O Pix foi lançado em 2020 e logo se tornou uma preferência nacional, convertendo-se no meio de pagamento número 1 entre os brasileiros. E como ficam os outros meios de pagamento nessa história?
Não existe, até o momento, uma situação que possamos chamar de excludente – no futuro, algumas formas de pagamento podem até deixar de existir (como as folhas de cheque), mas não é o caso dos cartões. E a competição tem sido benéfica para todos os lados.
A modalidade débito, por exemplo, já tem novidades para este ano e o próximo, que prometem aproximá-lo do queridinho da população.
Uma delas, bastante importante, envolve a transferência de recursos nas operações realizadas com cartão de débito que poderão ocorrer de forma instantânea, ou seja, varejistas que vendem por meio dessa modalidade receberão os recursos na mesma hora a partir do ano que vem. Hoje, uma transação via cartão de débito demora pelo menos um dia para ser computada.
Com essa nova “função”, o débito passa a ser instantâneo como o Pix e nada melhor do que dinheiro no caixa na hora exata.
As inovações não param
Além da novidade acima, a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) anunciou mais inovações e expectativas para o setor. A primeira delas é o “click to pay” para compras não presenciais.
O mecanismo permite que o cliente consiga pagar com débito em compras na internet com um só clique, sem ter de entrar no aplicativo do banco. Outra mudança é o débito sem senha, voltado a serviços de streaming e aplicativos de transporte, por exemplo.
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Por fim, está no radar da Abecs o parcelamento de compras com cartão de débito, com juros. Embora esse método não tenha ficado claro em um primeiro momento, já que parece se tratar apenas de uma operação de “crédito com juros”.
PIX, o queridinho dos brasileiros
Enquanto estamos na corrida para essa evolução, o Pix cresce entre varejistas e já ultrapassou outras modalidades na preferência do consumidor.
Estudo realizado em novembro do ano passado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com o Sebrae, mostra o Pix como o mais utilizado no dia a dia (67%, crescimento de 27 pontos percentuais comparado a 2021), seguido pelo cartão de débito (42%), cartão de crédito (35%), dinheiro em espécie (22%, 18 pontos percentuais a menos do que em 2021). Já outra modalidade em crescimento, o pagamento com QR Code, subiu de 18% para 33% de 2021 para 2022, assim como o de carteiras digitais, de 32% para 55%.
Nos estabelecimentos, o levantamento mostra o cartão de débito liderando em lojas físicas (36%), seguido pelo cartão de crédito (31%), Pix (14%) e dinheiro em espécie (12%). Nas compras online, o cartão de crédito lidera (41%), seguido pelo Pix (28%) e pelo débito (10%), um modo que ainda não é fortemente oferecido pelo varejo digital – este ponto, inclusive, é apontado pela Abecs como um dos incentivadores para as transformações propostas pelo setor para a modalidade.
O futuro dos meios de pagamento
Já a pesquisa “Carat Insights – Tendências dos Meios de Pagamento para 2023” da Fiserv, mostra que, nos próximos dez anos, o Pix provavelmente continuará sendo o método de pagamento preferido entre os brasileiros, com 87% dos consumidores dizendo que planejam usá-lo. Ele é seguido por carteiras digitais (80%) e pagamento por QR Code (78%).
Dinheiro, transferência eletrônica (TED) e pagamentos no caixa, além do já citado talão de cheques, devem ser menos comuns – o que evidencia a necessidade de o varejo repensar os canais e os meios de pagamento para melhor acomodar as mudanças dos hábitos de consumo.
É muito importante para o mercado de adquirência acompanhar essa evolução, pois meios de pagamento diversos são uma possibilidade de satisfazer cada vez mais o consumidor.
Oferecer ao cliente as melhores formas de pagamento e dar a opção de escolha é fundamental para o bom funcionamento do negócio. Além de tudo, hoje em dia, o cliente espera ter essa oferta e conta que, na hora de pagar, terá um leque de opções. Isso sem falar na possibilidade de gerar mais vendas por impulso.
Aprimorar as modalidades de pagamento só traz vantagens para o mercado, pois, assim, a competitividade aumenta e todos se beneficiam dessas melhorias. Afinal, a evolução dos meios de pagamento é constante e ficar para trás não é uma opção.
Fabiano Wohlers é diretor de Negócios Bin da Fiserv no Brasil.
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