O consumo das famílias caiu 7,5% no primeiro semestre do ano. Já o preço médio dos principais produtos subiu 8,5%, na comparação com o mesmo período do ano passado.
As informações são do estudo realizado pela Kantar Worldpanel, empresa de painéis de consumo.
O levantamento mostrou também que para equilibrar as despesas, nos últimos semestres o consumidor diminuiu as idas aos pontos de venda e a cada visita tem aumentado a quantidade de itens, voltando ao hábito antigo de realizar compras de abastecimento. No entanto, com uma mudança negativa: nesse último semestre os consumidores fizeram duas visitas a menos ao PDV. O volume comprado também foi reduzido em 5%, pela primeira vez em seis anos.
De acordo com Pereira, diretora comercial da Kantar Worldpanel, se vê claramente que as famílias brasileiras não conseguem mais manter seus padrões de compra e estão reduzindo a frequência de compras, tendência já detectada nos períodos anteriores. ?Agora o volume em cada compra também cai em 3% e, mesmo assim, o valor médio em cada compra subiu 5,4%, forçando uma racionalização intensa nas decisões de compra?, avalia.
As regiões Norte e Nordeste foram as que mais contribuíram para a queda no período e juntas, foram responsáveis por 27% da queda no semestre. Os consumidores dessas regiões diminuíram em 3 o numero de visitas aos pontos de vendas e o volume médio por compra 7%.
A grande São Paulo também apresentou resultados bem negativos. Os paulistas foram seis vezes menos ao PDV e reduziram em 8% o volume de compras.
O levantamento indicou queda em várias categorias de produtos em especial bebidas, que caiu 11% em volume no primeiro semestre de 2015, justificada pela Copa do Mundo do ano passado, período em que houve um maior consumo de bebidas.
As categorias de produtos de higiene e alimentação também sofrearam queda de 5% cada, no volume consumido.
Curiosamente, o estudo aponta algumas categorias de produtos de preços mais altos registraram aumento na procura. Entre eles estão o molho para salada, seguido pela batata congelada, linguiça e azeite. Na classe DE há registro de um interesse maior em produtos como chá e lanche prontos.
?É interessante notar que algumas categorias de produtos que apresentam alto valor agregado e que poderiam, portanto, ser consideradas supérfluas, apresentaram crescimento de duplo dígito, como batata congelada ou molho para salada?, analisa Christiane. Isso se explica, segundo a diretora, pela necessidade de conveniência e praticidade, dado um estilo de vida que proporciona menos tempo para atividades domésticas, e a volta ao lar. ?Com a crise, é menor o número de famílias que se dispõe a comer fora, por exemplo, trazendo as ocasiões e refeições especiais para dentro de casa?, finaliza Christine.
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