Enquanto os planos de saúde somam 50.948.757 usuários, os planos odontológicos têm 32.833.233 beneficiários ativos. A informação consta na ferramenta Sala de Situação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), e os dados tangem ao mês de fevereiro de 2024. A diferença é de 18.115.524 beneficiários.
No que diz respeito aos planos médico-hospitalares, houve um aumento de 944.070 beneficiários em comparação com fevereiro de 2023. Já em relação ao mês de janeiro de 2024, o acréscimo foi de 159.286 usuários em fevereiro.
Quanto aos planos exclusivamente odontológicos, o número de beneficiários aumentou em 2.499.808 em um ano e em 231.300 em comparação com o mês anterior. Nesse último, somente o estado de São Paulo conta com 11.272.269 para 397 operadoras, representando uma taxa de 25,38% de cobertura.
Minas Gerais aparece em segundo lugar 2.902.866 beneficiários, com uma taxa de cobertura de 14,3%. Em terceiro lugar, aparece o Paraná, com 1.795.697 consumidores, e uma taxa de cobertura de 15,69%.
O que é a Sala de Situação?
A Sala de Situação foi criada em 2016 e consiste em oferecer para a sociedade um panorama global e individualizado das operadoras de planos de saúde e odontológicos em atividade no Brasil. O objetivo é proporcionar a consumidores, participantes do mercado, gestores e demais interessados em informações sobre saúde suplementar a consulta de dados de fácil acesso, atualizados mensalmente pela ANS.
No que tange às reclamações, os planos de saúde somaram, em fevereiro de 2024, 28.842 queixas. Já os de odontologia receberam 167 críticas.
Roberto Seme Cury, presidente do Sindicato Nacional das Empresas de Odontologia de Grupo (Sinog), diz que o crescimento dos planos odontológicos se deve a alguns fatores, entre eles a facilidade merece destaque. “Hoje está muito fácil encontrar e contratar um plano odontológico. Por meio de uma busca na internet, o consumidor tem acesso a várias ofertas das operadoras. No próprio site das empresas, é possível consultar coberturas, rede credenciada, carências, preço, meios de pagamento. Além disso, a pessoa pode traçar os diferenciais entre as operadoras e decidir pela melhor contratação, sem sair de casa”.
Ademais, segundo Roberto Seme Cury, as operadoras aumentaram os canais de comercialização, mantendo parcerias com lojas de varejo, bancos, seguradoras, rede de farmácias, etc.
“Ou seja: o valor do plano é acessível ao bolso do consumidor e das empresas. As pessoas começam a entender que, por um pequeno valor mensal, elas podem ter acesso a tratamentos de qualidade e garantir a saúde bucal da família”, explica Roberto.
Sorriso perfeito
Geralmente, os planos odontológicos incluem consultas de rotina, tratamentos dentários, limpezas regulares, radiografias, extrações, tratamentos de canal e até mesmo próteses dentárias. Além disso, ter um plano odontológico pode ajudar a prevenir problemas mais sérios de saúde bucal, garantindo um acompanhamento regular com um dentista e, consequentemente, melhorando a qualidade de vida.
A maioria dos planos segue sendo coletivo empresarial (23,6 mil). Em segundo lugar da listagem, vêm os familiares e individuais, com 5,565 mil; e, 3,61 mil planos na modalidade coletivo por adesão.
Essa diferença se dá, no parecer do presidente do Sinog, porque, no início, a maioria dos planos odontológicos só ofertava planos para empresas. Ele lembra que, em um passado não muito distante, ele era um excelente benefício, a um custo muito baixo, e por isso foi incorporado na grade de benefício das pessoas jurídicas aos seus colaboradores.
Planos por adesão e planos individuais
Só depois de um tempo foram se multiplicando os planos por adesão, que passaram a ser um canal importante para atração de novos beneficiários. “Os planos individuais foram os últimos a serem incorporados na linha de produtos disponíveis das operadoras, e embora já tenha um bom número de beneficiários, ainda tem um churn [taxa de rotatividade] muito alto. É um comportamento imediatista do consumidor que busca o plano apenas para realizar um tratamento sem pensar na saúde bucal ao longo da vida toda. Esta cultura precisa mudar, mas leva tempo”, enaltece Roberto.
No que tange ao reajuste médio aplicado aos planos com cobertura exclusivamente odontológica, no ano passado, o percentual ficou na média de 4,47%, ficando abaixo da correção média observada nos doze meses de 2022. Neste sentido, Roberto Seme Cury enaltece que os reajustes dos planos nunca foram altos, pelo contrário: “As correções sempre estiveram alinhadas com os índices inflacionários divulgados, não temos pressão dos sinistros que são controlados e nem dos aumentos por faixa etária. Com a tendência de baixa de inflação, os planos devem seguir o mesmo caminho”.