticos, mais precoces e principalmente prevenção.
Promovendo cultura e engajamento
De acordo com Paula Pimenta, General Manager da The Body Shop, é importe alinhar a cultura da empresa com a contratação e o desenvolvimento de colaboradores. Isso não se limita apenas à parte técnica, mas também engloba os valores e crenças da organização. “Para mim, o principal é ter aderência à cultura da empresa porque isso você não muda. Muitas vezes, focamos muito na parte técnica e esquecemos de considerar a cultura. E não estou falando apenas do aspecto comportamental, estou me referindo aos valores e crenças de cada indivíduo”, ressalta.
Outro desafio consiste em fazer com que os colaboradores vivenciem efetivamente a cultura da empresa, de modo a transmiti-la ao cliente final. “Atingir esse objetivo envolve treinamento e a manutenção de uma proximidade constante com os colaboradores. É uma prática que deve ser contínua e constante”, enfatiza.
Compromisso com os pilares do ESG
A The Body Shop é conhecida por seu compromisso com os pilares do ESG, incluindo a busca por fornecedores responsáveis, o uso de embalagens sustentáveis e a oferta de produtos veganos. “A gente sempre olha os três pilares, queremos ver quem são as comunidades que estão fornecendo os produtos, usamos embalagens recicláveis e temos produtos veganos. Hoje não faltam indicadores relacionados ao ESG”, ressalta.
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