O mercado do streaming revolucionou a maneira como as pessoas consomem entretenimento, mas o formato também começou a chamar atenção de empresas. Isso porque o conteúdo se tornou um ponto importante na relação entre marcas e consumidores, fazendo com que as empresas buscassem maneiras de oferecer algo relevante a seus clientes e, em troca, conseguir mais engajamento e fidelidade. Uma das maneiras de fazer isso é a partir das plataformas Over The Top, ou OTT.
Essas ferramentas foram criadas para tornar a distribuição de conteúdo mais ágil e organizada. Para Daniel Arcoverde, cofundador da Netshow.me (empresa especializada na criação da plataforma), são muitas as possibilidades de uso do formato para aproximar e conseguir a fidelização do cliente.
O que são as plataformas OTT, ou “Over The Top”
O termo “Over The Top”, na verdade, é um jargão. Segundo Daniel Arcoverde, a expressão busca mostrar que algo está “acima do topo”, ou seja, é diferenciado, se destaca entre os outros sites e conteúdos. “O termo começou a ser utilizado com as primeiras plataformas de streaming, como a Netflix. Por isso, faz referência a distribuição de conteúdo pela internet e o termo OTT passou a significar isso, é como um jargão para algo de destaque na indústria da mídia”, explica.
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Com a popularização das plataformas de streaming e a valorização do conteúdo na relação entre marcas e clientes, empresas começaram a utilizar o formato para construírem e divulgarem seus próprios conteúdos. “O modelo de plataforma de streaming foi tão bem sucedido que outras empresas começaram a ver isso como algo a ser utilizado para seu negócio, mesmo o core business não sendo mídia”, afirma o cofundador da Netshow.me.
Assim, as plataformas OTT são uma maneira de divulgar conteúdo, seja de entretenimento ou não. Com isso, empresas de diferentes segmentos conseguem oferecer um conteúdo específico a seus clientes, com os mais diversos objetivos dentro de suas estratégias.
Para Daniel Arcoverde, os principais benefícios de investir nesse tipo de estratégia são:
- aproximação com o consumidor;
- fidelização do cliente;
- educar e informar sobre produto ou serviço;
- melhorar a experiência e percepção da marca pelo cliente;
- possibilidade de fazer eventos online e ao vivo;
- possibilidade de uso interno da plataforma, para capacitação dos colaboradores.
Conteúdo nas redes sociais ou na plataforma OTT?
As redes sociais fazem parte da maior parte das estratégias de marketing utilizadas pelas empresas. Por que, então, apostar em outra maneira de divulgar conteúdo para os clientes? De acordo com o especialista, as plataformas de OTT servem como um complemento para as estratégias de marketing e customer experience das marcas.
“Divulgar conteúdo pelas redes sociais é diferente de ter uma plataforma apenas para isso. Para começar, as redes sociais são um primeiro ponto de contato com o cliente, onde se constrói a audiência, pois são gratuitas. Nas redes sociais você faz um tipo de conteúdo, como de apresentação, por exemplo. Já a plataforma OTT é destinada a algo mais aprofundado, um conteúdo de valor, como chamamos”, explica.
É a qualidade desse conteúdo que dita o comportamento do cliente, que o convence a sair das redes sociais para consumir algo a mais do que está lá e ainda pagar um valor para isso, se for o caso. “Para você cobrar um valor, você precisa entregar um valor. Por isso o conteúdo da plataforma precisa ser mais ‘valioso’”, afirma o profissional. Outro ponto positivo apontado por ele é o fato de a plataforma ser destinada apenas à empresa, ou seja, não disputar atenção do público.
Além disso, a plataforma oferece uma linha de raciocínio. “Isso faz com que os conteúdos não sejam tão superficiais quanto nas redes sociais. Isso também gera valor, pois a OTT organiza, faz uma curadoria e deixa em uma sequência lógica o conteúdo. Tem empresas que vão além, que criam conteúdos ainda maiores e ainda mais exclusivos para a plataforma, tendo isso como ferramenta de monetização também”. Segundo Daniel Arcoverde, existem várias maneiras de cobrar por isso, seja por assinatura, por conteúdo específico ou evento, por paperview, entre outros.
Possibilidades de uso
A partir da plataforma, é possível criar sites específicos para cada empresa e segmento, organizando o conteúdo a ser divulgado online para seu público, de forma gratuita ou paga. Segundo o confundador da Netshow.me, é possível utilizar o formato para os mais diferentes conteúdos, como:
- educacional;
- informativo;
- treinamento e capacitação;
- eventos online
- transmissões ao vivo;
- conteúdo para meio e fundo de funil (considerando as estratégias de marketing), entre outros.
Daniel Arcoverde explica que o tipo de conteúdo varia de acordo com o segmento e o objetivo da empresa, mas que, no geral, praticamente todo negócio pode ter na OTT uma maneira de se aproximar de seu público. Entre alguns exemplos criados pela Netshow.me estão a transmissão ao vivo dos jogos da Copa do Nordeste, a plataforma do InsideApp, que é de finanças, e o site da própria Netshow.me, em que a empresa divulga conteúdos a fim de informar e educar seus clientes sobre as funcionalidades de uma OTT.
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“O core business de uma empresa pode não ser mídia, mas se ela for referência em seu segmento, ela pode usar uma plataforma OTT para vender conteúdo sobre isso, para o consumidor final, outras empresas do ramo ou de setores tangentes”, exemplifica o cofundador da Netshow.me. Segundo ele, essa é uma boa maneira de fortalecer o branding e a relevância de uma marca no mercado, principalmente considerando os nichos de interesse.
“Quando se fala em nicho, as pessoas imaginam algo pequeno, mas, na verdade, existem nichos gigantescos. Esporte, saúde e bem-estar, finanças… são alguns que contam com grande número de pessoas interessadas em conteúdo, por exemplo. E os nichos, de maneira geral, conseguem atrair apenas aquelas pessoas mais interessadas, ou seja, um cliente já propenso a consumir”, analisa.
Conectando marcas e consumidores
Fortalecer o branding, divulgar a marca e se aproximar cada vez mais dos clientes. Esses são alguns dos principais benefícios de investir em conteúdo de valor e plataformas OTT, aponta Arcoverde.
Mas, junto com esses, outros objetivos também podem ser conquistados. Por exemplo, muitas empresas usam a OTT para construir uma “Netflix” do segmento delas, de maneira gratuita, para educar as pessoas sobre aquilo e também saber que tipo de conteúdo essas pessoas estão procurando, entendendo as demandas do público.
“A empresa pode usar o formato para vender mais ao ensinar como usar o produto, para educar a audiência, fortalecer o branding e se tornar referência no mercado, São muitos os objetivos que podem ser atendidos, sendo que o benefício maior é estreitar a relação da marca com os clientes”, explica.
O lado bom, segundo o executivo, é que hoje se tornou muito mais fácil criar esse tipo de ferramenta, graças a empresas que já oferecem a plataforma OTT, como é o caso da Netshow.me. “Antigamente, colocar algo assim para funcionar era muito caro, pois era preciso construir o site, contratar mais pessoas para isso, prezar pelo bom funcionamento. Tendo uma ferramenta, fica mais fácil colocar essa ideia em prática e focar no conteúdo, reduzindo custos”, explica.
Para Arcoverde, as maneiras como o público interage com as marcas atualmente depende muito do tipo de valor que elas geram para seu dia a dia. Por isso, as plataformas OTT surgem como uma maneira de oferecer ainda mais valor, além do que os clientes já esperam nas redes sociais. Conteúdos mais aprofundados e organizados podem ser um grande diferencial para o consumidor, fazendo com que a estratégia da OTT seja uma boa escolha.
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