O ano começou com uma percepção negativa, mas a confiança das empresas de serviços já mostram sinais de recuperação. Em janeiro, o Índice de Confiança de Serviços (ICS) da Fundação Getulio Vargas cresceu apenas 1,1 ponto no comparativo trimestral em janeiro, totalizando 70,4 pontos – alta de 4,14% em relação a dezembro de 2015. A edição de janeiro de 2016 coletou informações de 1.968 empresas entre os dias 6 e 26 deste mês.
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O movimento positivo do ICS alcançou 11 de 13 atividades no mês, e foi determinado tanto pelas avaliações sobre o momento presente quanto pelas expectativas em relação aos meses seguintes. A melhora pode ser vista nos dois índices que compõem o ICS: enquanto o Índice da Situação Atual (ISA-S), subiu 4,3 pontos, após cair 0,4 ponto em dezembro,o Índice de Expectativas (IE-S), avançou 1,2 ponto, sucedendo uma alta de 2,4 pontos no mês anterior. É a primeira vez, desde fevereiro de 2014, que o avanço do ICS é determinado pelo aumento dos seus dois componentes, ISA-S e IE-S.
Em nota, o consultor da FGV/IBRE, Silvio Sales, disse que os indicadores informam uma redução do pessimismo nas empresas de Serviços nesse início de ano. ?No entanto, se de um lado ampliam-se os sinais de que o auge da queda na curva de confiança tenha ficado para trás, de outro é possível perceber que há claro predomínio de uma percepção ainda muito negativa sobre o andamento dos negócios, expressa sobretudo na continuidade da intenção das empresas em prosseguir o ajuste do nível de emprego do setor às novas condições da demanda?, avalia.
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Embora o ICS tenha parado de cair nos últimos dois meses, as empresas ainda sinalizam a persistência do cenário de baixa demanda no setor, como pode ser observado no quesito que procura avaliar fatores limitativos à melhora dos negócios. Nesta avaliação, a Demanda Insuficiente vem sendo o fator de maior destaque, tendo registrado aumento de citações entre janeiro de 2015 e janeiro de 2016: em 2015, esta opção era apontada por 31,0% das empresas; em 2016, por 39,8% do total.
Nesse contexto, o ímpeto de contratações no setor segue em baixa e a proporção de empresas que planejam cortes (26,8%) supera a das que esperam contratar nos próximos três meses (9,1%).
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