Pensar na agenda corporativa do varejista é encontrar um sem-número de desafios: customização, personalização, velocidade, necessidade de inovação, posturas sustentáveis… Como marcas tradicionais podem lidar com tudo isso? Esse foi o desafio assumidos por Marc Rosen, Vice-Presidente Executivo e Líder da área de vendas diretas para o consumidor da Levi’s. O executivo teve de aprender a lidar com tradição de uma empresa com mais de 165 anos de vida e impor uma agenda mudanças radicais para construir uma marca capaz de ser relevante pelos próximos dois séculos. Marc adota um pensamento holístico para os canais da empresa, desenvolvendo uma estratégia de marketplace capaz de oferecer um serviço fluido e uma experiência superior para os clientes. No World Retail Congress, o VP destacou os principais pontos de atuação que combinam tradição e ênfase inovadora.
A empresa tem sua história ligada à corrida do ouro. Uma história lendária, na qual Jacob Strauss adapta o tecido utilizado nas tendas dos mineradores para criar a calça que atravessou gerações, o jeans. Após a segunda guerra, a Levi’s tornou-se uma empresa totalmente dedicada ao jeans e iniciou seu processo de globalização. De todo modo, a história da empresa guarda uma lição valiosa: há 165 anos, em pleno século XIX, a Levi’s soube compreender seus clientes e se adaptou a eles. Esse é o ensinamento que impulsiona a empresa para o futuro, voltada para a personalização, customização e sustentabilidade. Ondas de mudança que simplesmente removem empresas obsoletas doo caminho e que são vistas como incentivo para que a Levi’s continue relevante.
O jeans como expressão pessoal
A década de 60, com seus grandes movimentos culturais, trouxe uma influência positiva para a marca. A criatividade, a cor e a irreverência da pop art e do rock’n’roll fizeram do jeans uma tela para expressão criativa. Essa característica permanece e ele é hoje a base de autoexpressão e de identidade cultural não só para a juventude, mas para todas as gerações. Exatamente por isso que a empresa, ao procurar entender essas manifestações, acredita profundamente no poder da inovação. Não são poucas as pesquisas voltadas para o desenvolvimento de tecidos, como o que é utilizado em jaquetas para ciclistas, que permitem a eles controlar os comandos de seu smartphone para selecionar músicas por exemplo. Ao mesmo tempo, a Levi’s procura inovar na química de tingimento, para reduzir o impacto ambiental de seus produtos, em linha com práticas modernas de sustentabilidade.
LEIA TAMBÉM: É possível influenciar a decisão de compra do cliente? Um mergulho na psicologia para persuadir e gerar cliques
A busca por produtos mais saudáveis para o ambiente condiciona a empresa a desenvolver novos processos de fabricação, da concepção até o acabamento. É uma forma de unir sustentabilidade, inovação e as expectativas de clientes mais exigentes. A inovação porém vai além do desenvolvimento de produto, alcançando a liberdade de escolha. O site Levis.com permite ao cliente personalizar seu jeans, partindo da calça como uma tela sobre a qual é possível criar estilos e designs realmente únicos.
Superando o teste do tempo
Marc destacou que as lojas agora caminham para se tornar estúdios de colaboração, abandonando o conceito de “display de produtos”, para trazer o cliente para o centro do palco, recriando continuamente a moda para manter a relevância e o aspiracional da marca. Esses aprendizados mostram o quanto uma marca centenária pode se reinventar e se manter conectada com seus clientes por muitas e muitas gerações. Entender seu DNA e encontrar ali a força que pode impulsionar uma marca, uma empresa para o futuro, sem perder a essência, com vigor e coragem.
LEIA MAIS: CONFIRA A EDIÇÃO ONLINE DA REVISTA CONSUMIDOR MODERNO