Fátima Pissarra, CEO da Mynd, agência de marketing de influência, lançou em junho seu primeiro livro: “Profissão Influencer – Como Fazer Sucesso Dentro e Fora da Internet”, pela editora HarperCollins.
Com mais de 25 anos de experiência no mundo dos negócios e na indústria da música e do entretenimento, Fátima é conhecida por administrar a vida publicitária e pensar na estratégia digital de artistas, como Luísa Sonza, Pabllo Vittar, Letticia Munniz, Maira Azevedo, Cleo, Gil do Vigor, Gkay e Camilla de Lucas.
Jornalista e psicóloga com pós-graduação em marketing e gestão de projetos, Fátima iniciou a sua carreira no mundo digital junto com o lançamento da internet no Brasil em 1996. Desde então, é uma das precursoras do marketing digital se tornando uma das maiores especialistas em influência do país.
Influencer e o protagonismo de sua própria história
Fátima acredita que as redes sociais têm o poder de tornar cada indivíduo o protagonista de sua própria história. Para a empresária, independentemente do trabalho que o indivíduo realiza, é fundamental que ele use as mídias sociais de forma inteligente a seu favor, como uma extensão de sua pessoa ou do seu próprio negócio.
“É um trabalho que vai muito além de manter sempre ativas as mídias sociais; consiste em tirar o máximo proveito de tudo o que elas têm para oferecer”
Ao longo do livro, Fátima compartilha todo seu conhecimento, experiência e os segredos para crescer no meio digital, conquistar relevância e credibilidade e se tornar referência em qualquer área. Além de mostrar cases e momentos inspiradores, Fátima mostra como é importante aliar a teoria à prática para conseguir destaque no mundo atual.
O livro “Profissão Influencer” inclui prefácio da cantora Preta Gil, sócia da Fátima na Mynd, e depoimentos de vários artistas da agência. No site da Amazon, o livro já está entre os mais vendidos e ocupa a 7ª posição na categoria “Orientação Profissional”.
“Profissão Influencer” e Fátima Pissarra
“Não basta ter uma carreira e talento se as pessoas não sabem quem você é e o que faz”
CM – Como partiu a ideia do livro “Profissão Influencer”? E como está sendo sua repercussão?
FP – Decidi lançar o livro “Profissão Influencer” quando percebi que ser influenciador digital havia realmente se tornado uma carreira profissional. Nele, compilei tudo o que vivi e aprendi ao longo dos meus 25 anos de trabalho, lidando com os maiores criadores de conteúdo que temos hoje no país.
Além disso, tenho defendido a ideia de que, muito além de ser um local para mostrarmos nosso dia a dia ou vida pessoal, as redes sociais têm ajudado os pequenos negócios a crescerem e ganharem espaço, atingindo pessoas que, apenas com as lojas físicas, não seriam impactadas.
A internet ainda ajuda os empreendedores que estão começando e não possuem tantos recursos para ter um ponto físico de vendas para divulgar seus produtos. Ou seja, ajuda a todos a ganharem mais dinheiro. A repercussão do livro está sendo muito positiva. As vendas estão ótimas. Tenho recebido muitas mensagens de pessoas que o leram e já estão colocando o conteúdo em prática, tendo bons retornos.
CM – Como você vê o papel do influencer no Brasil? Ele se difere de influencers de outros países?
FP – O papel do influenciador é cada vez mais importante. Afinal, eles ajudam a criar um senso de comunidade, inspiram as pessoas e auxiliam as marcas a se comunicarem com os mais diversos públicos.
A última pesquisa do Global Consumer Survey revelou que o Brasil já superou a China e é o país mais impactado pelo marketing de influência no mundo. Isso mostra a força do influenciador brasileiro quando comparamos com outros países. Nós somos apaixonadas pelas redes sociais e isso faz a diferença.
“O influencer precisa ter propriedade sobre o que está falando, passando credibilidade para quem o acompanha”
CM – O mercado de influenciadores digitais está bem sedimentado no Brasil. Como influencers e marcas estão procurando se diferenciar e obter relevância nesse cenário?
FP – Acho que acima de tudo, para se destacar, o influenciador digital precisa ter relevância e endosso. Seja ele micro ou macro e independente do nicho em que está inserido, ele precisa ter propriedade sobre o que está falando, passando credibilidade para quem o acompanha.
Para isso, precisa estudar e dedicar tempo para preparar um conteúdo de qualidade para as redes sociais. Da mesma forma, as marcas precisam buscar influenciadores digitais que conversem com o seu público, deixando-os livres para criar o que melhor vai performar e impactar os seus seguidores. A relação entre criador de conteúdo e marca precisa ser 100% baseada na confiança para que o resultado seja positivo.
“A principal premissa de um influenciador é a de que tudo que for trabalhado seja realmente genuíno”
CM – Qualquer pessoa pode ser um influencer? Como você definiria os skills para essa profissão?
FP – Acredito que qualquer pessoa possa ser um influenciador desde que ela invista tempo e recursos nessa profissão. É necessário muito treino, estudo e uso dos equipamentos corretos para um bom resultado.
Não é simplesmente querer ganhar dinheiro fácil sem fazer nada. Muito pelo contrário, os grandes influenciadores acordam às 8h da manhã e gravam o dia todo. Acho que a principal premissa de um influenciador é a de que tudo que for trabalhado seja realmente genuíno.
Seu posicionamento deve ser coerente com o que tem na sua vida, para que um conteúdo verdadeiro seja produzido no dia a dia, gerando ainda mais credibilidade e proximidade com seus seguidores. Também é muito importante selecionar bem as marcas com as quais irá se aliar, para realmente se consolidar dentro das áreas de atuação desejadas.
“Muitos podem pensar que ele está saturado, mas eu ainda vejo muitas lacunas que podem ser preenchidas”
CM – Como você avalia o futuro do influenciador digital e do seu mercado?
FP – Acho que nós ainda estamos no começo do digital se pensarmos que o Brasil é um país sem inclusão nesse aspecto. Você sai das grandes cidades, o celular não pega mais praticamente. Eu sou do interior do Paraná e lá não tem 4G. As verbas de digital são muito pequenas.
Então a notícia boa é que só vai crescer. O mercado de influência também. Muitos podem pensar que ele está saturado, mas eu ainda vejo muitas lacunas que podem ser preenchidas. O nicho da Gastronomia, por exemplo, ainda tem poucos influenciadores digitais com mais de um milhão de seguidores. Isso significa que existe um espaço para crescimento e uma parcela de pessoas carentes de conteúdo desse tema.
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