A geração de lixo no Brasil aumentou 29% de 2003 a 2014, o equivalente a cinco vezes a taxa de crescimento populacional no período, que foi 6%, de acordo com levantamento divulgado hoje pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe). Porém, no ano passado, só 58,4% do total foram direcionados a aterros sanitários.
Mais de 41% das 78,6 milhões de toneladas de resíduos sólidos gerados no país em 2014 tiveram como destino lixões e aterros controlados. Esses locais, segundo a entidade, são inadequados e oferecem riscos ao meio ambiente e à saúde. No ano anterior, esse percentual era 41,7%. A metodologia da pesquisa envolveu 400 municípios, equivalente a 91,7 milhões de pessoas. Por dia, o brasileiro gera em média 1,062 quilos de lixo.
Esses dados mostram que mais de 78 milhões de brasileiros, ou 38,5% da população, não têm acesso a serviços de tratamento e destinação adequada de resíduos sólidos. Além disso, mais de 20 milhões de pessoas não dispõem de coleta regular de lixo, pois cerca de 10% dos materiais gerados não são recolhidos. O volume de lixo produzido aumentou 2,9%, entre 2013 e 2014. A coleta de resíduos, por sua vez, melhorou 3,2%.
Esta é a primeira pesquisa que retrata a situação da gestão dos resíduos, depois da vigência da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), em 2010. Em relação à reciclagem, a pesquisa revela uma evolução de 7,2%. Em 2010, apenas 57,6% dos municípios tinham alguma iniciativa de coleta seletiva e no ano passado o percentual aumentou para 64,8%.
Fonte: Agência Brasil.