Nesta terça-feira (19), o Procon São Paulo (Procon-SP) notificou o supermercado Extra sobre a venda de carne em bandejas vazias em lojas da rede em São Paulo. A situação foi exposta por diversos consumidores em redes sociais no último fim de semana, muitos deles da zona sul da capital paulista.
Segundo os consumidores, a loja entregava a bandeja vazia com o valor a ser pago no caixa do supermercado. A carne somente seria entregue após o consumidor efetuar o pagamento. O assunto chamou a atenção da imprensa, que identificou condutas parecidas em outras lojas da rede.
Em nota, o Procon informou que os procedimentos de segurança devem ser implementados de maneira generalizada e sem fazer distinção entre um local e outro, as medidas de proteção devem ser impessoais e objetivas, com a mesma regra para todos.
Explicações
O órgão ainda informou que as explicações deverão ser prestadas pelo supermercado em até sete dias. As informações vão embasar o processo administrativo que será aberto pelo Procon paulista.
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“Não há dúvida que a conduta do Extra é discriminatória. O que precisamos entender é se foi uma decisão pontual da gerência da loja ou uma determinação global para podermos calcular a multa”, explica o diretor executivo do Procon-SP, Fernando Capez, que explicou que pediu informações sobre quando o procedimento teve início, a justificativa para sua implementação, quais tipos de produtos foram vendidos a partir dessa conduta e se houve mudança após a divulgação do fato.
“O problema da segurança deve ser enfrentado por meio de câmeras de vigilância e reforço na segurança de pessoal, por exemplo. Mas não se pode admitir impor uma regra a determinados consumidores em detrimento de outros. O uso de redes e alarmes nos produtos não caracteriza prática abusiva, mas a discriminação, o uso de critérios distintos conforme o bairro ou região, sim”, afirma o diretor executivo do Procon-SP.
Extra
Em nota, o Extra destacou que a prática não “não faz parte de sua política de atendimento” e que se trata de “uma falha de procedimento”. A empresa declarou ainda que toda a rede “tomou providências para que a prática fosse imediatamente descontinuada”.