A privacidade de dados pessoais virou o assunto do momento desde que a União Europeia aprovou uma lei de proteção de dados. Países ao redor do mundo, como é o caso do Brasil, passaram a discutir o tema e lançaram os seus olhos na direção das empresas de tecnologia – justamente quem tem utilizado os dados pessoais. No entanto, o mais novo episódio desse jogo de empurra das informações colocou em lados opostos nada menos que a Apple e o Google.
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O ponto de partida de toda confusão foi um recente artigo do CEO do Google, Sundar Pichai, publicado no jornal The New York Times. Na ocasião, ele classificou a privacidade de dados como um “item de luxo” e que seria um fator determinante no preço final de um produto. “A privacidade não pode ser um bem de luxo oferecido apenas as pessoas que podem comprar produtos e serviços premium”, afirmou Pichai, sem se referir a Apple. Mas nem precisava.
Compensação
No artigo, Pichai disse ainda que a coleta de dados possibilita que a tecnologia seja acessível no mundo todo. Ou seja, ele afirma que uma abordagem mais flexível à privacidade ajuda a manter os produtos feitos por quase todas as maiores empresas de tecnologia – do Google ao Instagram – livres, pelo menos no ponto de uso.
Mas um executivo da Apple não deixou barato. Em uma reportagem da The Independent, Craig Federighi, vice-presidente sênior de engenharia de software da Apple, falou que a empresa não tem interesse em coletar a mesma quantidade de dados dos seus concorrentes. E, por fim, disparou: “É gratificante ver outras empresas nesse segmento, nos últimos meses, emitindo ruídos positivos sobre se importar com a privacidade. Mas eu penso que é uma questão mais profunda do que os comunicados de imprensa tem divulgado. Acho que você precisa olhar fundamentalmente para as culturas e valores da empresa e para o modelo de negócios. E isso não muda da noite para o dia”, afirma.