No dia 1º de julho, entrou em vigor a regulamentação que permite aos consumidores brasileiros realizar a portabilidade das dívidas de suas faturas de cartão de crédito para instituições financeiras que ofereçam condições de renegociação mais favoráveis. Essa medida, que engloba pagamentos pós-pagos e outras dívidas correlatas, possibilita aos clientes transferir suas obrigações para bancos autorizados pelo Banco Central (BC), em busca de termos de pagamento mais vantajosos.
Em síntese, a iniciativa visa proporcionar aos consumidores a oportunidade de reduzir custos financeiros e, ao mesmo tempo, buscar alternativas mais adequadas para o pagamento de suas dívidas. Ao optar pela portabilidade do saldo devedor, clientes poderão negociar taxas de juros mais atrativas e condições de pagamento que se adaptem melhor à sua realidade financeira. Com isso, promove-se uma maior competição entre as instituições financeiras, estimulando a oferta de serviços mais vantajosos e transparentes para os consumidores em geral.
Tendências para as dívidas
Para Maurício Faria, especialista em negociações de débitos de forma humanizada do Grupo KSL, essa mudança representa um progresso considerável.
Ele destaca que a chave para proporcionar uma experiência positiva aos clientes está na qualidade do atendimento, na prática da escuta ativa e na comunicação clara. “Esses elementos são fundamentais para compreender as causas das dívidas dos clientes, gerando empatia e compreensão de suas necessidades. Isso não apenas facilita negociações mais eficazes, mas também fomenta a fidelização dos clientes ao provedor de serviços”, explica Faria.
Cartões de crédito x Dívidas
O Banco Central aponta que o Brasil registrou 212,3 milhões de cartões de crédito ativos em 2023. A medida, portanto, visa aumentar a transparência para os clientes, garantir a divulgação clara das faturas e auxiliar na proteção dos consumidores para reduzir os altos índices de endividamento. Romildo Pontes, professor do curso de Ciências Contábeis da Uninassau Recife, explica que a regulamentação foi determinada pelo BC e pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) no fim do ano passado.
As novas regras buscam reduzir os elevados valores do crédito rotativo, um dos principais responsáveis pelo superendividamento das famílias brasileiras. “A mudança estabelece um limite de juros para o crédito rotativo e a possibilidade de parcelamento da fatura em até 100% do valor da dívida, em vigor desde o início deste ano. Dessa forma, os consumidores terão a oportunidade de transferir suas pendências para outra instituição financeira, caso seja autorizada pelo BC”, afirma o professor.
Faturas transparentes
Ademais, as faturas deverão ser mais transparentes e incluir uma seção destacada com informações essenciais e detalhadas, como valor mínimo de pagamento obrigatório, opções de financiamento do saldo devedor, taxas efetivas de juros mensais e anuais, custo total das operações de crédito e encargos financeiros. “Vale destacar ainda que as instituições serão obrigadas a oferecer programas de educação financeira para conscientizar os clientes sobre os riscos do uso do crédito. Essa iniciativa busca ajudar os consumidores a gerenciar seus gastos de maneira mais consciente”, ressalta Romildo Pontes.
Diante das novidades, é aconselhável que clientes avaliem as ofertas de distintas instituições bancárias antes de transferir seus débitos de crédito rotativo. É fundamental tentar negociar com o banco atual para diminuir os juros ou parcelar o débito por um período estendido. Deste modo, espera-se que os consumidores consigam administrar suas finanças de forma mais eficiente.
No parecer de Maurício Faria, a nova norma pode revolucionar o mercado de cobrança no Brasil, já que os consumidores passam a considerar não apenas os aspectos financeiros, mas também a qualidade do atendimento e a compreensão de suas necessidades. “Essa medida reforça a importância de um equilíbrio entre tecnologia e humanização nos serviços financeiros, destacando que compreender as necessidades individuais dos clientes é essencial para o êxito e a sustentabilidade das operações no segmento de crédito e cobrança”.
CCX
No dia 6 de agosto, o Credit and Collection Experience (CCX) reunirá especialistas, lideranças e empresários. A ideia é propor soluções para os desafios da jornada dos consumidores brasileiros no acesso ao crédito e na resolução de dívidas.
Diante de transformações no setor, motivadas por tecnologias recentes como a Inteligência Artificial generativa, Big Data e Machine Learning, chega o momento de aprofundar conhecimentos para construir a sustentabilidade financeira e econômica do país.
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