Estudo formulado pelo economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros, a pedido da Associação Brasileira de Embalagens (Abre) retrata o setor de embalagens no primeiro semestre e serve como balizador do que vem acontecendo no mercado até para varejistas de outros setores.
A conclusão principal é que a demanda para a produção de produtos está fraca e os estoques, elevados. A tendência, segundo o economista, é que este cenário não melhore nos próximos meses.
No primeiro semestre do ano, a produção física variou -0,73% sobre o mesmo período de 2013. Das cinco classes de produtos pesquisadas, apenas a metálica apresentou crescimento (+5,92%). A balança comercial do setor está deficitária em US$ 171,2 milhões.
Mesmo assim, as perspectivas apontam que o valor da produção em 2014 ultrapassará os R$ 56 bilhões. No ano passado, foram gerados R$ 51,8 bilhões. Papel, plástico, vidro e madeira apresentaram taxas negativas de crescimento: -1,99%, -1,39%, -1,17% e -22,4%.
Projeções
Segundo Quadros, o melhor que pode acontecer no segundo semestre é que o setor de embalagens apresente 0% de crescimento em relação a 2013, o que já significaria um crescimento considerando o segundo semestre. A projeção negativa de cenário aponta -0,7% de queda na produção física.
Na perspectiva otimista, a produção se aceleraria no 3° trimestre, mas perderia fôlego no quarto. Já na pessimista, a retração de junho prosseguiria para o 3° trimestre do ano (-1,2), mas arrefeceria no quarto (-0,3%), sinalizando leve melhora.
O resultado surpreendeu os empresários do setor, já que no início do ano, eram projetadas altas de +1,5% na perspectiva mais otimista e +0,7% na pessimista. ?Era outro mundo?, comenta o economista.
No entanto, o desemprego não deve atingir os empregados da indústria de embalagens. O nível de emprego cresceu 0,31% em junho, atingindo 230 mil funcionários. ?A mão de obra do setor é muito especializada e escassa, então muitas indústrias mantêm o mesmo número de funcionários mesmo com a economia em baixa?, fala Quadros.
A presidente da Abre, Luciana Pellegrino, disse que estes números são essenciais para que os varejistas saibam como se adequar ao cenário de mudanças do País. ?Nosso trabalho é para que nossos associados, desde os fabricantes das matérias primas até as indústrias, saibam em que direção ir?, falou.
Para a diretora executiva da entidade, Gisela Schulzinger, o cenário do setor se iguala à macroeconomia. No entanto, destaca o retrato positivo no tocante à qualificação das embalagens.
?A evolução da sociedade exigiu da indústria de embalagens produtos de maior valor agregado, incentivando um processo contínuo de inovação. Este tem sido o tom de nossas conversas com os associados, o estímulo à qualificação?, falou. As 106 empresas sondadas para o estudo representam R$ 15,9 bilhões de vendas e 45 mil empregados, equivalente a 30% do mercado.
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